𝐂𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟐𝟔

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Harry estava cada vez mais imerso em seus planos, e o comportamento evasivo não passou despercebido por seus amigos. Draco e Theo começaram a questionar suas constantes ausências, mas Harry, mantendo sua postura calculista, dava respostas vagas, alimentando a desconfiança. As madrugadas se tornaram suas aliadas, quando ele escapava para investigar o corredor proibido no terceiro andar. Nessas incursões, Harry descobriu um alçapão guardado por um imponente cérbero.

Enquanto seus amigos se perguntavam o que Harry estava escondendo, ele passou a dividir seu tempo entre os encontros furtivos com Voldemort e as investigações sobre como acessar o alçapão. As reuniões com Voldemort estavam se tornando cada vez mais tensas. O lorde das trevas, preso em sua forma deplorável, tornava-se cada vez mais impaciente, pressionando Harry por resultados rápidos.

Harry, por sua vez, mantinha o controle da situação, mas a impaciência de Voldemort começava a testar os seus limites. O garoto não deixava transparecer, porém, sua frieza e determinação cresciam a cada encontro. Ele sabia que estava no caminho certo. Com suas pesquisas, descobriu que para acalmar o cérbero, bastava usar o encantamento de uma arpa, uma informação que o colocou um passo mais perto de alcançar a Pedra Filosofal.

Harry já tinha tudo planejado, mas sabia que o tempo estava correndo. Dumbledore e seus professores não podiam suspeitar de nada, e Voldemort, com sua impaciência crescente, era uma bomba-relógio. Ele precisaria agir rápido, antes que o lorde das trevas decidisse tomar alguma atitude por conta própria. O controle da situação, mais do que nunca, estava nas mãos de Harry, e ele não estava disposto a deixá-lo escapar.

Nos dias que se seguiram, a atmosfera em Hogwarts estava carregada de expectativa, pois havia chegado o tão aguardado dia de correspondências, quando as corujas traziam cartas e notícias das famílias para os alunos. A ansiedade pairava no ar, cada aluno esperando com apreensão o momento em que sua coruja pousaria à sua frente, carregando recados de casa, lembranças, e, para alguns, até pequenos presentes.

No primeiro dia de correspondência em Hogwarts, Harry estava desanimado, sem grandes expectativas. Sabia que não haveria cartas esperando por ele, afinal, os Dursley jamais se importariam em lhe escrever. A lembrança de sua vida com os tios apenas reforçava a sensação de isolamento que ele costumava sentir em momentos como aquele.

Por esses motivos, Harry não esperava receber nenhuma carta naquele dia. No entanto, sua surpresa foi evidente quando uma bela coruja marrom, de olhar gentil e suave, pousou à sua frente pela primeira vez. Ele ficou intrigado, se perguntando de quem poderia ser a carta, já que jamais havia visto aquela coruja antes, e certamente não esperava que alguém de seu passado ou presente se importasse o suficiente para lhe escrever.

Ao pegar a carta e ver os remetentes, Selene e Alaric, Harry foi tomado por um misto de felicidade e saudade. Selene, com seu jeito caloroso, escrevia como se fosse uma verdadeira mãe, orgulhosa e preocupada. Ela expressava o quanto sentia sua falta e o orgulho que sentiu ao saber que ele havia sido selecionado para a Sonserina. Em sua carta, Selene não economizava no carinho, fazendo perguntas típicas de uma "mamãe coruja" – queria saber se ele estava se alimentando bem, se estava dormindo o suficiente e se estava se dedicando aos estudos. Para Harry, que nunca conhecera esse tipo de cuidado familiar, a sensação era tanto reconfortante quanto um tanto nova.

Alaric, com seu jeito irreverente, escrevia a Harry como um verdadeiro pai. Embora também expressasse orgulho, assim como Selene, suas palavras vinham com um toque de diversão e cumplicidade. Ele confidenciava, de forma quase conspiratória, que, escondido de sua esposa, o incentivava a aprontar bastante – desde que não fosse pego, é claro. "Faça altas travessuras", ele aconselhava, "e aproveite cada segundo em Hogwarts." Alaric também lembrava a Harry que ele e Selene haviam sido da Sonserina, compartilhando memórias de sua própria juventude na casa, e mencionava o quanto sentia falta do garoto, como se ele já fosse parte da família há muito tempo.

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