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Ayla se aproximou cautelosamente da penseira, seus olhos fixos no frasco que flutuava logo acima da bacia prateada. Ela estendeu a mão, curiosa e intrigada, e, ao tocar o frasco, sentiu um leve formigamento na ponta dos dedos. No entanto, antes que pudesse fazer mais, a porta da sala se abriu com um som repentino. Minerva McGonagall entrou apressada, sua expressão cheia de preocupação.

Ela correu até Ayla, examinando-a de cima a baixo em busca de qualquer sinal de ferimento. Quando se certificou de que Ayla estava ilesa, seus olhos se voltaram para a penseira.

"Você está bem?" Minerva perguntou, claramente aliviada.

Ayla assentiu e apontou para a bacia com o frasco flutuante. "Eu encontrei essa sala e... essa bacia estranha. E esse frasco estava flutuando sobre ela."

Minerva respirou fundo, reconhecendo o objeto. "Isso não é uma simples bacia, Ayla. É uma penseira... um artefato mágico que nos permite ver e reviver memórias."

Com delicadeza, Minerva pegou o frasco das mãos de Ayla, abriu-o e despejou o conteúdo prateado na penseira, que começou a girar lentamente, como uma poça de luz líquida.

"Venha," disse Minerva, sua voz calma, mas determinada. "Acompanhe-me."

As duas se aproximaram da bacia, e Minerva abaixou a cabeça, sinalizando para Ayla fazer o mesmo. Juntas, mergulharam suas cabeças na penseira, sendo puxadas para dentro das memórias misteriosas que aguardavam.

A memória começou a se revelar diante de Ayla e Minerva como se o tempo voltasse para um momento perdido na história. A sala que agora as envolvia era construída por dois bruxos, cujas vestes antigas e poderes pareciam transcender o tempo. Com gestos elegantes e palavras murmuradas em uma língua antiga, eles conjuravam as paredes e o teto ao redor, enquanto uma magia nunca vista envolvia o lugar.

— Está tudo pronto? — perguntou o primeiro bruxo, o olhar penetrante enquanto observava a obra-prima de sua magia.

O outro bruxo assentiu, mas sua expressão carregava preocupação.

— A chave foi escondida? — insistiu.

— Talvez bem demais... — murmurou o segundo, franzindo o cenho. — Quem saberá o caminho que abrimos?

O primeiro bruxo soltou um suspiro e completou:

— Será impossível de seguir?

— Apenas para aqueles que não podem ver os rastros de magia ancestral... como eu posso — respondeu o segundo com confiança, enquanto seus olhos brilhavam com o poder que apenas ele parecia compreender.

— Sua habilidade de ver além do que os outros enxergam não será suficiente, Percival... — alertou o primeiro bruxo. — Estamos confiando segredos poderosos à pessoa que seguir este caminho. Há quem faça de tudo por esse conhecimento.

Percival ergueu o olhar, sua expressão determinada.

— Sim. E se estivermos corretos, Charles, a bruxa ou o bruxo que concluir as provas terá provado merecer esse conhecimento... e a responsabilidade que o acompanha.

Charles assentiu lentamente, sua voz grave e cheia de cautela.

— Fizemos tudo o que podíamos.

A memória começou a desvanecer, e antes que ela terminasse, Percival ergueu a varinha e extraiu sua própria lembrança, depositando-a com cuidado no frasco que Ayla havia encontrado anteriormente na penseira.

Assim que a cena se dissolveu, Ayla e Minerva ergueram suas cabeças da penseira. O silêncio que seguiu era pesado, carregado pela revelação que acabavam de testemunhar.

A HERDEIRA OCULTA - H.GOnde histórias criam vida. Descubra agora