𝑱𝒂𝒅𝒆 𝑴𝒊𝒍𝒍𝒆𝒓

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Jade estava sentada à mesa, com o olhar fixo na tela do computador, os dedos pairando sobre o teclado, mas sem digitar uma palavra

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Jade estava sentada à mesa, com o olhar fixo na tela do computador, os dedos pairando sobre o teclado, mas sem digitar uma palavra. À sua direita, um copo de uísque estava pela metade, o líquido âmbar refletindo as luzes suaves do apartamento. Ela deu um gole longo, esperando que a inspiração viesse com o sabor amargo da bebida, mas tudo o que sentia era uma irritação crescente.

O ping de uma nova mensagem ecoou no silêncio do apartamento. Jade abriu a aba do e-mail e leu a mensagem da sua empresária e amiga:

"Jade, cadê o manuscrito? Preciso disso ontem."

Ela suspirou, inclinando-se para trás na cadeira de couro. O manuscrito ainda estava longe de estar pronto, e a pressão para entregá-lo só aumentava seu bloqueio criativo. "Não está pronto," murmurou para si mesma, ignorando deliberadamente o e-mail e dando mais um gole no uísque.

Antes que pudesse afundar de novo na procrastinação, o celular ao lado do computador começou a vibrar. Era Elise, sua irmã mais velha, a famosa atriz que também morava na Califórnia. Jade sorriu com o canto da boca, atendendo com seu tom característico de brincadeira:

— Fala, loira gata — Jade disse, já antecipando uma conversa casual.

Do outro lado da linha, a resposta veio em um tom completamente oposto.

— Jade, é o papai — a voz de Elise estava séria, quase dura. — Sarah ligou. Ele passou mal novamente lá no rancho. Ela e Victoria o levaram às pressas para o hospital. Até a mamãe passou mal. Precisamos voltar para lá. Hoje.

A seriedade na voz de Elise fez o estômago de Jade dar um nó. Ela sabia que o estado de saúde do pai estava deteriorando, mas nunca imaginou que a situação fosse tão grave assim. Ela engoliu seco, seu reflexo automático sendo de negação.

— Hoje? — Jade repetiu, quase em um murmúrio. — Não, Elise, eu não tenho como ir agora. Depois de tudo, o que adianta eu ir? Não sou médica, não sou enfermeira, não posso ajudar em nada.

Do outro lado, a paciência de Elise já começava a se desgastar.

— Você não tem muita escolha, Jade. Papai está morrendo, e você ainda está aí, pensando se deve ir ou não? — O tom de voz de Elise ficou mais áspero. — Não seja uma vadia fria.

Jade, ao contrário do que qualquer outra pessoa faria, não se ofendeu. Ela e Elise sempre foram as mais próximas entre as irmãs, e essa sinceridade crua era um dos pilares de sua relação. Jade respirou fundo, apreciando o jeito direto da irmã, mesmo que suas palavras fossem duras.

— Eu sei, Elise, mas você sabe que voltar para o rancho... não é só sobre papai. Tem muita coisa lá. — A voz de Jade vacilou pela primeira vez, revelando o medo que ela mantinha escondido atrás de sua fachada fria.

Elise continuou, sem dar muita atenção ao tom hesitante da irmã.

— E do que você está reclamando agora? Você pode trabalhar de qualquer lugar, Jade. Leva o notebook e coloca o Douglas na mala também, se for o caso.

Os Segredos das Irmãs MillersOnde histórias criam vida. Descubra agora