Capítulo 29: Nas Garras da Tempestade

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A tempestade rugia lá fora, o som do vento chicoteando as janelas da mansão, criando uma melodia caótica que refletia o turbilhão de emoções dentro de Nina. Ela rolou na cama, inquieta, seus pensamentos presos entre o medo de Daniil e uma atração irresistível. O quarto parecia sufocante, e ela sentiu que precisava sair, respirar, pensar longe das paredes que pareciam apertá-la.

Vestiu um robe rapidamente e saiu em silêncio pelo corredor escuro. As luzes fracas da mansão davam uma atmosfera sombria ao lugar, e os sons da tempestade ecoavam pelos longos corredores. Nina caminhou com passos leves, seus pés descalços mal fazendo barulho no chão de madeira.

Sem perceber, seus pés a levaram até a sala principal, onde as cortinas pesadas balançavam suavemente com a brisa que escapava pelas frestas das janelas. A luz das lâmpadas era fraca, criando sombras dançantes nas paredes. Foi só então que ela sentiu a presença de alguém ali, parada no meio da sala.

Daniil estava ali, parado à sombra, os olhos fixos nela. Ele estava sem camisa, seu corpo definido iluminado pela luz tênue. O calor da sala parecia diminuir a intensidade do frio trazido pela tempestade do lado de fora, mas o olhar de Daniil fez a temperatura ao redor de Nina aumentar de forma quase sufocante.

"Você deveria estar no seu quarto, Nina," ele disse, a voz baixa e rouca, quase como uma ordem.

Ela sentiu o coração acelerar, mas manteve a compostura, tentando parecer mais confiante do que realmente se sentia. "Não consegui dormir... a tempestade. E eu precisava de ar."

Daniil deu um passo na direção dela, seus olhos escuros nunca deixando os dela. "Você está fugindo de algo ou de alguém?" Sua voz carregava uma provocação velada, quase como se ele já soubesse a resposta.

Nina hesitou, sentindo o peso daquela pergunta. Ela estava fugindo? Fugindo dele? Ou talvez de si mesma, dos sentimentos que a confundiam mais a cada dia?

"Não estou fugindo," respondeu ela, mais para si mesma do que para ele. "Só... precisava pensar."

Ele se aproximou mais, e antes que ela pudesse reagir, sentiu suas mãos fortes segurarem sua cintura, a puxando para perto. O toque era possessivo, porém não agressivo, o suficiente para fazê-la sentir o poder que ele tinha sobre ela.

"Pensar em quê?" ele murmurou, o rosto próximo ao dela. "Em como escapar de mim? Ou em como é impossível fazer isso?"

Nina engoliu em seco, a respiração acelerando com a proximidade. "Você acha que tem todo o controle, não é, Daniil?"

Ele sorriu, um sorriso que não era gentil, mas cheio de algo perigoso. "Porque eu tenho, Nina. E quanto antes você aceitar isso, melhor será para você."

Ela queria lutar contra essa sensação, contra essa verdade. Mas, no fundo, sabia que havia uma parte dela que já estava rendida. Daniil não era apenas um sequestro em sua vida, ele estava se tornando algo mais, algo que ela não conseguia definir, mas que a puxava cada vez mais para ele.

Ela tentou se afastar, mas ele não permitiu. Ao invés disso, Daniil se inclinou para mais perto, seus lábios roçando o pescoço dela, fazendo cada fio de cabelo em seu corpo se arrepiar. "Você pode lutar contra isso o quanto quiser, Nina," ele sussurrou contra a pele dela, "mas no final, você vai ceder. Todos cedem."

Nina sentiu um misto de raiva e desejo. Ela o empurrou de leve, mas ele apenas segurou seus pulsos com firmeza, porém sem machucá-la. O olhar de Daniil estava cheio de intensidade, um brilho predatório que a fazia sentir como se estivesse presa em uma teia da qual não conseguia escapar.

"Você está errado," murmurou, tentando soar firme, mas sua voz tremeu levemente.

Daniil inclinou a cabeça, observando-a com curiosidade, como se tentasse ler seus pensamentos. "Talvez eu esteja," disse ele, embora seu tom sugerisse que ele não acreditava nisso. "Mas de qualquer forma, você não vai sair daqui. E quanto mais você tentar, mais presa vai ficar."

Cavalheiro do InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora