𝐂𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟒𝟏

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Tom ergueu o queixo, olhando para Harry com intensidade. Seus olhos escuros pareciam sondar cada pensamento, como se estivesse avaliando sua disposição.

Tom: O que eu vou te ensinar, Harry, são coisas que poucos são dignos de aprender. Poucos conhecem a verdadeira magnitude do que estou prestes a mostrar.

Harry sentiu uma pontada de expectativa misturada com admiração. Ele sabia que Tom não era do tipo que oferecia esse tipo de conhecimento de forma casual. Havia um poder latente em cada palavra, como se cada sílaba tivesse peso próprio.

Harry: Estou pronto, Tom. Eu quero entender... quero ir além.

Tom assentiu, aprovando a determinação no olhar de Harry. Ele começou lentamente, andando ao redor de Harry, que o seguia com os olhos atentos.

Tom: Primeiro, antes de qualquer feitiço ou ataque, vem o controle de si mesmo. É o princípio do poder. Força sem controle é caos, Harry. Aprenda isso.

Harry absorveu cada palavra enquanto Tom assumia uma postura ereta e controlada, demonstrando com o próprio corpo o que queria ensinar. Ele respirou fundo, como se estivesse acalmando cada célula. Em seguida, seus movimentos eram fluidos, deliberados, cada gesto milimétrico, mostrando que a força verdadeira vinha do autocontrole.

Tom: Feche os olhos, Harry. Respire fundo e sinta cada centímetro do seu corpo. Encontre o centro... e fique nele.

Harry fechou os olhos, sua respiração desacelerando conforme ele tentava fazer o que Tom dizia. Ele podia sentir o mundo ao seu redor se aquietando, como se uma energia interna fosse despertada. Então, sentiu a mão firme de Tom em seu ombro, quase como uma âncora.

Tom falava em um tom quase sussurrado, porém firme.

Tom: A raiva, Harry... é uma chama. Pode consumir, se descontrolada. Ou pode se tornar uma lâmina, afiada e precisa. Mas nunca as duas ao mesmo tempo."

Harry abriu os olhos, absorvendo as palavras de Tom. A tensão, que antes não notava, parecia estar se dissipando.

Harry: Você fala disso como se fosse uma arma que controlamos. E se... não for suficiente? E se essa raiva acabar me tomando?

Tom, com um leve sorriso de quem já enfrentou o mesmo dilema, deu um passo para trás, observando Harry atentamente.

Tom: Então você não será digno do poder, Harry. O controle é tudo. Sem ele, a raiva é o seu mestre; com ele, é sua ferramenta.

Eles ficaram em silêncio, o peso das palavras ressoando no ambiente. Tom fez um sinal para que Harry tentasse de novo, guiando-o com gestos lentos e palavras precisas.

Tom: Mantenha o foco. Esqueça o mundo ao seu redor e ouça apenas a sua respiração. Ela será sua força. Inspire, expire... sinta cada partícula de ar entrando em seus pulmões. Este é o controle.

Harry seguiu as instruções, e pela primeira vez, sentiu uma centelha do que Tom estava lhe mostrando. Um estado de consciência onde tudo era mais claro, onde ele não era levado pela raiva, mas a moldava.

Harry: É difícil... parece que toda emoção fica mais forte quando tento controlá-la.

Tom: Sim, é assim que deve ser. Esse é o início. Com o tempo, se tornará natural. Lembre-se: a força verdadeira não está no poder bruto, mas na precisão de cada movimento, no domínio de cada emoção.

Os dois se encararam, e Harry pôde ver nos olhos de Tom o reflexo de alguém que já percorreu aquele caminho. Para ele, não era só um ensinamento; era um legado, algo que ele estava disposto a compartilhar apenas com alguém que considerava especial.

Tom: Agora, mais uma vez. E, desta vez, permita que a sua raiva seja domada, como uma serpente em suas mãos. Seja o mestre, Harry.

Harry, agora com uma determinação renovada, fechou os olhos novamente e inspirou profundamente, sentindo a orientação de Tom quase como um pulso de energia. Ele sabia que aquilo não era apenas uma lição — era um vínculo de confiança.

[...]

A noite inteira foi uma batalha de paciência e autocontrole. Tom estava determinado a ajudar Harry a domar suas emoções, e Harry, por mais que tentasse, ainda se via escorregando. A cada erro, um olhar de Tom o incentivava a continuar, e as palavras eram sempre firmes, mas carregadas de uma certa compreensão.

Tom: Harry, controle não é inato, é aprendido. Se deseja força, então aprenda a guiar cada pensamento, cada impulso. Isso é o que separa o poderoso do impulsivo.

A cada repetição, Harry sentia o cansaço se acumulando, mas havia algo na voz de Tom que o fazia insistir. Finalmente, já ao amanhecer, Tom se aproximou com um leve sorriso de aprovação.

Tom: A resistência é parte do caminho, Harry. Você fez progresso hoje, lembre-se disso.

Harry, exausto, assentiu com um olhar de gratidão. Ele sabia que essas sessões exigiam muito mais que energia física — era uma guerra contra suas próprias emoções.

Ao retornar à mansão já eram quatro da manhã, e ele estava completamente esgotado. Ao se deitar, sentiu o cansaço invadir cada músculo. Mas, ao fechar os olhos, um pensamento persistiu: ele estava aprendendo a se tornar algo maior.

Quando acordou, o sol já estava alto. Esfregando os olhos, percebeu que havia dormido até o horário do almoço. Ao descer para a sala de jantar, encontrou Selene e Alaric já sentados à mesa. Ao cruzar a porta, sentiu o olhar de Selene perfurar-lhe a alma — um olhar bravo e decidido, o tipo de olhar que ele tinha aprendido a respeitar.

Harry: Boa tarde! Antes de qualquer coisa... eu peço desculpas por não ter aparecido no café da manhã.

Selene cruzou os braços, mantendo o olhar firme.

Selene: E eu posso saber o porquê de você não ter acordado para o café? Sabe que a pontualidade é importante.

Harry, se esforçando para manter uma postura calma, respondeu com cautela.

Harry: Eu… acabei indo dormir tarde, estava entretido lendo um livro.

Selene estreitou os olhos, desconfiada. Antes que ela pudesse retrucar, Alaric, sentado ao lado dela, interviu com um sorriso acolhedor.

Alaric: Querida, acalme-se. Não é nada demais. Veja pelo lado positivo: ele estava até tarde lendo. Podia ser pior.

Selene hesitou por um instante, mas Alaric lançou-lhe um olhar cúmplice, suavizando sua expressão. Harry, aliviado, lançou um olhar agradecido a Alaric, que apenas deu um leve aceno em resposta.

Suspirando,mas com um sorriso contido,Selene havia aceitado,além do marido estar certo,ela não conseguia ficar brava com Harry por muito tempo.

Selene: Muito bem, Harry. Mas que isso não se torne um hábito. E da próxima vez, avise quando for dormir tão tarde.

Harry: Prometo que vou me esforçar, Selene. Não queria preocupá-la.

Selene inclinou-se um pouco, tocando a mão de Harry sobre a mesa, seu olhar suavizando.

Selene: Você faz parte dessa família, Harry. Eu me preocupo com você tanto quanto com qualquer um aqui. E, por favor, sinta-se à vontade para nos contar, seja o que for.

Harry sorriu, sentindo um calor acolhedor ao ouvir aquelas palavras. Havia um laço que ia além do sangue — era uma família escolhida. Alaric deu-lhe um sorriso de aprovação, e Harry sentiu que estava, finalmente, no lugar certo.




Continua...


⚠️ Aviso⚠️
"Eu peço desculpas pela demora,esse capítulo de hoje não é muito grande,só que não queria deixar vocês por muito tempo sem atualizações. Espero que todos vocês gostem."

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