Olá amores...
O racismo é algo terrível, que se torna ainda pior quando é feito por uma criança.
Andando com Theozinho em meus ombros para o galpão dos lagares, não consigo deixar de sorrir, adoro ficar assim com o baixinho, sua animação é contagiante.
Não foi fácil fazê-lo entender que não poderia ir junto com a Tita para o hospital, ele queria ver logo a priminha, mas com jeitinho minha mãe o fez entender que lá não pode entrar crianças, e assim que a Tita estiver com a Melanie no quarto, nós o levaremos até lá. Para evitar tumulto no hospital, apenas meus pais, Matt e seus pais estão indo com a Tita.
Noto que tem algumas pessoas pagando e uma fila para os lagares menores, e notando meu olhar, Trixie se aproxima mais e faz um sinal para que eu abaixe o rosto.
— Aquela fila é para quem deseja comprar o vinho que será produzido na sua pisa, então colocamos em um barril pequeno e quando estiver pronto, entregamos na casa.
— Muito interessante, achava que as pessoas só vinham para ter a experiência e se divertir.
— A maioria, sim, e por isso vão naqueles lagares maiores, porém alguns gostam de ter o vinho como recordação. É o que nós iremos fazer, mas nossa garrafa irá para aquela adega que te mostrei.
— Perfeito, já iria sugerir para fazermos uma garrafa.
Não querendo privilégios, optamos por ficar na fila como todo mundo.
— Mamma, vai demorar muito para a vovó ligar?
— Não sei, bambino, às vezes o médico não consegue abrir fácil o buraquinho no umbigo.
Achei diferente o jeito que Trixie escolheu explicar como o bebê sai da barriga, mas é bem melhor do que a opção real, do jeito que o Theozinho é curioso, iria querer ver o buraco lá embaixo, assim como quis ver a bunda de meu pai para comprovar que ele tinha a marquinha.
Ficamos ali na fila com Trixie me explicando melhor sobre a pisa e os diferentes tipos de vinho que são produzidos. Diferente do que falou na primeira vez que pedi, ela sabe muito bem explicar tudo sobre vinhos e espumantes. Acho incrível como uma mesma uva pode produzir ambos, apenas uma segunda fermentação é o que separa os dois, antigamente eu pensava que existiam uvas para produzir espumantes, assim como para o vinho rosé, que agora sei ser feito com as mesmas uvas do vinho tinto, apenas fermentado sem as cascas.
Ao chegar nossa vez, tiramos os calçados e fazemos a higienização de pés e pernas com auxílio de um funcionário, para só então entrar no lagar. É uma sensação estranha estar pisando nas uvas e as sentindo ser esmagadas. Não consigo parar de rir com a empolgação de Theozinho, que pula todo contente e com isso acabamos nos sujando com os respingos. Talvez não tenha sido uma boa ideia usar roupa branca hoje, só espero que não fique manchado de vez.
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Destinos Cruzados na Lua Azul
RomanceO destino é caprichoso, e quando contrariado, pode ser cruel e ardiloso. Em uma noite de lua azul, o destino cruzou os caminhos de Beatrice e Theodore em um acaso cheio de perigos, e o encanto que surgiu entre eles foi instantâneo, proporcionando um...