12 | entre desfiles e gols

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A vida de modelo não é tão glamourosa quanto parece

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A vida de modelo não é tão glamourosa quanto parece. É claro, existe a parte em que você usa roupas incríveis e posa para fotos nas cidades mais bonitas do mundo, mas por trás de tudo isso há longas horas de preparação, ensaios, e a pressão para ser sempre perfeita. Eu deveria estar acostumada com isso, mas hoje, depois de horas de sessões fotográficas, meu corpo só pedia uma coisa: descanso.

Assim que entrei no meu apartamento, joguei minha bolsa no sofá e caminhei até a varanda. A vista de Manchester sempre me acalma, principalmente ao entardecer, quando as luzes da cidade começam a acender e tudo parece desacelerar. Foi quando meu telefone vibrou no bolso da minha calça. Ao pegá-lo, sorri ao ver o nome que apareceu na tela: Alejandro.

— Chego em 10 minutos, espera acordada? A mensagem dizia.

Alejandro e eu nos conhecemos há pouco mais de um ano, em um evento em que fui convidada para posar ao lado de jogadores de futebol. Eu nunca imaginei que um evento daquele tipo poderia mudar minha vida. Mas ali estava ele, o garoto com um sorriso tímido e um cabelo platinado, me observando de longe, como se quisesse falar, mas não soubesse como começar.

Dei risada com a lembrança e respondi rápido: — Claro, estou te esperando. Guardei o celular e corri para o banheiro. Não havia muito tempo, então eu me contentei com uma ducha rápida e troquei a roupa cansativa do dia por um conjunto confortável de moletom.

A verdade é que minha vida e a de Alejandro são um turbilhão de compromissos. Ele, com os treinos intensos e jogos pelo Manchester United, e eu, viajando para desfiles e campanhas de moda. Mas, de alguma forma, sempre encontrávamos tempo um para o outro. Mesmo que fosse só para dividir uma pizza no sofá e assistir a uma série qualquer. Talvez fosse isso que nos mantinha tão conectados — a simplicidade das pequenas coisas, como a paz que sinto quando estamos juntos.

Poucos minutos depois, ouvi a porta sendo destrancada, e meu coração acelerou, como sempre acontecia quando ele chegava.

— Oi, pequena, — ele disse, entrando com aquele sorriso despretensioso que sempre faz meu dia melhor. Ele estava ainda de uniforme, o casaco do United pendurado nos ombros e o cabelo desarrumado, provavelmente por causa do treino.

— O que está fazendo ainda de uniforme? Eu avisei que era uma noite tranquila, né? — Brinquei, indo até ele e abraçando-o com força. Alejandro gargalhou.

— Eu vim direto do treino. Nem tive tempo de passar em casa, — ele disse, deixando a mochila no chão e me apertando de volta.

— Hoje foi puxado? —  perguntei, ainda no abraço.

— Nem tanto. Mas jogamos amanhã, então o treino foi mais estratégico. — Ele soltou um suspiro e me olhou com aquele brilho nos olhos que eu tanto amava. — E você? Como foi seu dia?

— Um caos! Passei o dia tirando fotos para uma nova campanha. Foram três trocas de roupa em menos de uma hora! Eu nem sabia mais o que eu estava vestindo no final, — eu ri, me afastando para olhá-lo melhor. — Mas agora estou bem, porque você está aqui.

— E eu estou aqui por você. — ele disse, me puxando para o sofá. — Sabe o que eu estava pensando enquanto dirigia pra cá?

Eu levantei uma sobrancelha, curiosa. —O quê?

— Como seria incrível se a gente tivesse um dia só nosso, sem futebol, sem sessões de fotos, sem câmeras ou compromissos... só nós dois.

Eu me aconcheguei no peito dele, sentindo o ritmo calmo de sua respiração. — Parece um sonho, murmurei, traçando pequenos círculos no peito dele. — Mas quando você imagina que isso poderia acontecer? Você tem o calendário mais maluco de todos.

Ele riu, aquela risada grave que fazia meu coração pular uma batida. — Eu sei... Mas a gente pode dar um jeito. Sempre damos.

Eu o olhei, tentando conter o sorriso. Alejandro tinha essa habilidade de fazer tudo parecer simples, mesmo quando estávamos cercados de responsabilidades. Às vezes, eu me perguntava como ele conseguia equilibrar tudo — as expectativas dos fãs, os treinos intensos, as viagens. Ele era apenas um garoto de 20 anos, mas já carregava o peso de uma estrela do futebol.

— Eu estava pensando. — ele continuou, — assim que a temporada terminar, talvez possamos ir para algum lugar... Só nós dois.

— Você está me chamando para uma viagem? —  perguntei, brincando, enquanto o empurrava de leve.

— Estou, sim. — ele respondeu, rindo. — Imagina: uma praia isolada, sem celulares, só a gente e o som das ondas.

Eu fechei os olhos por um momento, imaginando essa cena. — Seria perfeito. sussurrei.

O silêncio confortável tomou conta da sala por alguns minutos. Eu podia ouvir o som distante da cidade, o eco das vozes lá fora, mas tudo parecia tão distante. Aqui, no nosso pequeno mundo, só existiam eu e Alejandro.

— Ei, eu tenho algo pra você, ele disse de repente, quebrando o silêncio e pegando algo da mochila.

— Você tem sempre uma surpresa guardada. — brinquei.

Ele me entregou uma pequena caixinha e, ao abrir, vi um colar simples, mas lindo. O pingente era uma pequena estrela. — Para você sempre se lembrar que, não importa onde eu esteja, você é meu ponto de luz.

Eu não consegui segurar o sorriso e, sem pensar duas vezes, me joguei em seus braços, o beijando. — Você é um romântico disfarçado. brinquei enquanto ele ria.

— Só quando estou com você.

Passamos o resto da noite conversando, rindo, e assistindo a um filme qualquer. Não importava o que o mundo lá fora estivesse exigindo de nós; ali, juntos, éramos apenas Alejandro e S/N. Um garoto e uma garota que se amavam, mesmo em meio ao caos de suas vidas.

E, enquanto eu adormecia em seus braços, pensei que, talvez, não precisássemos de uma fuga para o paraíso. Porque, para mim, sempre que ele estava por perto, eu já estava em casa.

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒, Alejandro Garnacho ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora