CAPÍTULO 10

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Estou deitado na minha cama, desfrutando de uma paz inesperada. Os passarinhos lá fora cantam felizes, como se nada tivesse acontecido na noite passada.

No fim das contas, acabamos transando pra caralho... Foram o quê, três? Quatro vezes...? Perdi a conta, mas foi por muito tempo. Apesar de me sentir renovado, como se até minha pele tivesse ficado melhor, meu coração está longe de estar em paz.

Wah, nem consigo olhar pra cama dele. Tá um caos completo. Não é pra menos, considerando o que a gente fez. Sério, nem sei como a cama ainda está de pé.

No que eu fui me meter, fazendo isso com um cara gay, sério?

O som do chuveiro ligado no banheiro me traz de volta à realidade. Minha cabeça começa a latejar, e eu pressiono as têmporas, tentando fazer a dor parar.

E o pior de tudo? Isso não foi só um caso de uma noite. Ele é meu colega de quarto... Ha, porra... será que ele vai concordar se eu sugerir que a gente finja que nada aconteceu?

A porta do banheiro se abre e ele sai, vestindo uma camiseta preta e uma calça de pijama verde com estampas de bananas.

E se ele ficar grudado em mim agora porque gostou muito da noite de ontem...?

Ele me olha por um momento, depois se vira para fechar a porta do banheiro. Até pouco tempo, estávamos rolando na cama, e agora ele tá todo fechado, agindo como se nada tivesse acontecido. Quem vê até pensa que ele era virgem.

— Ei. Vamos fingir que nada aconteceu. — Ele diz de repente.

Até parece que ele tava lendo meus pensamentos. Será que ele é telepata?

— Você também sabe... foi um erro. — Ele continua, com aquele tom sério.

Aha...? Pensei, sem saber o que dizer.

— Ontem você me chupou com tanta vontade e agora tá dispensando de me usar? — Provoco, levantando uma sobrancelha.

— Ei!!! — Ele rebate, visivelmente irritado. — Quem tá dispensando você...?! Eu te disse várias vezes pra parar!!!

— Quem foi que veio chupar o pau de alguém que estava quieto, hein? — Respondo, cruzando os braços, provocando ainda mais. Ele estava claramente furioso, quase fora de si.

— Ah, o que você quer então?! — Ele explode, olhando para mim com raiva.

— O banheiro. — Respondo, calmamente, enquanto ele me fuzila com os olhos. — Se você me deixar usar o banheiro do quarto de novo… eu posso até fingir que nada aconteceu.

Ele finalmente explode, gritando com toda a fúria.

— Tá bom, usa, usa seu desgraçado!!!

Eu olho pra ele e dou um sorriso debochado.

— Ah, não precisava. Mas já que você insiste tanto, eu não tenho escolha, né?

Levanto da cama, me aproximando dele com aquele sorriso arrogante no rosto.

— Isso que é matar dois pássaros com uma pedra, seu viadinho!!! — Provoco, a voz carregada de sarcasmo e provocação.

•••

— Vou encerrar a aula por aqui. Não esqueçam do prazo do relatório. — O professor anunciou antes de sair do auditório, e imediatamente várias vozes começaram a me chamar.

Três garotas se aproximaram rapidamente, e uma delas, com um sorriso animado, perguntou:

— Jungkook sunbae! Nós vamos pra um café escrever o relatório, quer vir junto?

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