Capítulo 32 - Sacrificios

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Na escuridão fria de sua cela, Vênus lutava contra a confusão e o desespero que a atormentavam. Cada visita de Voldemort e Bellatrix aumentava a tensão em seu coração, enquanto ela tentava decidir qual caminho seguir. A tortura física era insuportável, mas a tortura mental de se sentir traída e abandonada era ainda pior.

Uma noite, enquanto estava acorrentada, Vênus ouviu um barulho incomum vindo do corredor. Ela tentou se levantar para ver o que estava acontecendo, mas suas correntes a mantiveram no lugar. Logo, a porta de sua cela se abriu e Draco Malfoy entrou, seus olhos refletindo uma mistura de medo e determinação.

— Draco? — Vênus sussurrou, surpresa e aliviada ao vê-lo.

Draco olhou para ela, claramente angustiado.

— Vênus, eu... Eu não queria que fosse assim. Fui obrigado a me tornar um Comensal da Morte — ele disse, a voz tremendo. — Meu pai me forçou. Eu não tive escolha.

Vênus sentiu um misto de emoções ao ouvir isso. Parte dela queria acreditar nele, mas outra parte estava dominada pela desconfiança.

— E por que você está aqui agora? Para me torturar também? — perguntou Vênus, tentando manter a voz firme.

— Não! — Draco exclamou, dando um passo à frente. — Eu vim para te ajudar. Eu não posso suportar ver você sofrer assim. Vou encontrar uma maneira de tirá-la daqui.

Os olhos de Vênus se encheram de lágrimas. Ela queria acreditar em Draco, mas a traição da Ordem da Fênix e a constante manipulação de Voldemort e Bellatrix haviam deixado cicatrizes profundas.

— Como posso confiar em você, Draco? — perguntou ela, a voz quebrada.

Draco se ajoelhou ao lado dela, pegando suas mãos.

— Porque eu me importo com você, Vênus. Sempre me importei. Sei que fiz escolhas terríveis, mas quero consertar isso. Eu só preciso que você confie em mim.

Vênus olhou nos olhos de Draco, vendo a sinceridade ali. Por um momento, sentiu uma centelha de esperança.

— Tudo bem, Draco. Eu confio em você — disse ela, finalmente, sua voz suave.

Os dias seguintes foram de angústia e expectativa. Draco começou a planejar uma maneira de tirar Vênus da cela, tudo enquanto fingia lealdade a Voldemort e Bellatrix. Ele sabia que qualquer deslize poderia custar não só a vida de Vênus, mas a sua própria.

Enquanto isso, Voldemort continuava suas visitas, tentando corroer a pouca esperança que restava em Vênus.

— Draco não é diferente dos outros. Ele está apenas tentando sobreviver. No final, ele fará o que for necessário para salvar a própria pele — dizia Voldemort, suas palavras como veneno.

Mas Vênus, embora confusa e machucada, começou a encontrar força na possibilidade de uma saída. Cada conversa com Draco alimentava sua determinação de lutar, mesmo que sua mente estivesse dividida entre a confiança e a dúvida.

Uma noite, Draco finalmente encontrou uma oportunidade. Ele conseguiu distrair os guardas e abrir a cela de Vênus. Embora ainda fraca, ela se levantou com a ajuda de Draco e os dois começaram a se mover furtivamente pelos corredores escuros do esconderijo.

No entanto, antes que pudessem escapar completamente, foram interceptados por Bellatrix.

— Aonde pensam que vão? — gritou Bellatrix, sua varinha já apontada para eles.

Draco empurrou Vênus para trás e levantou sua própria varinha, pronto para lutar.

— Vamos sair daqui, Bellatrix. Não vou deixar você torturar Vênus mais um dia sequer — disse Draco, com determinação.

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