Capítulo 11

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Na terça-feira, Draco mandou uma coruja para Lovegood pedindo mais chá. Ele passou a gostar bastante daquela coisa, achando-a reconfortante depois de um longo dia, apesar da falta de cafeína. Ele não mandou uma coruja para ela para obter informações sobre Potter. De jeito nenhum. E se por acaso ela tivesse alguma atualização, bem, ele aceitaria com nada mais que um interesse casual. Ele guardaria isso no fundo de sua mente, onde guardava todas as memórias recentes de Potter, e continuaria com sua vida, livre de Potter.

Draco recebeu uma resposta rápida em um papel timbrado da M.A.D. - um papel cor de lavanda com borboletas voando pela página. Em uma letra cursiva delicada e ondulada, Lovegood pediu que ele fosse até lá no domingo à tarde. Ele tinha toda a intenção de passar por lá em seu horário de almoço, pois não entendia por que precisaria marcar um horário para pegar um chá, mas concordou e, depois de completar sua habitual ronda matinal de domingo, aparatou no pequeno prédio coberto de hera.

Draco tinha suas suspeitas sobre Lovegood e se ela poderia ser uma espiã conivente, e essas suspeitas foram confirmadas quando Draco entrou pela porta da frente do MAD e encontrou Charlie Weasley encostado no balcão, um Fwooper de penas magenta pulando em seu braço enquanto Lovegood deu uma risadinha.

— Oh! Draco, olá! — Lovegood disse alegremente, e Draco tentou não zombar abertamente. Lovegood fingindo que estava surpresa ao vê-lo parecia um pouco ridículo.

Weasley se virou ao ouvir o olá amigável de Luna, e seu rosto fez algo complicado; suas sobrancelhas se abaixaram e a boca teve espasmos enquanto ele endireitava a coluna. O Fwooper voou e aninhou-se entre as folhas de uma figueira.

— Malfoy — ele disse.

Draco respirou fundo para se fortalecer.

— Weasley. É bom ver você de pé novamente. Como você está se curando? — Era o tipo de coisa que Draco diria ao entrar em uma sala de exame – distante demais, e ele queria se encolher.

— Bem. Tenho uma cicatriz legal, mas Harry me deu um pouco de pomada para isso.

O nariz de Draco se contraiu e ele fungou uma vez enquanto Weasley ampliava sua postura. Não havia dúvida na mente de Draco de que as palavras de Weasley eram intencionais, que ele sabia exatamente de onde vinha aquela pomada e baseado na expressão inexpressiva no rosto de Weasley, ele estava ciente de que seu golpe acertou.

O sorriso de Lovegood não vacilou.

— Vou buscar aquela comida do Shrake para você, Charlie. Desta vez adicionei pó de camarão! Acho que eles ficarão muito felizes — ela disse, e em uma nuvem de cabelos loiros e crespos, girou nos calcanhares e desapareceu nos fundos da loja, deixando Draco sozinho com Weasley.

Weasley apoiou o quadril no balcão e cruzou os braços sobre o peito. Draco teve uma vontade repentina e inegável de fugir, de simplesmente se virar e sair pela porta da frente, porque Weasley parecia furioso, e Draco não tinha certeza se estava pronto para uma briga.

— Ele esperou, você sabe — disse Weasley, a voz baixa como um rosnado.

Draco estava determinado a olhar para qualquer lugar menos para ele.

— Quem? — ele perguntou, levemente.

Weasley bufou.

— Quem? Você está brincando certo?

Draco tentou manter a carranca longe do rosto, mas falhou.

— Ele parecia estar com as mãos ocupadas. Eu não queria ser um incômodo.

Charlie balançou a cabeça.

— Você simplesmente não entende, não é? Harry não é um falador. Ele nunca vai dizer isso abertamente. E você? Bem, você fala bastante, mas não diz muita coisa.

Chasing Dragons | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora