Capítulo 2

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Marcus enviou uma coruja na manhã seguinte para informar Draco que a condição de Potter permaneceu estável durante a noite, e ele recuperou a consciência por volta das sete. Draco se vestiu rapidamente, queimando a boca no café enquanto o engolia, ansioso para sair pela porta. Quando ele chegou ao Mungos, trinta minutos depois, encontrou a enfermaria ainda vazia. Lovegood não estava em lugar nenhum e, convenientemente, o Curandeiro Lang também não.

Draco hesitou do lado de fora do quarto 214B, afastando o cabelo do rosto por algum motivo incompreensível. Ele lançou a série habitual de feitiços de limpeza clínica e proteção, depois abriu a porta e entrou com confiança.

Ele encontrou Potter sentado em sua cama de hospital, cutucando a nuvem de feitiços de Cura e Estase que o cercava, puxando-os com os dedos como se fosse uma coisa física enquanto elas faíscavam e sibilavam. Draco pigarreou e Potter se virou para ele, apenas seu olho direito visível sob a gaze grossa. Seus familiares óculos de aro escuro estavam na mesa ao lado da cama.

— Boa tarde, Potter. Você está horrível.

— Eu sei. Você acredita que meu Curandeiro me deixou assim? Maldito açougueiro — Potter respondeu, sua voz áspera como cascalho.

— Você diz isso agora, mas logo estará beijando meus sapatos. Não se preocupe, são de couro italiano e provavelmente têm um sabor melhor do que a comida da cantina. Agora — Draco disse, tirando os óculos do bolso e colocando-os no nariz enquanto examinava a papelada de Potter. — Como você está se sentindo?

— Poderia ter começado com isso — Potter murmurou, o que Draco considerou um bom sinal, porque se Potter conseguisse administrar sua patética tentativa de sarcasmo, isso significava que a magia de Draco provavelmente teve sucesso. — E estou bem, suponho. Tão bem quanto se pode esperar depois de ser incendiado como um pudim de Natal.

Draco jogou a papelada de lado, e ela flutuou de volta para seu lugar na parede. Ele enfiou os óculos de volta no bolso.

— E para esse fim, estou bastante curioso para saber como você se encontrou em tal situação.

Ele foi até a cama e inclinou o queixo de Potter com a ponta do dedo indicador para ver melhor as bandagens enroladas em seu pescoço e ombro nu. Elas ainda estavam encharcadas de sangue em alguns lugares, mas não era nada como quando Potter chegou.

— É o meu trabalho — Potter disse estremecendo enquanto Draco inclinava a cabeça na outra direção.

— Como o quê, lenha humana?

Potter bufou, seu rosto se contraiu, então sibilou. Uma mão voou para a gaze em sua testa.

— Será um pouco delicado — Draco explicou. — Embora eu tenha algum prazer em ver você sofrer, tenho poções para dor à minha disposição.

— Merlin, seus modos ao lado da cama deixam a desejar, não é? — Potter disse, ainda cutucando cautelosamente a carne recém-crescida sob as bandagens. Draco deu um tapa na mão.

— Não mexa nisso, seu idiota. E, quando se é tão bom quanto eu, Potter, o jeito de ser ao lado da cama não é importante.

— Parece um pouco importante — ele murmurou.

Draco convocou um frasco de uma potente poção analgésica do armário no fundo da sala e estendeu-o para Potter, depois pegou-o de volta, no momento em que Potter estendia a mão para pegá-lo.

— Primeiro, conte-me como você conseguiu se transformar em carvão com fogo de dragão.

Potter deixou cair as mãos no colo e embora as bandagens cobrissem a maior parte de seu rosto, Draco pôde reconhecer uma expressão carrancuda em Potter simplesmente pela inclinação de seu queixo.

Chasing Dragons | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora