CAPÍTULO 1

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Encontrar meu colega de quarto, Jeon Jungkook, foi péssimo desde a primeira vez. Eu estava procurando por um quarto compartilhado.

Assim que entrei no quarto, a primeira coisa que pensei foi: É muito maior e melhor do que eu imaginei. Eu estava esperando um espaço apertado, meio claustrofóbico, como a maioria dos quartos compartilhados que tinha visto, mas esse... esse era diferente.

O espaço era amplo, com uma janela enorme ocupando toda a parede do fundo, permitindo que a luz natural inundasse o ambiente. O sol filtrado pelas nuvens destacava o horizonte montanhoso lá fora, criando uma sensação de paz que contrastava com o que eu esperava encontrar em um dormitório. As camas, uma de cada lado, eram simples, mas bem arrumadas. A minha ficava do lado direito, com a mesa de estudos logo à frente, acompanhada de uma cadeira giratória. Tudo parecia novo, como se ninguém tivesse tocado ou desorganizado nada ali.

Olhei ao redor e reparei nos armários embutidos, grandes e espaçosos, proporcionando mais do que o suficiente para as minhas coisas, mesmo que eu tenha trazido mais do que deveria. O chão de madeira clara refletia a luz, dando uma sensação aconchegante e, ao mesmo tempo, de ordem. Era o tipo de quarto que deixava claro que qualquer bagunça seria notada facilmente. Ótimo... exatamente o que eu preciso para me sentir observado o tempo todo, pensei com sarcasmo.

Tudo parecia tão bem organizado que quase me senti mal por estar prestes a bagunçar um pouco as coisas. Meu colega de quarto ainda não havia chegado, então pelo menos teria um tempo para me acomodar antes de lidar com qualquer tipo de personalidade complicada. A simetria do quarto era quase perfeita — quase irritante. Como se gritasse que qualquer mudança, qualquer toque de desordem, seria uma afronta ao equilíbrio imposto pelo ambiente.

— Meu colega de quarto... parece que ainda não chegou.

Entrei no quarto e fechei a porta atrás de mim. Olhei ao redor, ainda impressionado com o tamanho e a organização do espaço. Tudo parecia tão... novo. Quase impessoal, como se estivesse esperando por alguém para dar vida a ele. Pelo menos, por enquanto, eu teria um pouco de paz antes de lidar com qualquer surpresa que meu colega de quarto trouxesse.

— Ok, acho que está tudo tranquilo por agora. Talvez seja melhor desfazer as malas e me acomodar de uma vez.

Coloquei minha bolsa no chão e comecei a tirar os sapatos, sentindo o chão de madeira fria sob os pés. Um pequeno alívio depois de uma longa viagem. Ao me abaixar para puxar as malas, comecei a pensar em como seria dividir esse espaço com alguém. Uma sensação de curiosidade misturada com uma leve apreensão tomou conta de mim. Quem será que é esse cara? Será que vamos nos dar bem?

De qualquer forma, eu tinha tempo para descobrir. Por enquanto, o mais importante era me estabelecer no meu lado do quarto antes que ele aparecesse.

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Deitei na minha cama, me jogando com um suspiro pesado, já que não tinha mais nada para fazer além de esperar. Peguei o celular e decidi jogar para passar o tempo. O jogo que eu estava jogando era incrivelmente difícil, mas não conseguia parar. Eu me perdi tantas vezes nele que era quase cômico.

— Ah, porra. Morri de novo. — murmurei, encarando a tela que me mostrava o fatídico "Game Over". A frustração já estava se acumulando, mas não era o suficiente para me fazer desistir.

Quantas vezes eu já tinha morrido nessa fase? Perdi a conta.

— Isso é difícil pra caralho. — reclamei, mais para mim mesmo, enquanto reiniciava a partida, determinado a tentar mais uma vez.

O quarto estava quieto, exceto pelo som dos meus dedos tocando a tela e o ocasional som de notificação do jogo. Até agora, parecia que eu estava sozinho por aqui, o que não era tão ruim. Mais um pouco de paz antes que as complicações da convivência começassem.

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