Capítulo 24

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Gabriel Medina
Não sei o motivo, mas meu coração tava despedaçado hoje. Deixar a Mari no hotel doeu mais do que eu esperava. Mas ia passar. Eu preciso que passe.

Saí de lá e fui direto pra casa dos meus pais. A tradição de todos os anos era essa. Nosso Natal juntos. Durante o meu casamento, perdi esse contato com eles, e agora eu estava fazendo de tudo para reconquistar. Mandei mensagem pra minha e perguntando se ela precisava de algo para a ceia e ela me respondeu dizendo que precisava apenas de mim em casa. Então foi exatamente o que eu fiz.

O resto do dia foi todo voltado a isso. Preparar a casa, comida, decoração. Tudo é sempre muito gostoso quando estou com eles. Quando o sol começou a se por, resolvi ir pra casa só para tomar um banho e buscar os presentes do pessoal. Não pretendia demorar muito tempo para voltar.

     Estacionei o carro na garagem de casa e entrei pela cozinha. Os meninos que estavam aqui, passariam a virada aqui mesmo. Eu contratei uma equipe para fazer o jantar pra eles. E depois da virada, eu venho pra cá e a gente curte o restinho da noite juntos. Encontrei apenas alguns deles, a outra parte da galera estava nos quartos se ajeitando.

     Fiz a mesma coisa, subi para o meu e comecei a me arrumar. Durante o banho, só conseguia pensar na noite de ontem com a Mariana. Ela não saiu da minha cabeça nem por um segundo. Decidi então mandar uma mensagem, pra saber se ela tinha chego bem em casa, afinal ela foi dirigindo sozinha até lá.

Whatsapp
Gabriel: oi gatinha, chegou bem? 19:03
Mari: cheguei sim, já tem um tempo. 19:07
Gabriel: ufa, que bomm.
pronta pra comemorar hoje? 19:08
Mari: eu não comemoro né kkkkkkkkk
e por aí? festa? 19:12
Gabriel: nada de festa, dia de ficar com a família
queria eu o papai noel me entregasse o presente que pedi pra ele.. 19:13
Mari: e o que vc pediu?? hahah - 19:22
Gabriel: você. 19:22
Mari: você foi um menino bonzinho esse ano? - 19:23
Gabriel: muuuuuito, acho que mereço! - 19:23
Mari: kkkkkkkkkk besta - 19:30

     Visualizei e não falei mais nada. Isso porque uma ideia brilhante surgiu na minha cabeça. Se daria certo eu não sei, mas eu tinha que chegar em São Sebastião um pouco depois de meia-noite.

      Me arrumei com uma bermuda bege e uma camiseta polo vermelha. Nos pés só um air force branco já deixava tudo perfeito. Coloquei meu relógio, pulseiras e uma correntinha prata. Estava ótimo. Passei meu melhor perfume, dei uma ajeitada no cabelo e peguei os presentes da minha família.

     Agora eu já estava de volta à casa dos meus pais. O restante da família já tinha chego. Meus avós, tios e primos. A festa ia ser grande por aqui. Precisava contar meus planos pra alguém, pra essa pessoa ser meu álibi. Sophia foi a escolhida, certeza que ela nunca deixaria o irmãozão dela na mão.

     - Sophi - chamei a atenção dela, fazendo ela me olhar - Preciso de uma ajuda sua..

     - Ihhhh, lá vem Biel - ela sentou na cadeira do meu lado - Ajuda pra que?

     - Não vou poder passar a virada aqui, preciso estar em outro lugar muito importante.

    - Como assim? A mamãe não vai gostar nada disso - ela pegou uma castanha e colocou na boca - Você já fica com os meninos 24 horas por dia, o que custa ficar com a família um pouco, manézão??

     - Não é pra minha casa que eu tenho que ir - engoli seco e respirei fundo - Preciso ir para São Sebastião.

      - Que? Fazer o que lá? - ela perguntou com muita curiosidade, e logo sua expressão mudou, como se tivesse descoberto a maior coisa da vida - TEM MULHER AÍ NO MEIO NÉ?

     - Fala baixo Sophia!!!!- segurei no braço dela, que tinha acabado de levantar a voz, chamando atenção de algumas pessoas em nossa volta. Sorri pra eles levantando um copo de suco, fingindo um brinde - Tem. E é a única coisa que você vai ficar sabendo. Consegue me ajudar?

     Passamos os próximos trinta minutos decidindo o plano. Com a Sophia perguntando a cada 5 minutos quem era a mulher e eu negando e mudando o assunto. O plano era o seguinte: perto das 23:00 eu inventaria pra minha mãe uma dor de barriga/desconforto e correria para o banheiro. Quando sumisse do campo de visão deles, ao invés do banheiro, iria direto para o meu carro. Depois de uns 15 minutos a Sophia ia dizer que me encontrou no caminho e eu tava muito ruim e resolvi voltar pra casa pra deitar.

     Com certeza minha mãe ia querer vir atrás de min, ver se o "bebê" dela estava bem. Mas a Sophi ia pesar na mente dela falando que todos os convidados estavam aqui por causa do evento que ela mesma organizou, e que seria chato deixar todos para trás. Isso claramente vai fazer com que ela fique. E ai amanhã eu apareço aqui e explico tudo pra ela, que nem vai ligar tanto assim mais.

    Começamos a seguir o plano. Comi, conversei e dei muita risada com meus tios e primos. Não bebi, pois ia pegar estrada e é arriscado. A desculpa para negar o álcool era a ressaca gigante da festa de aniversário. Olhei no relógio e era 15 para as 23:00. Procurei a minha irmã com os olhos e ela me fez um sinal de positivo. Pedi licença para o pessoal que estava na roda comigo, afirmando que não estava me sentindo bem.

     A hora que eu tava indo em direção a porta, encontrei a minha mãe.

     - Que foi filhote, que cara é essa? - ela perguntou preocupada me puxando pelo braço.

     - Acho que comi alguma coisa que não me fez bem, mamãe - respondi fazendo uma cara de dor - Vou até o banheiro pra ver se passa ok?

     - Tá bom filho, qualquer coisa me chama! - sorri confirmando com a cabeça e subi a escada que dava aos quartos.

     Mandei uma mensagem pra Sophia, pra ela distrair nossa mãe e ela me respondeu falando que ela já estava na parte de fora da casa. A barra tava limpa.

     Corri até meu carro, coloquei o endereço do apartamento da Mariana, que eu peguei com a Rafaela mais cedo. Ela também me passou o número do apartamento e assim, caí na estrada com essa missão.

     Em menos de uma hora já estava parado em frente ao prédio. Muito bonito por sinal. Tomei coragem e desci do carro, andando até a portaria. Informei pro porteiro o apartamento que eu iria, mas pedi pra ele não informar meu nome. Só dizer que era uma encomenda pra Mariana que chegou. Acho que se eu fosse uma pessoa normal, ele não faria isso. Com certeza me acharia que era um maluco invadindo o condomínio. Mas a fama me ajuda nessas horas, ele disse que só deixaria se eu tirasse uma foto com ele e mandasse um vídeo para seus filhos, que curtiam muito meu trabalho.

     Fiz isso e agora estava dentro do elevador, que me levava até a porta da casa dela. Confesso que a ansiedade me consumia por dentro. Que loucura que eu estava cometendo? O elevador abriu a porta quando deu exatamente meia-noite. Escutei alguns barulhos de fogos e o interfone do apartamento dela tocar. Esperei uns 40 segundos e toquei a campainha...

Notas da autora
Vocês conseguiraaaam! Bateram a meta de 10k! Muito obrigada pelo carinho gente. Isso me motiva a continuar cada dia mais!
E como prometido, farei uma pequena maratona.
Ao decorrer de hoje postarei alguns capítulos ok?
Mas não fiquem desesperados, eu ainda preciso escrever todos eles tá kkkkkkkkk
Até jajá então
Beijinhos 🫶🏻

Filhos do Mar || Gabriel MedinaOnde histórias criam vida. Descubra agora