Prólogo

149 23 14
                                    


Em uma calma noite de domingo, um homem desconhecido ronda toda propriedade dos Bennett, ele usa roupas sociais e tem uma expressão assustadora. Todos os funcionários estavam prontos para questioná-lo sobre sua presença, era estranho uma pessoa se aproximar daquela rua de tal forma, principalmente que ele não possuía nenhum tipo de veículo e andava em círculos.
Por outro lado, contrariando todo clima presente do lado externo, os Bennett jantam tranquilamente e jogam cartas, a pequena Rain está ganhando todas as partidas e seus pais soltam risadas que ecoam pelo ambiente.

"Santo Deus, olha o pequeno monstrinho que criamos" -Disse Lina, o choque estava estampado em seus olhos, acho que perder para uma criança não fazia parte de seus planos.

"Não me responsabilize, ela é você duplicada" -Michael gargalhava, enquanto sua esposa parecia incrédula com tal acusação.

"Papai, como pode falar isso? Eu sou você de novo, mas como menina" -Os dois estavam boquiabertos, as falas de Rain fizeram todo ambiente se calar.

De repente, um som ecoou no corredor principal e quebrou a tranquilidade da noite, alguém estava batendo na porta freneticamente e os celulares tocavam sem parar:
"Filha, você pode atender a porta?" -Disse Lina, que estava correndo de um lado para o outro.

"Sim mamãe" -Prontamente, ela corre em direção a porta de madeira imensa.

Caminhar em casa era um desafio para ela, sua mãe muda os móveis da casa constantemente e isso sempre ocasiona vários hematomas novos:
"Posso ajudar?" -Quando a porta abriu, ali estava ele, o homem desconhecido que rondava toda casa.

Ele olhava para Rain com estranheza e isso gerou um clima desagradável:
"Eu estou no lugar certo?" -Disse ele para si mesmo. "Criança, quem é você?"

"Essa é minha casa e eu que deveria perguntar isso a você." -Sem paciência, ela respirou e se preparou para chamar sua mãe. "Mamãe, tem um homem louco na nossa porta"

"Não sou louco e meu nome é Logan Bennett" -Naquele momento, suas sobrancelhas se ergueram e a curiosidade pontuou no ar.

Quando Lina se aproximou da porta, uma desagradável surpresa surgiu em sua vida novamente. Seu irmão tinha acabado de aparecer na sua frente e aquilo mexia com seu coração de diversas formas, o olhar dele era uma mistura de arrogância e fingimento, uma combinação que ela conhecia bem demais.
Sua presença naquele momento era completamente suspeita e tudo estaria prestes a desmoronar mais uma vez.

Ele abriu a boca para falar, mas ela o interrompeu:
"Filha, vá para dentro por favor" - Sua voz saiu firme, fazendo com que Rain a obedecesse imediatamente

Lina estava preparada para qualquer coisa, ela sabia que nada de bom sairia daquela boca, mas era impossível não perguntar:
"O que você quer?" -Sua coragem surgiu finalmente, mas apesar de dizer a si mesma que tudo ficaria bem, ela tinha medo do que poderia ter causado tantos problemas.

"Eu preciso conversar com você" -Ignorando totalmente o teor da pergunta, ele apenas responde de forma notória.

"Não perguntei isso, quero que diga com palavras decentes. O que você quer comigo?" -Sendo mais específica possível, Lina se dirigiu ao seu irmão de forma rígida.

"Eu preciso da sua ajuda, nossos pais estão com problemas" -Disse Logan, mas ela sabia que existia alguma coisa a mais.

"Imagino que isso seja sua culpa, certo?" -Lina sabia que causaria reações negativas ao dizer isso a ele, seria como cutucar uma onça com vara curta.

"Não...eu não fiz nada" -Sua expressão dizia outra coisa, seu fingimento era notável a quilômetros de distância.

"Você nunca faz nada, não é? As coisas se quebram sobre suas mãos e você culpa os outros."

Suas dívidas quase levaram a família à ruína e eles tiveram a vergonha de vê-lo ser preso. Sem contar, as incontáveis mentiras que ele contava com a mesma facilidade que respirava.

Ela permaneceu imóvel e sentia sua respiração pesar no peito. Quanto mais tempo permanecia parada ali, ela queria fechar a porta e deixá-lo do lado de fora para sempre, mas sabia que essa decisão faria seus pais morrerem de desgosto.

"Amor, o que está acontecendo aqui?" -Disse Michael, sua feição era de desgosto eterno.

"Olá cunhado" -É disso que Lina estava falando, seu tom e ar de arrogância planavam sobre eles.

"O que esse idiota está fazendo aqui?" -Ignorando completamente o ser em sua frente, ele se direciona para sua esposa.

"Querido, eu posso resolver isso. Cuide de Rain, ela deve estar assustada" -Disse Lina, que parecia estressada com toda cena.

"Aquela pirralha é sua? Espero que não seja ruim como o pai" -Ao abrir a boca, Logan acabou de cavando sua própria cova.

"Alina, vá para dentro agora" -Desesperada, ela percebe que tudo está prestes a desmoronar sobre os pés dela.

"Não, eu resolvo." -Disse Lina, ela não sabia no que estava envolvida.

Então, Michael direcionou seu corpo para ela e a colocou dentro de casa. Ao fechar a porta, o som pesado de um corpo sendo empurrado contra o chão ecoa pelo ambiente, os móveis da varanda estavam sendo empurrados e arrastados com força.
Rain correu para sala apavorada e Lina estava encolhida no chão, seu corpo chacoalhava freneticamente e seu choro soava como desespero.


A maneira como todos os sons ecoavam pelo corredor era desesperador e tudo piora quando um estrondo atinge a porta. Havia muito sangue se espalhando pela fresta, as duas estavam com medo de sair e encontrar Logan com algo perigo. Entretanto, elas escutam um carro partindo e Lina finalmente reúne forças para se levantar, mas ao abrir a porta, o corpo fraco de seu marido cai sobre seu colo.
Seu olhar estava vazio e o desespero tomou conta dela, ela precisava agir rapidamente e fazer alguma coisa.

"Meu Deus...santo Deus me ajude." -Lina tenta checar os batimentos de Michael, mas ele estava sem pulso.

"Mamãe, o papai morreu?" -Disse Rain desesperada.

"Não querida, vou salva-lo e você pode ajudar..." -Respondeu Lina, em uma tentativa de acalmar sua filha. "Corra e não pare até encontrar ajuda"

Rain partiu rapidamente e Lina tentava lembrar de como fazer uma massagem cardíaca. Seus dedos estavam escorregadios por causa do sangue, o que tornava cada movimento mais difícil. Ela começou os movimentos e as compressões ficavam agressivas, seu corpo estava cansado e não existia mais forças para terminar aquilo.

Michael estava cada vez mais fraco e sem vida, ele iria morrer na frente das pessoas que ele mais ama. Mas Lina continuava, suas mãos estavam doloridas e seus dedos escorregavam a cada nova compressão.
Ela não conseguia parar de pensar que deixou ele sozinho, que poderia ter impedido e agora está perdendo toda chance de salvá-lo.

"Mamãe, eles estão aqui" -A voz de Rain ecoa pela varanda, os paramédicos entram em cena e afastam ela do corpo gelado de Michael.

O som do desfibrilador e os gritos de ordem apressados estavam distantes:
"Senhor, não está funcionando" -Um dos paramédicos avisa ao seu superior, que olhava para as duas com pena.

"Tente de novo" -Então, os paramédicos fazem o revezamento novamente.

Mas nada estava dando certo. Ele já estava morto:
"Pode declarar"

"Hora da morte: 21:30" 

***

Por hoje é isso amores!!!

Não esqueçam de comentar sobre o prólogo e votar 

beijinhos 




Tiefen ( Em revisão de escrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora