CAPÍTULO 5

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Me ferrei.

O desespero me atingiu em cheio enquanto a realidade do que havia acontecido se firmava na minha mente. Eu realmente pensei que me vingar do meu colega de quarto me masturbando na cama dele, sem ele saber, era uma boa ideia? Que tipo de pensamento maluco era esse?

Você é louco, Park Jimin! Como não pensou que poderia ser pego?!

Me remexi na cama, os lençóis ainda bagunçados ao meu redor. A vergonha misturada com a frustração me consumia. Como fui tão idiota? E, claro, não bastava apenas eu cometer essa idiotice — ele tinha que aparecer justo hoje, mais cedo do que nunca.

— Não, mas por que ele tinha que vir mais cedo justo hoje?! — murmurei para mim mesmo, mordendo os lábios de frustração.

Ele, que sempre chegava de madrugada, que mal aparecia no quarto até o fim da noite... justo hoje ele resolve voltar mais cedo? Eu me debatia na cama dele, puxando o lençol com raiva, como se de alguma forma aquilo fosse aliviar a vergonha que sentia.

— Ahh… agir assim não vai fazer o tempo voltar… — murmurei, parando por um momento, sentindo o peso da situação cair sobre mim como uma tonelada.

Eu me senti completamente derrotado. O que eu estava pensando? Agora, além de todo o constrangimento, eu tinha que lidar com a raiva e o desprezo dele, e o pior: não havia mais como voltar atrás.

— Vou primeiro colocar uma calça… — murmurei para mim mesmo, tentando processar o caos que havia se tornado a minha vida nas últimas horas.

Antes de qualquer coisa, precisava me recompor, e para isso, ir ao banheiro era essencial. Me levantei da cama ainda com aquela sensação de vergonha queimando na minha pele. O corpo todo parecia tenso, como se cada músculo estivesse reagindo à situação desastrosa.

Entrei no banheiro e lavei o rosto com água fria, tentando, de alguma forma, clarear os pensamentos. Mas a verdade era que a situação toda estava gravada na minha mente como uma cicatriz. Por que eu fui tão idiota? A água gelada corria pelo meu rosto, mas nada parecia me acordar do pesadelo em que eu havia me metido.

Depois de me limpar e dar um jeito na bagunça, comecei a procurar a calça que eu tinha jogado... em algum lugar. Sério, onde eu joguei aquela calça? Vasculhei o quarto com pressa, sentindo a impaciência crescer dentro de mim. Finalmente encontrei a peça jogada no canto e a vesti o mais rápido que pude, como se isso fosse apagar o que já tinha acontecido.

Agora, a minha próxima missão era lidar com os cobertores dele. Ele mandou jogar fora... Revirei os olhos ao lembrar do tom de voz que ele falou. Se ele disse para jogar fora, então, ótimo. Ele que se lasque!

Peguei um saco de lixo grande e comecei a empacotar os cobertores dele sem muito cuidado. Se ele não os queria mais, eu não ia me incomodar em dobrá-los direitinho. Eu estava tão irritado quanto envergonhado, e esse era o mínimo que eu podia fazer para aliviar um pouco da tensão.

— … Mas, pensando bem, talvez tenha até sido algo positivo — murmurei, tentando encontrar algum lado bom nessa bagunça. A verdade é que eu e ele nunca nos demos bem. Estávamos sempre trocando farpas e, no fundo, sabíamos que dividir o quarto não estava funcionando. Então, se ele saísse...

Continuei amarrando o saco de lixo com os cobertores dentro, apertando o nó com mais força do que o necessário, como se isso fosse uma forma de extravasar minha frustração.

— Certo, pelo menos por um semestre vou ficar em paz — disse em voz alta, tentando me convencer de que algo bom viria disso. — E isso só me custou a dignidade como ser humano… — suspirei, o humor ácido misturando-se com o cansaço e a vergonha.

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