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O aroma suave de café recém-moído preenchia o ar da pequena cafeteria no centro de Seoul, misturado ao som abafado de conversas e risadas que vinham de várias direções. Do outro lado da rua, Hyunjin caminhava acompanhado de Chan e Felix em busca de um bom café gelado. E, apesar de sua aversão por café, Chan não teve forças para recusar os insistentes pedidos de Hyunjin. Ele nunca entendeu o fascínio por aquela bebida amarga, mas a felicidade de seus amigos era suficiente para convencê-lo a acompanhar.
— Vamos pegar uma mesa mais afastada! — disse Hyunjin, com o típico entusiasmo. Felix riu, apontando para uma mesa no canto, meio escondida, onde podiam conversar sem interrupções. Chan suspirou e os seguiu.
Depois de fazerem os pedidos – Chan, claro, escolheu um chá gelado, já que café não era uma opção –, e eles se sentaram. A conversa logo tomou um rumo divertido, com os mais novos comentando histórias sobre algo embaraçoso que aconteceu nos ensaios da semana. Felix riu alto, e até Chan, com seus pensamentos à deriva, sorriu. Mas então, em meio à conversa e às risadas, algo chamou sua atenção. Era como se o mundo ao seu redor diminuísse, as vozes se tornassem sussurros distantes. Ele olhou para a mesa ao lado, e lá estava ela: uma garota que parecia tão pequena e delicada no meio de toda a agitação da cafeteria.
Seus cabelos pareciam brilhar abaixo das luzes amareladas da cafeteria, sentada em uma mesa no canto, de cabeça baixa, completamente absorta em suas anotações na companhia de um copo médio de chá quase vazio ao lado. Os dedos finos seguravam a caneta com firmeza enquanto ela rabiscava algo, os óculos redondos descansando confortavelmente sobre o nariz. Sua franja caía delicadamente sobre os olhos, e ela de vez em quando a empurrava para o lado, concentrada no que estava escrevendo. Ela parecia tranquila, mas havia uma intensidade em sua concentração que fez Chan se perder em seus próprios pensamentos, observando-a sem se dar conta de que estava sendo óbvio demais.
— Chan hyung? — Felix o chamou, acenando com a mão na frente do seu rosto. — Christopher?!
— Hm? — Ele piscou, voltando à conversa, mas seus olhos, involuntariamente, voltaram para garota que ele não conhecia. — Desculpa, o que você disse?
— Você está estranho hoje. — Hyunjin comentou com um sorriso de canto, notando a distração do amigo.
Antes que Chan pudesse responder, eles decidiram que era hora de ir embora. O pequeno grupo de amigos levantou-se, mas Chan ainda tinha os olhos vagando em direção à ela. O fascínio inesperado o deixava mais distraído do que o normal, e ele não percebeu o quão perto estava da mesa dela. Quando deu um passo à frente, sua perna bateu na borda da mesa, fazendo um pequeno som de impacto.
Foi tarde demais para perceber o erro.
A xícara de chá da garota virou, o líquido derramando-se descontroladamente sobre as anotações que ela havia passado horas fazendo.
— Oh! — Ela exclamou, levantando-se de repente, seus olhos arregalados e confusos. Ela olhou para o desastre que havia se tornado sua mesa, e depois para o rapaz que causou tudo aquilo.
— Eu... eu sinto muito! Eu não vi a mesa... eu... — Chan, em choque, levou a mão à boca, os olhos arregalados de pânico.
Felix e Hyunjin, que haviam parado na porta, perceberam o que havia acontecido. Hyunjin fez uma careta, murmurando algo para o amigo antes de sair pela porta, deixando Chan lidar com a situação inesperada que havia se metido.
— Eu... posso ajudar! — Chan disse rapidamente, pegando alguns guardanapos e se inclinando para tentar limpar o chá derramado. Seu rosto estava vermelho de constrangimento, e suas mãos tremiam levemente.
Ainda surpresa, a garota observou-o por alguns segundos. Seus olhos caíram sobre suas anotações, agora arruinadas. Era impossível não sentir uma onda de frustração, mas havia algo tão genuíno no pedido de desculpas de Chan que ela apenas suspirou, tentando manter a calma.
— Está tudo bem... não precisa se preocupar. — disse ela com a voz suave, mas ligeiramente exasperada. Seus olhos encontraram os dele, e naquele momento, algo passou entre os dois. Uma conexão silenciosa, um entendimento.
Ele realmente não tinha feito aquilo de propósito.
Chan parou por um momento, ainda segurando os guardanapos, sem saber o que dizer, havia algo nos olhos dela que o prendia. Algo que ele não conseguia identificar, mas que o fez sentir uma estranha sensação de familiaridade, como se, de alguma forma, eles já se conhecessem.
— Eu me sinto terrível, — ele disse, a voz mais suave agora. — de verdade... eu posso pagar uma bebida nova para você... ou qualquer coisa que eu possa fazer para consertar isso. Eu realmente sinto muito.
A garota sorriu um pouco, balançando a cabeça.
— Acho que não há muito o que consertar aqui... as anotações estão perdidas. — Ela olhou para o desastre à sua frente e depois para ele. — Mas acho que um chá novo não faria mal! — O sorriso dela era quase contagiante, e Chan sorriu de volta, aliviado que ela não estava brava.
— Um chá novo, então. — Ele hesitou antes de estender a mão. — Meu nome é Chan, ou Christopher... como você preferir me chamar. E, de novo, eu sinto muito.
— Sou Amelie. — Ela olhou para a mão estendida dele por um segundo antes de apertá-la gentilmente. — Se falar que sente muito de novo, não irei aceitar o chá!
Chan ri alto e acena, concordando com o pedido dela. Eles ficaram ali, por alguns segundos, apertando as mãos enquanto o barulho ao redor da cafeteria parecia desaparecer. Algo, de fato, estava nascendo naquele momento, algo que nenhum dos dois poderia prever. E quando Chan finalmente foi pegar o chá dela, ele não pôde evitar de sorrir para si mesmo.
Talvez, afinal, a insistência de Hyunjin em ir àquela cafeteria não tenha sido tão ruim.