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Ayla subindo as escadas que levam ao escritório de Dumbledore. O corredor é longo, iluminado apenas por tochas que lançam sombras nas paredes de pedra, e os degraus antigos rangem sob seus pés. O som de seus passos ecoa suavemente pelo ambiente silencioso, e o nervosismo começa a se intensificar conforme ela se aproxima da porta do diretor. O icônico gárgula já havia permitido sua passagem, e agora, ao chegar diante da porta de madeira maciça, Ayla respira fundo antes de bater suavemente.

— Entre — a voz serena de Dumbledore ecoa do outro lado.

Ayla empurra a porta e entra no escritório. O ambiente é dominado por estantes cheias de livros antigos, instrumentos mágicos girando e fazendo pequenos sons curiosos. A fênix de Dumbledore, Fawkes, está empoleirada em seu suporte, observando-a com seus olhos inteligentes e brilhantes. Dumbledore está sentado atrás de sua mesa, suas mãos unidas em frente ao rosto, com um olhar acolhedor, mas atento.

— Bem-vinda ao meu escritório, Ayla — ele diz calmamente, gesticulando para que ela se sente em uma das confortáveis cadeiras à sua frente.

Ayla sente um arrepio percorrer sua espinha, mas se esforça para manter a compostura.

— Obrigado, professor — responde enquanto se senta, suas mãos inquietas no colo. A sala, mesmo com toda a sua grandeza, parece apertada devido à ansiedade que a consome.

— A professora McGonagall disse que o senhor queria falar comigo... Eu fiz algo de errado?— Sua voz sai mais aflita do que ela esperava.

Dumbledore sorri suavemente. — Não, não se preocupe, Ayla. Não fez nada de errado. Eu só queria conversar com você. — Seus olhos azuis brilhavam por trás dos óculos de meia-lua. — Parece que houve alguns acontecimentos importantes em sua vida recentemente, não é mesmo?

Ayla abaixa os olhos por um momento antes de responder. —Sim, professor. A professora McGonagall contou tudo o que aconteceu?

—Sim— Dumbledore responde com um leve aceno de cabeça. — Minerva teve sorte de você estar com ela naquele momento.

Ayla franze a testa, confusa. — Por quê, professor? A professora que nos salvou.

Dumbledore faz uma pausa, seus olhos fixos nela com uma expressão de curiosidade.

—Sim, Minerva foi essencial, mas quem abriu a chave e resolveu os enigmas foi você, Ayla.

Ela o olha incrédula, a confusão crescendo dentro dela.

— Eu?

— Sim — Dumbledore diz com um tom tranquilo.

— Você pode não perceber agora, mas há uma habilidade especial dentro de você. Logo entenderá mais sobre o que isso significa.

Ayla fica quieta por um momento, a mente girando.

— Professor, o senhor está sendo muito vago... Quem são meus pais? E por que eu sou descendente de Salazar Slytherin?— Ela hesita por um segundo. — O senhor já sabia disso?

Dumbledore respira fundo, como se estivesse ponderando as palavras certas.

— Respire, minha menina — ele aconselha com gentileza.

— Eu não sabia quem eram seus pais até conhecê-la no orfanato e começar a investigar sua história. Seu pai era Morfino Gaunt, um bruxo perigoso que está preso em Azkaban por matar a família paterna de Tom Riddle. Seu pai era tio de Tom, o que faz de você... prima de Tom Riddle.

Ayla fica em silêncio, seu coração batendo rápido. O nome ressoa em sua mente, mas o significado não é totalmente claro.

—E quem é esse Tom?— pergunta com curiosidade.

A HERDEIRA OCULTA - H.GOnde histórias criam vida. Descubra agora