Capítulo 2°: um contrato

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Meu plano era ter almoçado com a vista que gosto.
O celular começa a vibrar, retiro do bolso da minha calça e deslizo para recusar a chamada. Só preciso atender as chamadas do números salvos, esse e os próximos números que viram são de repórteres que vão fazer diversas perguntas e obviamente não quero colocar o trabalho de Linda em risco, caso alguém saiba que ela me ajudava a comer em tranquilidade.

A próxima ligação quase que recuso, mas o meu dedo para assim que minha mente reconhece o contato de “ faz tudo”

- Oi

- Você conseguiu comer?

- Não.

- Ótimo. - ele leva três segundos para continuar - Venha aqui, a reunião vai começar mais cedo, te comprei uma marmita.

- Preciso que você ajude a Linda. Não quero que ela perca o trabalho.

- Ela já perdeu, acabei de saber - ele fala naturalmente

- Droga. - é a palavra que falo quando algo dá errado.

- Ei, fica tranquilo. Vou ver o que eu posso fazer.

- Não. - aperto o volante - Eu vou fazer alguma coisa.

Desligo a ligação.
Paro o carro no canteiro da pista, abro o chat e digito.

📍Rua dos Patos 112 La Latina
Preciso de sua presença neste local, é urgente.

Continuo dirigindo em direção ao meu apartamento.
Subo para o andar onde moro e ela já está lá, esperando em pé com seus olhos vermelhos por ter chorado. Ela olha para mim assim que paro no corredor e a observo, a sua expressão é como se me dissesse: “não me arrependo”, e isso me faz sentir um pouco de pontada no peito. Sei muito bem que isso é culpa minha.

Destranco a porta, jogo o meu casaco sujo de suco na máquina de lavar junto com a camisa branca, passo no meu quarto, abro o guarda roupa, e pego outra camisa branca, logo em seguida volto para a sala, onde ela está sentada.

Conto para ela o que tenho em mente, sem muitos protestos porque é algo que não quero, ela aceita e um sorriso breve aparece fazendo o peso diminuir.

Ao acabar de explicar a situação a Linda, Tennyson bate na porta três vezes, coloca a chave na porta e abre, como sempre faz. Levanto do sofá e peço para que ela entre no meu quarto antes da minha equipe possa falar algo, preciso que a conversa entre em um momento oportuno. Assim que ela fecha a porta, os funcionários entram. Todos me comprimentam, colocam suas coisas em cima da mesa e me esperam sentar perto deles.

- Digam o que foi - falo ao ir se aproximando

- Sabe o rolo que se meteu? - Tennyson pergunta

- Cadê o meu almoço? - faço uma careta

- Ah claro - ele entrega uma sacola verde - O que você vai fazer?

- Já fiz - puxo uma cadeira e sento nela - Linda? Pode vim por favor? - abro a marmita, fico impressionado com o tanto de comida nele - Tenho uma cozinheira particular agora.

- Tá brincando senhor? - Alesso pergunta - Porque ela?

- Porque não? - olho para ela que está do meu lado - Ela sabe cozinhar e guardar segredos, fim de papo.

- Jude, sabe que eu não vou me opor se não trouxer problemas para você, certo?

- E não vai. Um ano já. - fecho a marmita - É tempo suficiente

Ninguém fala mais nada.
Peço um papel para Linda assinar como contrato, ela faz rapidamente com seus olhos brilham de alegria. Já eu nem toco na comida, pelo menos ainda, não gosto de comer com muita gente.

- E o seu encontro às cegas? Pode ser hoje à noite?

- Negativo - digo a Tennyson - Vou a uma festa com a senhorita Sam e os meninos…

- Sam? Quem é?

- Ela - aponto para Linda - É necessário mudar de nome e todos essas coisas por causa da exposição que teve ao público.

- Ok ok - Alesso confirma - mas porque ela vai com vocês?

- Ora, ela precisa conhecer os meninos para quando eles me fizerem uma visita, ela souber as preferências.

- Mas senhor…

- Acha que eu tomo decisões arriscadas, Alesso?

Ele balança a cabeça e em seguida abaixa.

- Foi o que eu imaginei.

A VIDA DO ILUMINADO JUDE | fanfic cristã Onde histórias criam vida. Descubra agora