Rain Bennett
(Dias tristes são incomuns, não incomuns como eventos climáticos raros, são como pragas que surgem de repente e você nunca estará preparado para o impacto.)
Minha avó sempre me contou a cantiga de um homem e uma garotinha, eles eram felizes e viviam com calma, todas as noites seu querido pai a fazia dormir e lhe contava histórias de ninar, ele sorria para ela, prometia carinho e conforto.
Entretanto, em uma noite agitada, ele teve que partir.
A pequena criança, arrasada em saudade, clamou por misericórdia e pediu ao seu grande herói para não partir na sua viagem. Mas seu pai não atendeu seus pedidos, ele passou pela porta e se foi junto com suas promessas cantadas.
Infelizmente, sua alma partiu e levou o pobre coração frágil da sua criança.
Então, todas as noites turbulentas, ele retornava para seu pequeno quarto para lhe contar sobre suas aventuras, adicionando mais ações porque dessa vez, ele podia conversar com a lua, alcançar todos os planetas e tocar as estrelas, pois ele estava com elas.
A maior e mais brilhante estrela no céu, pois seu pai se tornou um astro conhecido.
Mas a falta e dor nunca se foram, elas apenas se acomodaram...
Essa madrugada não pode soar de forma divergente a eles, diversos pensamentos rondam meu cérebro perturbado e tudo que eu penso é na minha família. Não quero voltar para o internato agora, eu preciso de uma distração, mas eu não conheço o lugar e posso me perder facilmente.
Uma multidão chama minha atenção.
Eles andam em grupos por um beco apertado, mas vejo luzes e uma fumaça sinuosa se alastrando pelos ladrilhos.
Minha curiosidade grita alto, então resolvi segui-los. A curiosidade não pode matar o gato, se eu for o rato.
Tá, essa foi uma péssima frase de efeito.
Ao ultrapassar o beco, me deparo com um enorme deck e pessoas dançando freneticamente, o bar está um pouco vazio, mas os barman se mantêm ocupados curtindo a música.
Luzes penduradas iluminam o charme total, um rio decora a paisagem ao fundo e mesas se espalham pelo deck."Que demora." -Uma menina comenta atrás de mim. "Você está na fila?" -Insistiu mais uma vez.
"An? Me desculpa, pode passar." -Digo, saindo da fila envergonhada.
"Que nada garota, me chamo Mickaela..." -Falou, estendendo sua mão.
"Me chamo Rain, muito prazer." -Falei, sorrindo.
"Você não é daqui, nunca conheci alguém tão genuinamente educado nessa fossa." -Disse Mickaela.
"É visível assim?" -Pergunto, analisando as pessoas na nossa frente.
"Claro gata, acho que você é o único ser humano que observa tudo com fascínio." -Respondeu ela, guardando o celular no bolso.
Reparo na sua aparência com clareza.
Mickaela tem cabelos ruivos e longos, ela não está usando maquiagem porque posso ver suas sardas, os olhos dela são vibrantes, o verde é tão claro que consigo nota-los no escuro.
"Esse lugar é novo? Está com cara de inauguração." -Questiono, interessada.
"Oooh se é, esse lugar pegou fogo um tempo atrás e agora compraram ele novamente." -Respondeu com uma voz misteriosa.
"Eu percebi, estava tão quieto do lado de fora e do nada escutei uma música alta vindo daqui." -Comentei, me preparando para me despedir porque provavelmente essa inauguração deve ser fechada ao público.
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Tiefen ( Em revisão de escrita)
Romans⚠️Dark romance ⚠️ A história acompanha a jornada de uma jovem que sofreu um grave acidente de carro, ela acorda sem memória e cercada por estranhos. Incapaz de se lembrar de quem é ou de como chegou ali, ela embarca em uma busca incansável pela verd...