Capítulo 8

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Rain Bennett

Está muito frio aqui, eu e minha avó estamos congelando do lado de fora, é inverno e a temperatura pode cair abaixo de 0°C.
Em algumas regiões o clima é equilibrado, mas o interior contém um clima mais continental, ou seja, vou sofrer com as variações de temperatura porque elas são maiores entre as estações.

"Seu avô está chegando, vamos pegar as malas." -Disse Amélie, se esquentando com as mãos.

"Tudo bem..." -Respondo, seguindo em frente.

As fileiras do bagageiro estão lotadas, parece que todos decidiram voar para o mesmo destino. Tento procurar um buraco vazio para me enfiar, mas o empurra e empurra dificulta tudo. Algumas pessoas de idade esperam aos montes, enquanto pessoas como eu se matam na multidão.

"Rain, onde você está?" -Escuto minha avó, me chamando de longe, mas não consigo vê-la.

De repente, alguém aparece na minha frente em um estrondo, minha cabeça dói um pouco e um homem corre desesperado na direção do menino que esbarrou em mim.

Eles murmuram coisas em alemão, que demoraram para fazer algum sentido:
"Garoto Zane, está tudo bem?" -Perguntou o homem, todo engomadinho.

"Estou bem, por que esse lugar está cheio dessa forma?" -Disse ele, me ignorando.  

"As tempestades de neve impediram alguns aviões de decolar." -Respondeu, seu amigo? Empregado? Pai? Padrasto? Não faço a menor ideia.

Notei que o tal do Zane não demonstrava qualquer tipo de educação, então, aproveitei o espaço livre que seu corpo deixou no acesso à rampa de bagagens. Por sorte, minhas malas estavam se aproximando da esteira e eu não ficaria plantada aqui por muito tempo.

Infelizmente, ao caminhar em direção a saída, encontrei minha avó parada e encostada na parede, conversando com o homem engomadinho do bagageiro.

"Vovó, peguei nossas malas." -Comentei, me aproximando deles.

"Pensei que tinha te perdido, seu avô está estacionado logo ali." -Disse ela, apontando na direção do carro desejado.

Havia algo errado, seus olhos estão distantes e aquele homem do bagageiro olha para ela atentamente, como se esperasse algo dela.

"Olá senhorita, é um prazer te conhecer." -Disse ele, estendendo as mãos para mim.

 "Oi." -Respondo, com um sorriso amarelo.

 "Sua neta é linda, Amélie." -Comentou ele novamente, deixando minha avó desconfortável mais uma vez.

"Obrigada, mas nós precisamos ir." -Respondeu ela, me puxando para longe do homem.

"Adeus senhorita, não esqueça do que falei." -Se despediu, enquanto caminhávamos para longe. 

Quando alcançamos uma distância segura, eu tomei coragem para perguntar o que tinha acontecido para ela:
"Vovó, o que aconteceu? Você está estranha, aquele homem te falou algo perturbador?" 

"Não é nada, apenas um homem comum que eu conheço." -Suas expressões não revelavam essa resposta, suas sobrancelhas estão franzidas, seus olhos estão estreitos e ela apertou sua mandíbula constantemente.

"Certeza? Ele me pareceu estranho no bagageiro." -Minha fala parece desconcertar-lhe.

"Bagageiro? Você teve algum contato com ele antes disso?" -Questionou ela, com uma preocupação apontando no ar.

"Não exatamente, um tal de Zane esbarrou em mim e ele veio conferir a situação do garoto." -Contei.

"Ele falou com você? O garoto, esse Zane disse algo?" -Perguntou ela, levemente exaltada.

Tiefen ( Em revisão de escrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora