Eu nunca fui do tipo de garota que se envolve com jogadores de futebol. Na verdade, sempre achei que torcer para o Manchester United era apenas uma paixão pelo clube em si, pelo esporte, pela tradição. Jogadores iam e vinham. Admiração, claro, eu tinha por alguns, mas nada mais do que isso. Mas naquela noite, em Goodison Park, algo dentro de mim mudou, e foi tudo por causa de Alejandro Garnacho.
O jogo estava acirrado. Everton jogava em casa e, como esperado, a torcida deles estava barulhenta, impiedosa. Eu estava lá no meio da multidão, junto com os outros torcedores do United, vestindo meu cachecol vermelho e branco, como sempre. Desde o começo, o jogo não prometia ser fácil, com os dois times disputando cada bola como se fosse a última. O United pressionava, mas o Everton também tinha seus momentos de perigo, e eu ficava cada vez mais tensa a cada minuto que passava.
Foi aos 78 minutos que tudo mudou. Bruno Fernandes, sempre o maestro no meio-campo, lançou a bola com precisão na direção de Garnacho, que estava na área. O cruzamento parecia normal, nada de extraordinário, mas o que aconteceu a seguir foi um daqueles momentos que pareciam tirados de um sonho. Eu mal pisquei, mas em um instante, vi Alejandro se elevar no ar, o corpo dele formando um arco perfeito enquanto ele desferia uma bicicleta absolutamente impecável. A bola voou direto para o canto do gol, deixando o goleiro completamente imóvel.
Por um segundo, o estádio ficou em um silêncio mortal. Parecia que o tempo tinha parado. O gol foi tão surreal que levou um momento para que todos entendessem o que acabara de acontecer. E então, de repente, uma explosão de gritos e aplausos. Eu estava de pé, gritando como nunca antes, minhas mãos tremendo de excitação e adrenalina. Aquele não era apenas um gol; era O gol. Um daqueles que você lembra para o resto da vida.
Eu não conseguia desviar os olhos de Alejandro. Ele estava radiante, comemorando com os colegas de time, mas o que mais me marcou foi o sorriso. Havia algo ali, uma mistura de confiança e humildade, algo que parecia mexer comigo de um jeito que eu não sabia explicar.
Naquela noite, enquanto eu voltava para casa no trem, a imagem do gol e, mais especificamente, de Garnacho, não saía da minha cabeça. Tentei me concentrar em outras coisas, como as mensagens animadas de meus amigos no grupo do United, mas meus pensamentos sempre voltavam para ele. Não era a primeira vez que ele impressionava no campo, mas de alguma forma, dessa vez, ele parecia diferente para mim.
Puxei o celular do bolso, ainda com a mente no jogo. Abri o Instagram, sem um motivo claro. O perfil de Alejandro já estava lá no topo das sugestões, provavelmente por causa do buzz em torno daquele gol sensacional. A foto mais recente dele era, claro, uma comemoração logo após o lance. Havia milhares de curtidas e comentários, como sempre. Eu rolei para baixo, observando as mensagens de parabéns, emojis e elogios de torcedores do mundo inteiro.
E então, sem pensar muito, cliquei na opção de enviar mensagem. Não era algo que eu fazia com frequência, na verdade, nunca tinha feito. Mas de alguma forma, senti que precisava. Eu me sentia boba, talvez por causa da excitação do momento, mas digitei:
"Parabéns pelo gol de hoje! A bicicleta foi incrível! :)"
Enviei. E, no segundo seguinte, a onda de arrependimento me atingiu. Por que eu fiz isso? Ele jamais iria ver. Ele provavelmente recebia centenas, senão milhares, de mensagens todos os dias. Eu não passava de mais uma fã na multidão. Desliguei o celular e tentei não pensar mais nisso, mas a sensação de embaraço ficou grudada em mim pelo resto da noite.
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No dia seguinte, eu estava tentando seguir com a vida normalmente, como se aquele momento de impulsividade não tivesse acontecido. Estava no meio de um almoço com amigos quando meu celular vibrou na mesa. Eu quase não olhei, mas, por hábito, chequei as notificações. Lá, entre as mensagens do grupo e algumas curtidas em fotos antigas, estava uma notificação do Instagram. Uma resposta direta. De Alejandro Garnacho.
Meu coração quase parou.
Abri a notificação com as mãos trêmulas, e lá estava a resposta simples dele:
"Obrigado! :)"
Era isso. Simples, direto. Mas eu não consegui conter o frio na barriga que tomou conta de mim. Eu fiquei olhando para a tela, incrédula. Ele realmente respondeu? Eu esperava que o chão se abrisse para que eu pudesse me esconder. Me senti exposta de um jeito que eu não sabia explicar. Como se de repente, aquele simples jogador fosse algo mais na minha vida.
Não respondi. Não sabia o que dizer. Deixei a mensagem ali, como se estivesse com medo de estragar o que quer que fosse aquilo.
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O tempo passou, e mais uma vez, lá estava eu no Old Trafford. Desta vez, o United jogava em casa, e eu, como sempre, estava no meio da torcida, vestida com as cores do time, vivendo a energia do estádio. A partida estava disputada, com o United lutando para encontrar o gol que parecia teimosamente fugir.
Garnacho estava em campo, brilhando como sempre, mas desta vez meus olhos estavam mais atentos a ele. Cada drible, cada passe, eu observava com uma atenção que eu nunca tinha dado antes. Quando ele finalmente cruzou a bola para Rashford marcar o gol da vitória nos últimos minutos, o estádio explodiu de alegria. Eu estava gritando, comemorando, mas, por dentro, algo mais profundo estava acontecendo.
Quando os jogadores começaram a se aproximar da arquibancada para agradecer à torcida, meus olhos encontraram os de Alejandro. Por um segundo, eu achei que fosse imaginação minha. Mas então, ele sorriu. E não era um sorriso casual, como para a multidão em geral. Era um sorriso direto, para mim.
Ele acenou com a cabeça e começou a caminhar em direção ao alambrado, ignorando os outros jogadores ao seu redor. Eu senti meu coração parar. Ele parou na minha frente, inclinando-se ligeiramente, ainda com aquele sorriso meio tímido no rosto.
— Você estava no jogo contra o Everton, não estava? — Ele perguntou, a voz baixa, mas clara o suficiente para que eu ouvisse.
Eu não consegui acreditar que ele se lembrava. Congelei, tentando parecer calma, mas por dentro eu estava em completo pânico.
— Estava, sim. — Respondi, minha voz saindo mais fraca do que eu esperava.
Ele me olhou por um segundo, como se estivesse considerando algo, e então, de maneira totalmente despreocupada, disse:
— Quer sair comigo depois do jogo?
O mundo parou. Eu fiquei ali, parada, com as palavras dele ecoando na minha cabeça. Meus amigos ao meu redor estavam chocados, mas nada disso importava. Eu apenas acenei, mal conseguindo acreditar no que estava acontecendo.
Alejandro sorriu, como se já soubesse a resposta.
— Te vejo depois, então.
E com isso, ele se afastou, voltando para o campo enquanto eu permanecia ali, tentando processar. Eu, uma simples torcedora, acabara de ser convidada para um encontro com Alejandro Garnacho.
E naquele momento, eu soube: talvez eu estivesse me apaixonando, afinal.
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𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒, Alejandro Garnacho ✓
Fanfiction━━━━━━━ Onde você vive histórias diferentes com o atacante do Manchester United, Alejandro Garnacho.