Radioactive

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O aroma do ratatouille perfumava a cozinha, preenchendo o ambiente com um toque de familiaridade e conforto. Regina havia preparado o prato favorito de Henry, na esperança de que aquele almoço amenizasse qualquer desconforto na conversa entre ele e Emma. Os três se sentaram à mesa com a convidativa comida à frente. Henry olhou para Regina, que sorriu de volta. Ambos compartilhavam uma cumplicidade que Emma não deixou de notar.

Emma os observava em silêncio. Percebia que a ligação entre Regina e Henry crescia diante de seus olhos, e por mais que isso aquecesse seu coração, havia também uma pontada de ansiedade. As coisas estavam mudando, Regina parecia estar assumindo um papel que Emma, por tanto tempo, carregou sozinha. Mas, mesmo com todo o receio, não pôde negar o quanto aquilo parecia certo.

Regina riu de algo que Henry murmurou para ela e o olhar cúmplice entre os dois era carregado de uma alegria silenciosa. Regina tinha se tornado mais do que uma presença reconfortante na vida dos dois, ela era uma parte essencial.

 “A comida está deliciosa, amor” elogiou a namorada em um sorriso gentil.

“Está mesmo! Eu amo ratatouille!” Henry completou visivelmente contente.

Emma sentia o coração batendo mais rápido enquanto a conversa que ela temia se aproximava. Queria não ter que fazer isso, queria aproveitar aquele almoço e deixar para outro dia, mas não podia.

“Henry…” começou Emma, desviando o olhar por um breve momento. “Eu preciso te contar uma coisa, garoto.”

Henry, que ainda sorria com a conversa anterior, olhou para sua mãe, o sorriso lentamente desaparecendo. Regina também voltou sua atenção para Emma, percebendo o peso da conversa que estava por vir.

“Você lembra daquele seu avô que você viu na foto?”
“Sim, me lembro” fraziu o cenho “O que foi mamãe?” Henry estava ansioso e Regina percebeu e esfregou sua palma nas costas do menino o acalmando.

“Hm... bem, ele quer te conhecer, garoto. O que você acha?” Emma disse, tentando soar o mais suave possível.

A reação de Henry foi imediata, ou a falta dela. Um silêncio pesado caiu sobre a mesa, Henry não respondeu, nem sequer se mexeu, apenas olhava seu prato com um olhar distante confuso.

Emma franziu o cenho, preocupada. “Está tudo bem, meu amor?” ela perguntou, sua voz cheia de cuidado.

Sem uma palavra, Henry de repente se levantou da mesa e correu para fora, o som de seus pequenos passos ecoando pela casa surpreendendo Emma.

Emma imediatamente se moveu para ir atrás dele, mas, antes que pudesse seguir, sentiu um toque suave em seu braço. Regina a segurava gentilmente, seus olhos encontrando os de Emma com uma calma quase surpreendente.

“Deixa eu fazer isso, querida” Regina pediu, a voz baixa, mas firme.

Emma hesitou. “Não precisa, Regina, já fez demais hoje e-”

“Emma, não...” Regina respondeu, seus olhos brilhando com uma mistura de emoções. “Eu quero isso, quero mais...” Olhou para Emma e em direção a Henry, seu olhar mostrava a expectativa e um apelo por mais. “Por favor, eu... eu quero ser alguém para ele também.” As palavras saíram com uma sinceridade que fez o coração de Emma bater ainda mais forte.

Emma ficou em silêncio por um momento, então abaixou o olhar, fixando-se no anel em seu dedo. A pedra brilhante era um lembrete diário de que Regina sempre estaria ali, da solidez da relação que estavam construindo, de que suas malditas regras de como não se apaixonar eram uma miragem de uma vida passada onde não tinha ninguém a quem confiar seu coração, uma vida que, neste momento, não existia mais.  Emma respirou fundo e, com um pequeno sorriso nos lábios, assentiu.

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