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No dia seguinte eu não encontrei Coronado no quarto, ele provavelmente já teria ido se juntar ao time para se preparar para o jogo de mais tarde.
Agradeci por essa benção de não ter que ver aquele chato, em dias de jogos do Corinthians eu fico ua pilha de nervos, e se eu tivesse que ficar olhando pra cara desse jogador, eu iria ficar pior ainda.
Confesso que acordei com uma sensação estranha, algo me dizia que talvez aquele dia talvez não fosse terminar tão bem assim. Afastei esses pensamentos e decidi relaxar, se Deus quisesse o Corinthians ganharia esse jogo.
Raniele havia deixado tudo certo no hotel, então ele disse que a qualquer momento eu poderia pedir o que quisesse pra comer que estava tudo acertado. Aproveitei pra pedir um café da manhã enquanto assistia a algo na tv do quarto. O jogador disse também que eu poderia explorar o hotel ou até mesmo sair pra fazer algum passeio, mais como eu não conhecia nada e nem ninguém resolvi ficar pelo quarto mesmo.
Quando o café da manhã chegou meus olhos brilharam, aquilo era um verdadeiro banquete, certeza que eu estava no paraíso. Tinha tanta coisa pra comer que eu nem sabia por onde começar. Comi algumas frutas, tomei um café e um pão que estava perfeito e agradeci mentalmente por aquela experiência maravilhosa que eu estava tendo.
Chequei algumas mensagens da minha faculdade e assisti a alguns alguns filmes. Conforme a hora ia passando meu nervosismo ia aumentando, estava tão ansiosa que nem consegui almoçar, apesar de ter certeza que a comida seria ótima. Por volta de umas cinco da tarde decidi tomar um banho rápido e me trocar, pelo que Raniele falou o time sairia do hotel pro estádio em meia hora.
Tomei um banho rápido e me enrolei na toalha, vesti uma calça jeans wide leg, minha camiseta do Corinthians preta e calcei meus tênis. Decidi deixar meus cabelos soltos, passei uma leve maquiagem, perfume, peguei minha bolsa e fui checar no espelho se estava bom. Dei uma última olhada pra ver se não havia esquecido nada e desci.
No saguão do hotel todos os jogadores estavam esperando a saída do ônibus e quando os olhares se voltaram pra mim eu quis me esconder num buraco e nunca mais sair. Com certeza minhas bochechas estava mais vermelhas que um pimentão, principalmente quando meus olhos se encontraram com os de Igor e ele me analisou de cima a baixo, com uma expressão que eu não soube decifrar.
— Poxa, porque não se atrasou mais um pouquinho? Era só o tempo de irmos, e você ficar.
Aquela voz me irritava, ele me irritava. O seu ar de prepotência era como veneno para meus ouvidos. Coronado era realmente um mala. E estava sendo a parte mais difícil dessa viagem em BH.
— Por que você não vai se...
— Sem palavrão minha jovem. — alguém atropelou-me nas palavras, e assim que deixei de fuzilar o jogador dono da camisa 77, o olhei, indentificando Garro. Era de se esperar também, seu sotaque não negava. — Não perda seu tempo, com esse chato.
Rir baixinho. Era engraçado a sua tentativa de amenizar a situação. A verdade é que o Rodrigo parecia estar sempre muito calmo, no mundo da Lua. Parecia muitas vezes a criança do grupo.
— Concordo com o Hermano, gatinha. — Rani disse. — afinal, você estar linda.
Minhas bochechas queimaram imediatamente. Ele precisava falar isso na frente de toda aquela gente? dois dias atrás ninguém quase olhava na minha cara, e olha que eu trabalhava no clube a quase três anos, e de repente, virei a atenção de um bando de jogador. Isso era estranho...
— Obrigada!
— Bonitinha, você quis dizer, não? Bonita é uma palavra muito forte, meu caro. No máximo, ela acordou mais arrumadinha que os outros dias. — Voltou a me provocar o alguém que dividia o quarto comigo.
O Igor me confirmava todos os dias o porquê de ter o escolhido para receber mensagens ásperas. Porque além de ser péssimo jogando, digo, isso quando ele joga né? Vive mais no banco e lesionado que o comum, e ganha dois milhões por mês. E ainda por cima, é um ridículo.
A vontade de responder à altura foi forte, mas me contive. Sabia que responder só alimentaria a arrogância do Coronado, e sinceramente, naquele momento eu tinha coisas mais importantes com que me preocupar. Além disso, não queria dar o gostinho de mostrar que ele me afetava.
— Rani, será que dessa vez posso ir com você no ônibus?
O rapaz sorriu leve e concordou com a cabeça. Agradeci como nunca lentamente, não queria mesmo ter que estar com o Igor em mais uma viagem, ou surtaria.
Essa viagem era para ser legal, importante para mim. A primeira vez que viajava para assistir o meu time de coração, depois de grande. Porque sim, já fui a muitos jogos do Corinthians, mas isso quando era pequena.
Papai sempre fazia o impossível para me ver feliz, e juntos, íamos em alguns jogos, mesmo não tendo condições para tal coisa. Saudades desse tempo.
— Roubou a minha companhia no ônibus, tá me devendo uma tá? — Garro disse em um tom de algazarra e eu não resistir de rir de novo.
— Seu salário já é alto e o suficiente para se manter muito bem! — brinquei. Mas no fundo, eu sabia que tinha uma pitada de verdade por trás de minhas palavras.
O ônibus chegou minutos depois. Assim como o combinado, sentei ao Lado de Rani. E quer saber? O caminho foi muito mais tranquilo e relaxante. Conversamos e riamos de coisas aleatórias, muito diferente de quando estava ao lado de Igor.
Já o camisa 77 sentou cadeiras ao lado da nossa, ao lado de Yuri. O centroavante parecia tagalerar a viagem inteira, mas Igor não, ele fazia de questão de me fitar a viagem inteira, as vezes fazia careta para me irritar, e eu, fingia não ver, para não me estressar.
Só tinha uma coisa que poderia mudar o meu humor hoje, o Corinthians. Somente.
Inclusive, acho muito bom essas pragas jogarem como nunca, perder essa noite estava fora de cogitação. Não aceitava menos que uma vitória, o torcedor merecia isso.
E era o dever deles dar Tamanha felicidade, afinal, quem se hospedam em um hotel de luxo desses toda vez que viaja para trabalhar, são eles. Nada mais justo que uma contribuição pelo dinheiro e mordomia que ganham.
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