11. Momentos

1.1K 79 7
                                    

<3

O dia havia amanhecido tranquilo. Rebeca estava se aquecendo quando Gabi mandou uma mensagem avisando que chegaria um pouco mais tarde do que o esperado.

O treino sempre era meio parado, mas a expectativa da presença de Gabriela a animava para não errar em nada e depois encher o saco da jogadora enquanto se gabava por seus acertos. Ela gostava muito da dinâmica entre elas, não podia negar.

O cronograma daquele dia era focado nas paralelas. As ginastas mais novinhas se mexiam nervosas na fila para começar, enquanto Jade as observava ao seu lado com um sorriso.

— Você vai ser uma ótima treinadora — Rebeca disse, empurrando o ombro dela com o seu e sorrindo.

E um riso lindo iluminou o rosto de Jade. Aquilo era um fato, todo mundo sabia que ela seria excepcional como treinadora. Afinal, todos ali já a amavam.

De repente, uma figura alta e familiar apareceu na entrada do ginásio. Andrade colocou seus óculos de novo para enxergar melhor Gabi, que vinha em sua direção com um sorriso tímido.

— Você veio — Rebeca disse, abraçando-a.

— Você me chamou — Gabriela respondeu, beijando sua cabeça e cumprimentando Jade com um sorriso. — E aí? Quando é a sua vez?

— Daqui a uns minutos... Depois, pensei em sairmos para jantar, o que você acha?

— Já vai nos abandonar, bonitinha? — Flávia disse, surgindo do nada e assustando Rebeca, que deu um pulinho e a xingou. Ela cumprimentou a jogadora de vôlei e seguiu direto até as barras.

Andrade revirou os olhos e Gabriela riu, divertida.

— Às vezes, acho que ela não gosta de mim.

— O quê?! Ela gosta mais de você do que eu — Rebeca falou como se fosse óbvio, dando um tapinha no peito dela.

— Então, você realmente gosta de mim, é? — Gabi sussurrou, aproximando-se da ginasta.

Rebeca arregalou os olhos e saiu apressada, indo direto na direção das amigas, com o rosto vermelho de vergonha.

Ela esperou Flávia terminar sua série para começar a sua, e sorriu tímida ao ver Gabriela observando seu corpo enquanto ela se preparava.

Andrade pulou e se esforçou ao máximo para não errar nada com os olhos atentos de uma certa mulher cravados nela. Nem nas Olimpíadas, com toda a pressão e milhares de pessoas assistindo, ela sentia o nervosismo que sentia naquele momento, com a total atenção da mulher que gostava.

No final, ela cravou perfeitamente e direcionou o olhar para Gabriela, que aplaudia com uma expressão orgulhosa. O coração de Rebeca se aqueceu com a visão e um sorriso vibrante surgiu em seu rosto.

— Você foi perfeita! — Gabriela falou animada.

— Que tal me recompensar agora, hum?

— Claro, vou te levar a um lugar incrível... — Ela respondeu, passando o braço em volta dos ombros da ginasta e a puxando para mais perto enquanto se despediam das amigas.

Elas saíram sozinhas, deixando as outras ginastas trocando olhares maliciosos, e Gabi a levou a seu restaurante favorito.

Guimarães era uma mulher extremamente gentil, sempre abrindo a porta do carro, perguntando se estava bem ou acariciando seu corpo inconscientemente, e Rebeca adorava isso.

Chegaram ao restaurante, e foi tudo absolutamente incrível. A ginasta provou todo tipo de comida e saiu apaixonada pelo lugar tanto quanto Gabriela, que já frequentava há muito tempo.

Estavam em um espaço reservado só para elas, com uma sacada e vista linda do Pão de Açúcar.

— Tim-Tim — Gabi brindou, com uma taça de champanhe laranja nos dedos, enquanto Rebeca bebia vinho tinto e sorria até para o vento.

— Esse tá' amargo. Posso provar o seu? — Ela perguntou inocentemente, fazendo um bico e encarando com um olhar fingido.

— Claro, como é o seu? — Gabriela disse, mas quando Rebeca estendeu a taça, ela abaixou a mão e roubou-lhe um beijo: — Prefiro o seu gosto.

Andrade corou da cabeça aos pés e riu baixinho, sem conter a reação surpresa.

— Você é terrível — disse ela, enlaçando o pescoço da outra com seus braços.

— Vai, você gosta — Gabi respondeu, e Rebeca apenas revirou os olhos, mas não negou. Seus lábios alcançaram o rosto da ginasta, descendo em beijos, os lábios deslizando pela pele aquecida. — Quer dormir lá em casa hoje? Olhei seu cronograma, amanhã é sua folga, não?

A jogadora passou os braços pela cintura dela e a puxou mais para perto, inclinando-se para dar atenção à pele desnuda do colo de Rebeca, e não era a diferença de altura que iria impedir.

— Só com uma condição... — Andrade segurou o queixo de Gabi e afastou-se para olhá-la nos olhos: — Você tem que cozinhar pra mim de manhã, como fez hoje.

— Claro, senhorita. Estou à sua mercê — ela respondeu, beijando a bochecha da ginasta e piscando maliciosamente.

Rebeca sorriu de orelha a orelha e a beijou com fervor, quase terno, se não fosse sua mão deslizando até o peitoral da mais alta.

As duas sabiam o que aconteceria se ficassem isoladas por mais de 10 minutos num apartamento com uma cama enorme e macia, mas nenhuma delas se opôs a essa ideia. Muito pelo contrário, elas desejavam esse momento.

Are We Still Friends? - Fanfic/Au Rebi (Rebeca Andrade e Gabi Guimarães)Onde histórias criam vida. Descubra agora