25/03
Visto que metade das cartas de Eliana ainda tinham de ser entregues, logo após a ACADEPOL, Eric se preparou para ir ao hospital à procura dos destinatários, que ainda estavam internados. Sem o carro de Kevin disponível, o jovem apenas trocou de roupa e saiu a pé até seu destino.
Chegando ao hospital, falou com uma das recepcionistas. Se apresentou como filho dos falecidos funcionários, Mário e Eliana, e lhe informou sobre seu objetivo ali. A recepcionista, por mais que jovem, sabia que o casal trabalhou ali por muitos anos e o quão queridos eram no ambiente. Lamentou a morte de ambos, e sem mais delongas, ajudou Eric a encontrar os pacientes.
Olhou para cada nome escrito nas cartas e os procurou, um por um, em seu computador, informando os quartos onde cada um se localizava.
— Antônio Soares... quarto 26, segundo andar — Sorriu meigo para Eric, disposta. — Eu vou entrar em contato com a gestão para permitirem sua entrada, tudo bem?
— Sem problemas! — exclamou, observando a recepcionista pegar o telefone branco, meio amarelado, com fio. Se lembrou de algo e chamou sua atenção. — Ah, um momento, por favor!
— Sim?
— Tem mais uma carta aqui, eu quase me esqueci dela. — Fuxicou o próprio bolso da calça, pegando a carta separada das outras. — Essa aqui. — A mostrou para a simpática mulher. — Ela não tem endereço, então imaginei que fosse uma paciente daqui. Mas também, não tem o nome completo dela.
Hesitante, a recepcionista pegou a carta, leu o nome "Amanda" e procurou por mais algo na parte de trás. Nada. Em silêncio, digitou no computador e esperou a grande lista de pacientes com aquele nome surgir na tela.
— Há várias mulheres com esse nome aqui no hospital, mas nenhuma que já foi atendida pela sua mãe ou até mesmo seu pai.
— É sério? — Ergueu as sobrancelhas e se aproximou do balcão para ver a lista no computador.
Virando a tela num ângulo em que Eric pudesse vê-la, a recepcionista o explica:
— Aqui estão todas as pacientes com o nome "Amanda" que já foram internadas, como também as que ainda estão aqui. Olhando para essa lista, são várias. Mas se eu pegar os documentos dos pacientes dos seus pais... — Mostrou as guias vazias — Nada. Parece que eles nunca atenderam nenhuma Amanda.
Com os olhos levemente arregalados, Eric afastou seu peitoral lentamente do balcão. Comentou consigo mesmo:
— Que estranho...
— Você já olhou dentro da carta? Talvez o nome completo ou o endereço estejam aí.
— Não, mas... acho que seria desrespeitoso se eu fizesse isso... se não tiver nada, terei a aberto em vão... — Quase sussurrou.
— Você quem sabe. Ela está no seu comando, então você decide o que vai fazer! — Sorriu ternamente para Eric, tornando a fazer a ligação.
Enquanto a recepcionista falava com seus superiores, o jovem encarava a carta em suas mãos. Questionou se deveria mesmo abri-la para procurar alguma pista sobre a misteriosa Amanda.
"Uma paciente fantasma, praticamente."
Pensou.
"Será que a carta ainda estava sendo planejada? Mas meus pais não atendiam nenhuma Amanda... será que a conheceram fora do hospital?"
Hesitou por alguns segundos e logo se decidiu.
"Se for para entregar essa carta mesmo, eu terei a oportunidade mais tarde. Só não sei como..."
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Money Killer
Misterio / SuspensoPor um lado, o policial civil Eric Arruda busca incessantemente por informações sobre os misteriosos Money Killers, que prosseguem matando os cidadãos de Burano Lin por prazer e dinheiro. Depois que seus pais foram mortos pelo mais perigoso daqueles...