ENTRE FACAS E PROMESSAS 🔪💔

Capitulo 1: Primeiros Golpes e Herança de Sangue

A chuva caía forte, lavando o asfalto escuro enquanto o som de tiros ecoava pelas ruas desertas de Tóquio. Faye se escondia atrás de um carro, as mãos firmes em sua Glock 19, o coração pulsando na mesma intensidade que o caos ao seu redor. Ela nunca perdia o controle, nunca hesitava, mas aquela noite estava diferente. Uma emboscada. E ela sabia exatamente quem estava por trás disso.

- Yoko... - murmurou, cerrando os dentes.

Yoko, a mulher que liderava a máfia rival, cuja presença exalava um misto perigoso de poder e mistério. A tensão entre as duas famílias existia há décadas, mas havia algo entre Faye e Yoko que ia além do ódio. Algo visceral, que queimava por trás de cada olhar, por cada embate sangrento que travavam.

Faye saiu de sua cobertura com um movimento rápido, disparando sem piedade em direção aos homens de Yoko. O cheiro de pólvora se misturava ao ar úmido da chuva, e os gritos de dor ecoavam, abafados pelos trovões. Ela eliminava os inimigos com precisão, seu olhar frio, calculista, sem fraqueza. Mas no fundo de sua mente, um nome sempre pulsava.

Do outro lado da rua, Yoko observava a cena de um ponto elevado, suas roupas encharcadas pela chuva, mas a expressão inabalável. Seu cabelo molhado caía sobre os olhos, mas ela não piscava. Ao ver Faye, um sorriso torto se formou em seus lábios. Ela tinha esperado por esse momento, uma chance de colocar Faye de joelhos. Mas não era só isso que ela queria. Havia algo muito mais sombrio que ela escondia, uma obsessão que ia além da rivalidade.

- Faye... — sussurrou, quase como um suspiro, mas com o peso de anos de tensão reprimida.

Sem hesitar, Yoko desceu as escadas e entrou no campo de batalha. Seu andar era lento, provocante, como se ela tivesse todo o tempo do mundo. Os tiros cessaram por um momento, o silêncio invadindo o local, como se até o caos respeitasse o confronto iminente.

Faye sentiu a presença dela antes de vê-la.

Aquela energia familiar e perigosa que sempre a colocava em alerta, que fazia o sangue ferver. Quando Yoko apareceu à sua frente, os olhos delas se encontraram, e o tempo pareceu parar. Não havia mais ruído, apenas o som de seus corações batendo com uma fúria que elas mal podiam controlar.

- Finalmente... - Yoko disse, sua voz carregada de veneno, mas com uma leve provocação. - Você caiu na minha armadilha, como eu sabia que cairia.

Faye levantou a arma e apontou diretamente para ela, mas suas mãos tremiam. Ela odiava o que Yoko fazia com ela, o controle que exercia, o jeito como a tirava do eixo. Era ódio... ou algo mais profundo?

Achei que você preferisse mandar seus capangas para morrer por você - Faye retrucou, sua voz firme, mas com uma fagulha de algo perigoso em seu tom.

Yoko sorriu, os olhos fixos nos de Faye, desarmando-a sem nem precisar se mover.

- Isso seria muito fácil... — Yoko murmurou, dando um passo à frente, ainda sem tirar os olhos da arma. — E onde estaria a diversão? Onde estaria o prazer de te ver de perto, sentindo o medo? Ou será que o que você sente não é medo... mas algo muito mais interessante?

Faye puxou o gatilho, mas Yoko já esperava o movimento, desviando-se com a agilidade de uma dançarina. Elas eram opostas em tudo, mas se completavam de um jeito doentio. O ódio delas era tão intenso que queimava, mas havia uma faísca de atração que elas não podiam negar.

Yoko se aproximou, até que Faye pudesse sentir a respiração dela. O cheiro de pólvora e perigo estava no ar, mas por algum motivo, as duas pareciam estar presas em uma bolha, onde só existiam elas.

Você quer me matar, Faye? — Yoko provocou, seus lábios a poucos centímetros dos de Faye. — Ou talvez... você queira outra coisa?

Faye olhou nos olhos de Yoko, e por um breve segundo o ódio deu lugar a algo muito mais profundo. Ela tentou afastar o pensamento, mas ele estava ali, pulsando, incontrolável. Ela odiava Yoko com cada fibra do seu ser, mas ao mesmo tempo, queria a dor, o prazer, e tudo o que vinha com aquele jogo perigoso entre elas.