𝒜 tarde na galeria parecia diferente, carregada de algo novo e profundo. A conversa com Josh havia deixado uma sensação de alívio, mas também de expectativa.
Ele não me pressionava, não exigia respostas rápidas. Ainda assim, a suavidade de suas palavras e o olhar que ele me lançava me faziam querer entender mais sobre essa conexão que começava a florescer entre nós.
Enquanto ele continuava a pintar, o silêncio entre nós era confortável, quase íntimo. As horas passaram devagar, e eu observava seus movimentos fluidos, a forma como ele se perdia na arte, algo que sempre me fascinou.
Quando ele finalmente limpou o pincel e largou a paleta, veio até mim com um sorriso discreto, mas havia uma intensidade em seus olhos que fez meu coração bater mais rápido.
— Selene... — ele começou, a voz baixa, como se cada palavra fosse pensada antes de ser dita. — Eu estive pensando... gostaria de te convidar para sair, para fazermos algo fora daqui, longe das tintas e pincéis. O que acha?
Minha primeira reação foi surpresa. Não era comum para mim sair com alguém, muito menos para algo que soava tão... íntimo.
Mas ao olhar para Josh, seu convite parecia sincero, desprovido de segundas intenções, mas ao mesmo tempo cheio de um carinho que me deixava curiosa.
— Sair? — perguntei, tentando disfarçar o nervosismo que crescia dentro de mim. — O que você tem em mente?
Josh sorriu, cruzando os braços de forma descontraída.
— Pensei em algo simples. Um jantar. Podemos caminhar um pouco pela cidade depois. Nada muito planejado, só... nós dois. O que me diz?
Meu coração acelerou ainda mais. A ideia de estar sozinha com ele, longe da galeria e de tudo que me cercava ultimamente, parecia tanto tentadora quanto aterrorizante.
Não sabia ao certo o que esperar, mas, ao mesmo tempo, uma parte de mim ansiava por isso.
— Eu... adoraria — respondi, a voz quase sussurrada.
Josh sorriu mais abertamente, seus olhos brilhando de contentamento.
— Ótimo. Eu passo para te pegar às oito, pode ser? — disse ele, já se afastando para guardar seus materiais.
Assenti, sem conseguir parar de sorrir.
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À noite, o nervosismo tomava conta de mim enquanto me arrumava. Escolhi um vestido simples, mas que me fazia sentir bem, confortável. Havia algo diferente naquele encontro; algo que parecia um passo importante, mas eu ainda não sabia até que ponto.
Quando Josh chegou, ele estava diferente também, sem a habitual tinta manchando suas roupas. Elegante de um jeito despretensioso, ele me recebeu com um sorriso caloroso ao me ver.