𝐂𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟑𝟗

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A semana transcorria em perfeita harmonia, cercada de momentos que Harry jamais esqueceria. Cada atividade parecia ser uma peça que, juntas, formavam um mosaico de carinho, união e amor. Os dias ensolarados foram preenchidos por piqueniques no extenso jardim, onde todos riam e conversavam despreocupadamente. As tardes na biblioteca foram igualmente agradáveis, enquanto liam e discutiam livros, com chá sempre ao alcance. Para Harry, essas eram as experiências de uma vida que ele nunca imaginou viver.

Um dos momentos mais marcantes foi a ida ao mundo trouxa. Harry mencionou casualmente que seus tios nunca o haviam levado ao cinema, e isso foi o suficiente para que Selene e Alaric decidissem que ele merecia essa experiência. No escuro da sala de cinema, com pipoca nas mãos e risos compartilhados, Harry sentiu o calor de algo que ele nunca teve: uma família que se importava com seus desejos e gostos, e que queria compartilhar momentos simples, mas significativos, com ele. Ele sabia que aquela memória ficaria guardada em seu coração para sempre.

Com o Natal se aproximando, a mansão começou a se transformar. Mas, ao contrário de muitas famílias bruxas, que delegavam as decorações aos elfos domésticos, Selene e Alaric fizeram questão de que todos participassem. Harry, encantado, ajudou a pendurar guirlandas, enfeitar árvores e espalhar luzes mágicas por todos os cantos. O espírito festivo estava por toda parte, mas o que realmente fazia diferença para ele era o sentimento de pertencimento. A sensação de estar ali, de ser parte daquela família, fazia seu coração aquecer.

Mais do que apenas as decorações de Natal, o casal queria também realizar o ritual de Yule, uma tradição antiga que celebrava o solstício de inverno. Harry, fascinado, se viu envolvido na preparação do altar, nas velas e nas ervas usadas na cerimônia. A importância do momento não estava apenas na magia ou na tradição, mas no fato de que eles estavam fazendo isso juntos, como uma família.

Enquanto colocavam as últimas decorações na árvore de Natal, Harry, com um sorriso sincero, observava Selene e Alaric trocando olhares carinhosos, trabalhando em harmonia. O amor que tinham entre si era evidente e transbordava para ele. Em um momento de pausa, Alaric colocou a mão no ombro de Harry e disse: 

Alaric: É assim que sempre quisemos que fosse, Harry. Uma família unida. E você faz parte disso agora.

Harry sentiu o peito se encher de emoção. A sensação de ser acolhido, de ser amado por uma família que escolheu amá-lo, era mais poderosa do que qualquer feitiço. Olhando ao redor, ele sabia que, finalmente, estava em casa.

[...]

Era madrugada de sexta-feira. O silêncio envolvia a casa, quebrado apenas pelo crepitar da lareira. Harry estava prestes a sair, ajustando sua jaqueta enquanto passava pelo corredor. Ao olhar para a sala de estudos, viu uma luz tênue refletida pelo fogo, e lá estava Alaric, sentado, com uma expressão distante.

Harry hesitou por um momento, mas algo naquela cena o puxou para dentro. Ele viu que Alaric segurava algo entre as mãos, olhando fixamente.

Harry: Alaric?

A voz baixa de Harry quebrou o silêncio, e Alaric se sobressaltou levemente, perdido em pensamentos. Seus olhos encontraram os de Harry com um sorriso suave.

Alaric: Oi, Harry... Não te vi aí.

Harry: Atrapalho?

Alaric: Claro que não, querido. Entra, sente-se.

Harry entrou na sala, caminhando em direção à cadeira ao lado de Alaric. Ao se aproximar, ele viu o que Alaric estava segurando. Era uma foto, um retrato deles três, Alaric, Selene e Harry, sorrindo,havia sido tirada antes que os garotos partissem para Hogwarts.

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