Capítulo 17 - Escuridão interior

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A noite em Hogwarts estava quieta, a única interrupção ao silêncio sendo o som suave da neve caindo contra as janelas. Vênus estava deitada em sua cama na ala de recuperação, mas o descanso que ela ansiava estava longe de chegar. Em vez disso, ela foi mergulhada em um pesadelo intenso e perturbador.

A escuridão da noite parecia se transformar em uma névoa densa ao redor de Vênus, enquanto ela se encontrava em um lugar familiar, mas distorcido. O castelo de Hogwarts estava em ruínas, envolto em sombras e destruição. As paredes que antes eram sólidas estavam agora fragmentadas, e o chão estava coberto de escombros. No meio desse cenário caótico, uma figura familiar emergiu das sombras: Voldemort.

Seu pai estava ali, mais ameaçador e terrível do que nunca. Seus olhos vermelhos brilhavam com uma crueldade implacável, e a sensação de sua presença era opressiva. Vênus tentava se mover, mas suas pernas estavam pesadas e impossíveis de levantar. Ela estava presa em um pesadelo que parecia interminável, cada tentativa de escapar resultando em mais sofrimento.

"Você não pode escapar de mim," sussurrava Voldemort, sua voz uma mistura de ódio e desdém. "Você sempre será minha. O que você fez para tentar se esconder não mudará o fato de que você é minha filha."

Vênus tentava gritar, mas sua voz parecia ser engolida pela escuridão. A sensação de ser observada e caçada era esmagadora, e ela se sentia pequena e impotente diante da força implacável de Voldemort. O pesadelo se estendia, com imagens de tortura e dor sendo projetadas em sua mente, refletindo o pior de seus medos e lembranças.

De repente, ela foi acordada por um sobressalto, o corpo tremendo e suado, o coração batendo rapidamente. O pesadelo a deixou exausta e emocionalmente esgotada. Naquela manhã, quando Snape e Draco a encontraram, o estado de Vênus era claramente perturbador.

Snape entrou na ala de recuperação, observando Vênus com uma preocupação renovada. "Você parece mais agitada hoje. Há algo mais que você gostaria de compartilhar?"

Vênus olhou para ele e para Draco, que estava ao seu lado. O olhar em seus rostos era um misto de preocupação e encorajamento, e ela sabia que precisava falar sobre o que estava passando, mesmo que fosse doloroso.

"Eu tive um pesadelo horrível," começou Vênus, sua voz trêmula. "Foi como se Voldemort estivesse me caçando, como se ele estivesse sempre um passo atrás de mim. Ele estava mais aterrorizante do que nunca."

Draco se inclinou, seus olhos focados nela. "Vênus, se isso te ajuda a falar, estamos aqui para ouvir. Às vezes, compartilhar o que estamos passando pode ajudar a enfrentar os medos."

Vênus respirou profundamente, o peso das lembranças começando a se tornar mais palpável. "Eu... eu quero falar sobre o que aconteceu com meu pai. Sobre o que ele fez comigo e como isso afetou minha vida."

Snape assentiu, sua expressão atenta. "Se você acha que isso pode ajudar, estou ouvindo. Vá em frente e conte o que puder."

Vênus fechou os olhos por um momento, tentando se organizar. "Quando eu era mais jovem, antes de minha mãe ser capturada, Voldemort me... me usava como uma forma de controle. Ele não só me torturava fisicamente, mas também manipulava minha mente de maneiras terríveis, segundo ele era parte de treinamento para me manter forte....mas eu era uma criança de 5 anos...."

O rosto de Draco empalideceu, e Snape permaneceu em silêncio, ouvindo atentamente.

"Eu lembro de ser amarrada a uma cadeira, em uma sala escura. Ele usava uma varinha para aplicar Crucio repetidamente, e a dor era insuportável. Mas a pior parte era quando ele mexia na minha mente. Ele me forçava a reviver minhas maiores angústias, meus medos mais profundos. Ele sabia exatamente como me quebrar."

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