𝐂𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟑𝟐

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Tom estava sentado em seu luxuoso escritório, com a luz suave das velas iluminando o ambiente enquanto ele revisava uma pilha de documentos. O retorno ao poder demandava organização minuciosa, e ele estava imerso em planos estratégicos, detalhando cada passo de seu futuro ressurgimento. A responsabilidade de reconstruir suas alianças e reinstaurar sua influência exigia que ele analisasse meticulosamente as informações sobre o estado atual do mundo bruxo.

O silêncio do ambiente apenas intensificava sua concentração, até que algo interrompeu sua tranquilidade. Ele sentiu, de maneira súbita e quase imperceptível, as barreiras mágicas que protegem a mansão cederem por um breve momento, como se tivessem sido tocadas por uma presença externa. Os feitiços de proteção que ele havia erguido nunca falharam sem razão. Isso significava apenas uma coisa: alguém havia conseguido entrar.

Ele franziu o cenho, o olhar escuro agora fixo na porta do escritório. Não estava esperando ninguém. Quem ousaria atravessar suas defesas sem aviso? Quem seria audacioso ou tolo o suficiente para se aproximar dele sem convocação?

Com os sentidos aguçados, ele se levantou lentamente, os olhos brilhando com uma mistura de curiosidade e irritação. Enquanto se preparava para investigar a chegada inesperada, sua mente começou a trabalhar rapidamente. Amigo ou inimigo? Alguém conhecido ou uma surpresa? O mistério apenas aumentava sua impaciência.

Tom: Quem seria tão ousado a ponto de entrar sem ser convidado? 

O lorde murmurou para si mesmo, caminhando em direção à porta, já calculando os possíveis cenários.

Afinal, ninguém jamais chegava até ele sem motivo.

Ao caminhar pelos corredores escuros e silenciosos da mansão, Tom tirou a varinha do bolso, os dedos firmemente envoltos em torno dela. Seus sentidos estavam em alerta máximo, prontos para qualquer eventualidade. Ele desceu as escadas de mármore com passos leves e calculados, o olhar afiado percorrendo cada canto da casa. Estava quase chegando à sala principal quando ouviu o som repentino de vidro se estilhaçando. Um músculo em sua mandíbula se contraiu de irritação. "Quem ousaria destruir algo em minha mansão?" pensou, os olhos faiscando de raiva contida.

Quando entrou na sala, o que encontrou o deixou atônito: Harry Potter, o garoto que havia sido crucial em seus planos até agora, estava casualmente sentado em seu sofá, como se fosse o dono do lugar. O corpo relaxado, uma perna cruzada sobre a outra, e um sorriso despreocupado brincando em seus lábios, como se estivesse perfeitamente confortável em invadir o santuário pessoal de Tom Riddle.

Tom: Você por aqui?

Tom perguntou, a voz baixa, porém carregada de tensão.

Harry: Tom, sentiu minha falta?

Ele respondeu com uma leve inclinação de cabeça, quase desafiador.

Harry ainda não tinha se atrevido a levantar os olhos para Tom Riddle. Estava ocupado, distraindo-se ao brincar com sua varinha nas mãos. Contudo, quando finalmente olhou para o lorde das trevas, todo o ar em seus pulmões simplesmente desapareceu.
Tom estava de pé, em toda sua imponência, uma visão completamente diferente do que Harry havia imaginado. Não havia traço algum do monstro desfigurado das histórias. Ao invés disso, o homem à sua frente era de uma beleza quase sobrenatural, como se esculpido pelos próprios deuses. Sua pele, de um branco impecável, parecia quase brilhar sob a luz suave das velas, um contraste perfeito com os cabelos pretos ondulados que caíam despretensiosamente até seus ombros, conferindo-lhe um ar de descuido calculado.

Os olhos vermelhos, intensos e penetrantes, eram uma perdição por si só. Havia algo neles que capturava Harry de imediato, uma força irresistível que o prendia, como se estivesse diante de um abismo perigoso, mas estranhamente atraente. Cada traço do rosto de Tom era preciso, desde a mandíbula forte até os lábios cheios e bem desenhados, que pareciam feitos para seduzir. Ele emanava uma aura de poder bruto e controle absoluto, algo que não apenas intimidava, mas também despertava um desejo oculto e inquietante em quem o olhasse.
Harry estava sem palavras. Ele nunca tinha sentido algo assim antes. Jamais, em toda sua vida, havia se sentido atraído por outro homem — ou por qualquer outra pessoa, de fato. Mas o lorde das trevas, Tom Riddle, era diferente. Havia uma intensidade ali, um magnetismo que era simplesmente impossível de ignorar. O olhar afiado e, ao mesmo tempo, quase convidativo de Tom o fazia questionar tudo o que ele pensava saber sobre si mesmo.

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