Regina estava sentada na pequena sala de espera do hospital, suas mãos agora enfaixadas pelos cortes estavam apertadas em torno do celular enquanto seus olhos encaravam o vazio. As luzes brancas e frias refletiam o ambiente estéril, mas dentro dela tudo parecia um caos. Seu coração batia lento, como se a qualquer momento fosse parar.
As palavras do médico ecoavam em sua mente, e por mais que ela tentasse manter a compostura, sentia-se à beira do colapso.
“Emma está em cirurgia, não podemos garantir que ela irá sobreviver, mas faremos o que estiver ao nosso alcance”
Ela queria acreditar que haveria uma chance, uma luz no fim deste túnel. Mas a cada minuto que passava mais parecia que seu final feliz escorria por entre seus dedos. Regina engoliu seco, tentando controlar a maré de desespero que ameaçava submergi-la. Levantou o celular e, com um esforço sobre-humano, discou o número de David.
“David?” A voz saiu quase inaudível, a garganta apertada pela angústia.
“David falando...” um silêncio se fez presente, do outro lado da linha, ela ouviu o tom preocupado de seu sogro, como se esse pressentisse o ocorrido “Regina, está tudo bem? Aconteceu algo?”
Regina respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas. Como ela poderia explicar que Emma estava lutando pela vida? “É a Emma… e-ela...” soluçou segurando uma onda de choro “David, a Emma foi baleada e... e-está em cirurgia agora” Ela engoliu em seco mais uma vez, sentindo as lágrimas ameaçando cair.
David ficou em silêncio por um momento, o que parecia uma eternidade. “Oh meu Deus, Regina...”
“Me desculpa... P-por favor, me desculpa...” choramingou apertando-se contra o telefone.
David com a voz embargada tentava manter a calma, mesmo sabendo ser impossível dado o momento crítico “Vai ficar tudo bem, se acalma...” Regina tentava se acalmar, mas ouvir as lufadas ansiosas no outro lado da linha agravava seu estado. David tentava controlar sua respiração. “H-Henry... ele está aí?”
“Não, ele está na escola ainda... vou pedir para Zelena buscá-lo e-”
Então sua voz, agora mais séria e cheia de urgência, respondeu: “Não precisa Regina, fica tranquila... eu estou saindo da empresa e agora e vou buscá-lo. Deixo-o com Ruby que está indo almoçar e vou direto para o hospital... s-só... fica de olho nela, por favor”
Regina assentiu, mesmo sabendo que ele não podia vê-la. "Certo... obrigada..." Ela desligou o telefone, mas quando o fez, a realidade voltou a esmagá-la com toda a força.
As lágrimas, antes contidas, finalmente escaparam, rolando silenciosamente por seu rosto. Regina se dobrou sobre si mesma, o corpo trêmulo. O hospital ao redor parecia abafado, cada barulho era uma lembrança amarga do que estava acontecendo do outro lado das portas cirúrgicas. O odor estéril e o zumbido das máquinas tornavam o ambiente agonizante.
Tudo parecia sufocante, insuportável. A espera era interminável e cruel.
A porta de vidro da recepção abriu-se suavemente, trazendo Kristin. Ela havia passado as últimas horas lidando com os policiais que vigiavam James, no segundo centro cirúrgico, mas agora sua atenção estava inteiramente voltada para Regina.
"Você precisa comer algo, já são 12 horas..." Kristin falou suavemente, mas Regina não teve forças para responder. Seus olhos inchados se fecharam e ela deixou escapar um suspiro pesado. Sem resistir, Regina se inclinou no ombro de sua amiga, sentindo o calor reconfortante da presença de alguém que se importava.
Kristin não disse mais nada, apenas passou os braços pelos seus ombros e ficou ali, permitindo que Regina encontrasse abrigo em meio a tempestade. O silêncio entre elas era pesado, mas havia um entendimento implícito que dispensava dizeres.
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Regras do Amor
FanfictionEm uma prestigiada universidade de Direito em Boston, Regina Mills, uma renomada advogada criminalista e professora de 35 anos, vê sua vida pessoal em crise. Casada com o também professor universitário Robin, que mantém um caso extraconjugal com Mar...