FULL SAVAGE [CHARLIEBABE]

CAPÍTULO 15

**Encerrando os caps por hoje pq eu tô editando isso desde de ontem não dá mais, eu tenho vidaaa**

CHARLIE'S POV

Sentei no sofá, o silêncio da casa me sufocando. Babe tinha ido embora com Alan, e o pior de tudo é que ele nem olhou para trás. Ele me ignorou completamente. Aquilo doeu mais do que eu estava disposto a admitir. Eu sabia que ele estava me afastando. Quando perguntei sobre Alan, sobre o que eles eram, Babe apenas respondeu friamente que "não era da minha conta." Claro que era. Ou, pelo menos, eu sentia que deveria ser.

Aquela resposta foi um golpe. Eu não esperava que ele fosse tão direto. Por um momento, eu pensei que ainda havia alguma coisa entre nós. Alguma faísca, alguma chance. Mas não. Ele deixou claro que eu não tinha lugar na vida dele, não mais. O pior é que eu não sabia se o que eu sentia por Babe era só atração física ou algo mais. Mas agora, isso não importava. Ele me afastou, e o que restou foi esse vazio no peito, essa dor que eu não conseguia nomear.

E então havia Jane. Eu olhava para ela, deitada no sofá, quase desmaiada de tanto beber. Minha namorada. A pessoa com quem eu deveria estar preocupado. A pessoa que, de acordo com meu pai, eu deveria amar e cuidar acima de tudo. Meu pai sempre me disse que Jane era minha única chance de garantir um futuro. Eu precisava ser simpático com ela, tratá-la bem. Fazer com que o pai dela gostasse de mim. Porque só assim eu teria um emprego decente, um teto sobre minha cabeça.

O telefone tocou, e meu coração afundou no peito. Era ele. Meu pai. Eu sabia que essa conversa não ia ser fácil. Atendi com a mão trêmula.

"Charlie," a voz dele era fria e autoritária, como sempre. "Como foi o jantar?"

"Foi... foi bom," menti, minha voz soando distante até para mim. O jantar foi um desastre. Bebida demais, tensão demais. E Babe... Não consegui tirar Babe da cabeça. Mas isso não era algo que eu pudesse dizer ao meu pai.

"Bom?" ele repetiu com desdém. "Eu espero que tenha sido mais do que apenas 'bom'. Você precisa causar uma boa impressão, Charlie. O pai dela ainda nem te conhece, e você já está vacilando. Acha que alguém como ele vai contratar alguém que não parece comprometido?"

"Eu sei, pai. Estou tentando."

"Não é uma questão de tentar, Charlie. É uma questão de fazer. Você precisa ser frio, calculista. Não pode se dar ao luxo de errar com Jane. Ela é sua porta de entrada para algo maior. O pai dela é um homem poderoso, e você precisa conquistar essa família."

"Eu entendo." Mas a verdade é que eu não entendia completamente. Estar com Jane nunca foi sobre poder ou conexões para mim, pelo menos não no início. Mas agora, a cada conversa com meu pai, eu sentia mais o peso de suas expectativas.

"Charlie, ouça bem o que vou dizer." A voz dele ficou ainda mais dura. "Se você estragar isso, vai perder tudo. Eu não vou sustentar você a vida toda. Esse é o seu caminho para um emprego decente, para uma vida digna. Se você jogar isso fora, você vai estar por sua conta. Entendeu?"

A ameaça ficou clara. Se eu perdesse Jane, perderia tudo. Minha casa, meu sustento. Eu sabia que meu pai não estava brincando.

"Sim, eu entendo," murmurei, a garganta apertada.

"Bom. Porque se eu souber que você magoou Jane, se eu souber que você fez qualquer coisa que comprometa essa relação, eu vou te expulsar de casa. Você vai ficar sem nada, Charlie. Sem um teto, sem dinheiro, sem nada. E não pense que você vai encontrar outra chance como essa. O pai dela pode te dar um emprego na empresa dele, algo que você nunca conseguiria por conta própria. Não desperdice isso por besteiras."

A pressão em cima de mim aumentava a cada palavra dele. Eu sabia que estava preso. Não tinha saída. Tinha que seguir o caminho que meu pai traçou para mim, mesmo que isso me destruísse por dentro.

"Pai, você não acha que... eu deveria gostar dela de verdade? Não acha que isso é importante?" As palavras saíram quase sem eu perceber, como um desabafo que eu não tinha planejado.

"Charlie, você é idiota?" a voz dele agora era um trovão do outro lado da linha. "Sentimentos não importam aqui. O que importa é o que ela pode te oferecer. Jane é uma mulher bonita, rica, e você tem sorte de estar com ela. Então pare de ser ingênuo. Não há espaço para outra pessoa. Não há espaço para erros."

Aquelas palavras caíram sobre mim como um peso insuportável. Eu deveria amar Jane, ou pelo menos fingir que amava. Mas, de verdade? Eu não sabia mais o que sentia. O que eu sabia é que Babe estava sempre ali, nos meus pensamentos, bagunçando tudo.

"Sim, pai," foi tudo o que consegui responder, tentando esconder a frustração na minha voz.

"Ótimo. Agora me escute com atenção. Você nunca, nunca deve pensar em trair Jane. E muito menos terminar com ela. Se fizer isso, estará arruinando sua vida. E eu não vou estar lá para te ajudar. Você estará sozinho. E, acredite, você não quer isso."

A ligação foi encerrada, mas a dor das palavras dele continuou reverberando dentro de mim. Olhei para Jane, adormecida, completamente alheia ao turbilhão que eu enfrentava. Eu precisava cuidar dela, fazer o que meu pai dizia. Eu precisava ser simpático, atencioso, garantir que tudo continuasse como estava.

Mas e Babe? Ele estava lá, na minha mente, em cada canto escuro dos meus pensamentos. Eu sabia que o que sentia por ele não ia desaparecer facilmente. Eu queria me livrar disso, queria poder seguir o caminho que meu pai traçou para mim sem olhar para trás. Mas não era assim que as coisas funcionavam. Pelo menos, não para mim.

Eu levei Jane para o quarto, a ajeitei na cama, tentando ser o namorado perfeito que todos esperavam que eu fosse. Eu sabia que, a partir de agora, eu teria que me afastar de Babe. Tinha que deixá-lo ser feliz com Alan, mesmo que isso me matasse por dentro.

Eu queria gritar. Chorar. Fazer algo para aliviar essa dor sufocante. Mas eu sabia que, no fim, tudo o que restava era aceitar o que meu pai disse. Eu tinha que esquecer Babe. Eu tinha que dedicar tudo a Jane, ser o namorado perfeito, o homem que meu pai esperava que eu fosse. Mesmo que isso me destruísse.

***GRAVEM ESSE CAP NA MENTE DE VCS PQ AS COISAS VÃO MUDAR A PARTIR DE AQUI AGORA**