46. You Can Make It

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Olá amores...

Que bagunça essa... Será que a briga vai separar o casal, que teve tanta dificuldade em ficar juntos? Bea não parece inclinada a aceitar a verdade, ou tem algo mais ai?

 Será que a briga vai separar o casal, que teve tanta dificuldade em ficar juntos? Bea não parece inclinada a aceitar a verdade, ou tem algo mais ai?

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Não... não... não... mil vezes não!

Isso não pode estar acontecendo, eu não posso ter cometido um erro tão cruel. Não posso! No entanto, por mais que tente negar, sei que é verdade, e não posso rejeitar.

Madonna mia... o que eu fiz?

— Porra, Trixie. — Apesar de não gritar, seu tom de voz faz com que eu me encolha um pouco. — Por que é tão difícil para você aceitar que o Theozinho seja meu filho? Pensei que ficaria feliz, e só sabe negar a verdade.

Sua acusação só torna mais difícil para conter as lágrimas que estão teimando em querer sair, e não ajuda em nada contê-las quando levanto o rosto e vejo seu olhar magoado.

— Você pensa que o problema é ele ser seu filho? É claro que algo assim seria bom, pois você é um homem maravilhoso. — Respiro fundo, não querendo chorar na frente deles. — Não estou negando você, como disse. O meu problema é que aceitar isso significa que errei muito, e machuquei quem eu mais amo nessa vida. Que falhei com meu filho, lhe negando ter um pai presente.

Não conseguindo mais segurar as lágrimas, levanto-me da cama e corro para o banheiro. Agacho em um canto, deixando a culpa me consumir.

Eu sabia que tudo estava bom demais para ser verdade, o universo precisava enviar algo para equilibrar a balança, não tinha como tanta felicidade vir fácil assim.

Quando Theo entrou falando aquela frase, eu fiquei confusa e não queria aceitar que existia essa possibilidade, por saber o peso que algo assim carregaria. Eu realmente esperava que Quil fosse confirmar o quanto era impossível ter ocorrido, mas ele fez o total oposto, suas palavras me fizeram ver que é verdade, e que esteve na minha frente o tempo todo, apenas nunca enxerguei.

É terrível, como pude fazer algo tão cruel com mio bambino?

Quanta dor causei ao Theozinho nesses cinco anos, o privando de ter um pai. Sempre foi seu maior desejo, e tudo que eu precisava ter feito era pegar o telefone. Uma simples ligação e ele teria crescido com um pai maravilhoso. Por mais que eu fizesse meu melhor para suprir tudo que Theozinho precisava, algumas coisas não estavam ao meu alcance.

Por minha culpa, o bambino não esteve ao lado do pai, alguém que além de lhe dar amor, seria capaz de entender sua dor quando é vítima de racismo. Me dói quando ele passa por isso, nunca senti realmente na pele o quanto o racismo é cruel, mas sei que o Theo já passou e sabe como é, ele teria as palavras certas para o consolar, sem precisar de um estranho para ajudar.

E o Theo... será que vai me perdoar por ter errado e o privado dessa convivência?

Tenho certeza de que não, o que fiz não merece perdão, e não vou poder culpá-lo se não quiser mais me namorar. Só não sei como viver com ele sempre perto, sem seus beijos e carinhos. Como vou suportar vê-lo com outra mulher? Dando para outra os mesmos carinhos que me deu, ouvi-lo dizer que a ama, com a mesma paixão que me falou naquela piscina. O pior, ter que assistir tudo e sabendo que não tenho o direito de dizer nada, afinal, fui a culpada de estragar tudo.

Destinos Cruzados na Lua AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora