Capítulo 31

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Mariana Rezende
     Acordei e já não vi mais o Gabriel na cama. A noite de sono foi tão maravilhosa, que eu nem sabia que horas era. Levantei e tomei um banho rápido, para dar mais energia.

     Coloquei uma roupa qualquer, levinha. Meus planos eram ficar o dia inteiro na praia. Eu não vou perder a oportunidade de estar com o maior surfista do mundo. Óbvio que eu ia abusar dos conhecimentos dele.

     Quando eu estava para sair do quarto, senti um cheiro maravilhoso de comida. O que será que esse homem tava aprontando?

     Fechei a porta e desci as escadas, indo em direção a cozinha. Escutei vozes e estranhei. Até onde eu sei, só nós estávamos aqui. Os meninos iam ficar na outra casa.

     Entrei no cômodo e fiquei encantada. Uma mesa completa de café da manhã. Não esperava que ele fosse se preocupar com isso. São pequenos gestos que realmente fazem a diferença. Ficamos ali um tempinho breve, conversando com a Cidinha. Era uma mulher muito simpática e aparentava ser simples. Quando ela se despediu dizendo que voltaria amanhã, meu coração não aguentou.

     - Fica em paz Cidinha - falei enquanto sentava ao lado do surfista - Curte seu fim de ano, a gente da um jeito por aqui, né Gabriel? -  perguntei encarando ele, meio que implorando pra ele concordar comigo.

   - Com certeza, aproveita com a família Cida - ele concordou e a Cidinha explodiu de felicidade, deu um abraço e um beijo na bochecha dele e se despediu de nós.

Comemos e organizamos a cozinha inteira, deixando tudo em seu lugar. Eu estava desesperada para cair na água e nadar um pouco. Por isso, assim que nós terminamos tudo, subi correndo e ajeitei todas as coisas na bolsa para podermos ir. A parte que eu estava ansiosa era que o Gabriel prometeu que deixaria eu escolher qualquer prancha pra usar. Esse homem tem centenas de pranchas e eu poderia escolher qualquer uma que eu quisesse. Estava muito animada para isso.

Antes de sair, passei para dar um oizinho para a Luna. Por incrível que pareça, ela se deu super bem com os outros cachorros da casa. To vendo que seria muito difícil na hora de ir pra casa.

Entrei em um quarto que parecia o paraíso na verdade. Muitas pranchas arrumadas em suportes, presos nas quatro paredes do cômodo. Várias cores, tamanhos e modelos. Eu estava parecendo criança quando entra em loja de brinquedos. Não sabia por onde começar a escolher.

- Tem certeza que eu posso pegar qualquer uma? Não quer escolher uma? - perguntei ainda meio receosa, provavelmente ele tinha sei lá um apego emocional por algumas.

- Escolhe a que você quiser, Mari. Estão todas à sua disposição - ele encostou no batente da porta e ficou ali, admirando a minha felicidade vendo as pranchas.

     Escolhi uma bem bonita, branca com detalhes coloridos. Ele pegou uma azul, muito bonita também. Prendemos as pranchas no suporte em cima do carro e fomos direto para a praia. Por ser perto da virada do ano, estava bem cheia. Eu até estranhei ele vir esse horário. Imagino que deve ser muito chato não poder curtir uma praia em paz, por ter muita gente pedindo foto e coisas assim. Mas pelo que ele me explicou, a galera de Maresias já estava acostumada com ele e outros surfistas famosos por ali. Que normalmente quem parava para tirar foto era turista, e mesmo assim eles eram bem respeitosos com ele.

     Fomos para um canto mais tranquilo , na ponta da praia. Ele disse que era o lugar que ele mais gostava de ficar, onde as ondas quebravam melhor. Bem ali tinha um quiosque, onde deixamos a bolsa com carteira, celulares e a chave do carro.

Filhos do Mar || Gabriel MedinaOnde histórias criam vida. Descubra agora