Capítulo 23

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Lalisa Manoban

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Lalisa Manoban


Seul-KR 09:13

Jennie e eu ainda estávamos no sofá, o silêncio após a conversa finalmente nos alcançando. Eu sabia que ela precisava de tempo para processar tudo o que havia descoberto sobre mim, mas, antes que qualquer uma de nós pudesse dizer mais alguma coisa, um som leve de passos desajeitados ecoou pelo ambiente, o cheiro familiar de Rosé me atingiu, e eu sorri antecipando a próxima cena.

Eu me virei, vendo Rosé descendo as escadas, com os cabelos bagunçados e ainda tentando abrir os olhos. Ela esfregava o rosto e resmungava algo inaudível, claramente lutando contra o sono.

"Estou morta de fome," ela murmurou com a voz arrastada, sem perceber minha presença. "Preciso de café. Onde está o café?" Rosé arrastava os pés em direção à cozinha, completamente alheia ao fato de que havia uma vampira no meio da sala.

Eu cruzei os braços e observei, um sorriso malicioso crescendo nos meus lábios. Jennie me olhou com um brilho travesso nos olhos, já prevendo o que viria.

"Bom dia, Rosé," eu disse, finalmente quebrando o silêncio com minha voz firme.

Ela congelou no lugar. Sua expressão de sono desapareceu em um instante. Ela virou-se lentamente, me olhando como se não acreditasse que eu estava realmente ali. "L-Lalisa?! O que você está fazendo aqui?"

Jennie riu ao meu lado, claramente se divertindo. "Lalisa chegou antes de você hoje, Esquilo," ela provocou, usando o apelido carinhoso que sempre fazia Rosé revirar os olhos.

Rosé balançou a cabeça e esfregou o rosto, tentando processar tudo. "Vocês duas já estão acordadas e funcionando? Nem mesmo o café ainda entrou no meu sistema!"

"Quer que eu prepare algo especial?" perguntei, sorrindo maliciosamente. "Talvez algo mais forte que café."

Rosé me lançou um olhar desconfiado. Jennie deu uma risada, entrando na brincadeira. "Não se preocupa, Esquilo. Lalisa não vai te oferecer sangue pro café da manhã."

Rosé franziu o cenho, ainda sem entender a piada, e suspirou. "Espero que não!" Ela se jogou no sofá ao lado de Jennie. "Mas sério, eu preciso de comida humana. Estou faminta."

Jennie não perdeu a oportunidade de mudar o assunto e provocá-la. "Falando em comida humana… e a Jisoo ontem à noite? Achei que vocês iam se devorar."

O rosto de Rosé ficou instantaneamente vermelho. "O quê?!" Ela arregalou os olhos, fingindo não entender. "Eu não sei do que você está falando."

Jennie deu mais uma risada, inclinando-se mais perto de Rosé. "Ah, claro que sabe. Vocês estavam flertando descaradamente, Rosé. Se eu e Lalisa não estivéssemos ali, aposto que teriam se beijado!"

Rosé tentou manter a compostura, mas não conseguiu evitar o sorriso nervoso. "Nós só estávamos... conversando."

"Conversando?" perguntei, levantando uma sobrancelha, claramente cética. "Parecia que o ar entre vocês estava pegando fogo."

Jennie deu uma última risada antes de lançar a provocação. "Seria impossível não perceber a química. Mas você tem que admitir, ela é atraente."

Ao ouvir essas palavras saindo da boca de Jennie, senti uma pontada de ciúmes subindo dentro de mim. Meu sorriso diminuiu um pouco, e eu a olhei de lado, tentando disfarçar a leve irritação que me tomou. Jennie, sendo sempre tão perspicaz, percebeu imediatamente a mudança no meu humor e lançou um olhar rápido para mim, com um pequeno sorriso no canto da boca, claramente satisfeita com a reação.

Rosé, no entanto, não perdeu a oportunidade de continuar a brincadeira. Ela bufou, cruzando os braços e soltou um comentário provocador. "Claro que ela é atraente, Jennie. Assim como você e Lalisa. Eu já disse, vocês duas são gostosas."

Jennie riu, e eu apenas revirei os olhos, sem conseguir evitar o leve desconforto que o comentário de Jennie havia causado. "Não vai ser fácil viver com você jogando esses comentários para o ar, Rosé," brinquei, mantendo o tom leve, embora Jennie e eu já tivéssemos entendido o verdadeiro subtexto ali.

Jennie então tocou de leve meu braço, como se fosse para me acalmar. "Relaxa, Lili. Só estou brincando." Ela piscou para mim de maneira carinhosa, deixando claro que estava ciente do meu ciúme e gostando da situação.

"Lili?" Eu pisquei algumas vezes, surpresa pelo apelido novo e inesperado. Ninguém nunca me chamou assim antes. Meu coração deu um salto, e, por um instante, fiquei besta, sem saber como reagir. Era como se aquele simples apelido tivesse o poder de me desarmar completamente.

Jennie sorriu ainda mais, percebendo o efeito que o apelido teve sobre mim. "Gostou do apelido?" ela perguntou, com uma piscadela travessa.

Eu tentei recuperar minha compostura rapidamente, mas sabia que Jennie já tinha notado o impacto que aquilo teve em mim. "É... diferente," murmurei, tentando soar indiferente, mas o sorriso bobo que eu não conseguia esconder provavelmente entregava tudo.

Rosé, completamente alheia ao pequeno jogo entre nós, se levantou, rindo. "Vocês duas são impossíveis."

Após a brincadeira e provocações, a conversa entre nós três fluiu naturalmente durante o resto da manhã. Rosé, mais desperta e com o humor afiado, mantinha a atmosfera leve, enquanto Jennie e eu trocávamos olhares cúmplices de vez em quando. Eu ainda me recuperava da surpresa do novo apelido — "Lili" — que ela havia me dado, e embora tentasse manter meu ar usual de confiança, era impossível não me sentir desarmada perto dela.

O tempo passou rapidamente, e logo o relógio marcava quase meio-dia. Apesar de ser domingo, eu tinha uma lista de compromissos esperando por mim, e minha presença era necessária. Eu não queria ir, mas sabia que não podia adiar mais.

"Eu preciso ir," disse, me levantando do sofá. Jennie fez uma expressão de desapontamento, mas logo suavizou com um sorriso compreensivo.

"Tem certeza que não pode ficar mais um pouco, Lili?" ela perguntou, com aquela voz suave que quase me fez reconsiderar.

Eu sorri, mas balancei a cabeça. "Infelizmente, tenho coisas para resolver. Mas a gente se vê logo."

Rosé, que havia estado observando em silêncio por alguns minutos, se levantou com um alongamento exagerado. "Bom, vocês duas podem continuar com esse clima aí, eu vou fingir que não estou aqui," brincou, rindo enquanto saía para a cozinha.

Jennie se levantou e me acompanhou até a porta, onde ficamos sozinhas por um momento. O silêncio entre nós agora era confortável, cheio de expectativas não ditas.

Quando chegamos à porta, Jennie me olhou com um sorriso suave. "Se cuida, Lili," ela disse, mas antes que eu pudesse responder, seus braços já estavam ao redor do meu pescoço, e nossos lábios se encontraram em um beijo acalorado. A intensidade do momento me pegou de surpresa. Havia paixão.

Eu a puxei para mais perto, sentindo o calor do seu corpo contra o meu, e por um momento esqueci de tudo: do trabalho, das obrigações, e até mesmo de quem eu realmente era. O beijo parecia durar uma eternidade, mas quando finalmente nos afastamos, nossas respirações estavam entrecortadas.

"Eu te vejo em breve," Jennie murmurou, ainda com os lábios próximos dos meus.

"Mais cedo do que você imagina," respondi, sorrindo de canto.

Com um último olhar, eu me virei e saí, sentindo o olhar dela me seguir enquanto eu caminhava até o carro. Mesmo com tudo o que eu tinha para fazer, a lembrança daquele beijo e o som suave dela me chamando de "Lili" ecoaram em minha mente pelo resto do dia.

Under the Veil of Night - jenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora