Capítulo 41 - Lestrange

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De volta ao covil de Voldemort, os dias se arrastavam lentamente. Vênus tentava encontrar forças em sua situação, mesmo enquanto sentia as sombras da depressão se aproximarem. Ela se dedicava a seus estudos e práticas, buscando maneiras de ajudar Draco e Nagini, mesmo à distância.

Uma noite, enquanto estava sozinha em seu quarto, houve uma batida na porta. Era Bellatrix, com um sorriso que Vênus não conseguia decifrar.

— Vênus, querida. Venha comigo. Voldemort deseja falar com você.

Vênus assentiu, seguindo Bellatrix pelos corredores sombrios até o salão principal. Voldemort estava sentado em seu trono, observando-a com uma mistura de curiosidade e frieza.

— Vênus, temos muito o que discutir. — disse ele, sua voz ecoando pelo salão.

Ela ficou de pé diante dele, tentando manter a calma. — Sim, meu Lorde?

— Tenho pensado muito sobre o que você me contou. — ele começou, seu tom deliberado. — Você é minha filha, e a criança da profecia. E ainda assim, escolheu não lutar contra mim.

Vênus respirou fundo. — Eu não quero ver mais sangue derramado. Se houver outra maneira...

Voldemort inclinou-se para frente, seus olhos brilhando intensamente. — E se você pudesse provar sua lealdade de outra maneira? Algo que mostre não apenas a mim, mas a todos os nossos seguidores, que você está comprometida com nossa causa.

Vênus sentiu um frio na espinha. — O que você deseja que eu faça?

— Há uma missão importante. Uma tarefa que só você pode cumprir. — ele sorriu, um sorriso frio e calculado. — Se você for bem-sucedida, poderemos discutir uma trégua.

Ela assentiu lentamente, sabendo que não tinha escolha. — O que preciso fazer?

Voldemort entregou-lhe um pergaminho. — Todas as instruções estão aqui. Mas lembre-se, Vênus, falhar não é uma opção.

Os dias seguintes foram de preparação intensa. Vênus estudava o pergaminho, treinava incansavelmente e tentava não pensar no que estava em jogo. Seu coração estava dividido entre a lealdade àqueles que amava e o desejo de acabar com a violência.

Narcisa e Lucius, por outro lado, estavam fazendo seus próprios planos. Sabiam que precisariam de ajuda e decidiram contatar a Ordem da Fênix. Sabiam que Vênus precisava ser resgatada, não apenas por causa do vínculo familiar, mas porque ela era a chave para derrotar Voldemort de uma vez por todas.

***

Enquanto isso, a missão de Vênus a levou a uma região remota. Ela estava sozinha, sentindo o peso de suas decisões e a responsabilidade que carregava. Mas durante a missão, algo inesperado aconteceu. Um grupo de Comensais da Morte apareceu, e entre eles estava Severus Snape.

— Vênus. — disse Snape, com uma expressão séria. — Vim para ajudar.

Ela ficou surpresa, mas aliviada. — Como sabia que eu estaria aqui?

— Narcisa e Lucius entraram em contato com a Ordem. Estamos todos juntos nisso. — ele respondeu.

Com a ajuda de Snape, Vênus conseguiu completar a missão. Retornando ao covil de Voldemort, ela estava pronta para enfrentar o próximo desafio. Sabia que sua luta estava longe de terminar, mas com aliados como Snape e a esperança de que Narcisa e Lucius pudessem reunir a ajuda necessária, sentia que talvez houvesse uma luz no fim do túnel.

Agora, ela precisava manter sua determinação e continuar a lutar, sabendo que cada passo a levava mais perto de um futuro onde poderia, finalmente, viver em paz.

Os dias se passaram lentamente desde a última missão de Vênus, e a tensão dentro dela começou a se dissolver de maneira inesperada. A proximidade crescente com Voldemort e Bellatrix trouxe sentimentos conflitantes, mas também uma estranha sensação de pertença. A conexão com sua mãe biológica e a presença constante de seu pai revelaram um lado deles que ela nunca imaginou ver. Por mais cruel e despiedado que Voldemort fosse, ele demonstrava uma forma distorcida de afeto por Vênus.

Certa noite, enquanto estava sentada ao lado de Bellatrix em um dos quartos próximos aos de Voldemort, Vênus deixou escapar um suspiro pesado.

— O que está acontecendo, querida? — perguntou Bellatrix, sua voz surpreendentemente suave.

Vênus olhou para a mãe, seus olhos refletindo a dor e a confusão que sentia. — Estou cansada, mãe. Cansada de lutar, cansada de ser usada como uma arma.

Bellatrix franziu o cenho, mas não de raiva. Era uma expressão de entendimento, algo raro em seu rosto. — Eu entendo, Vênus. A guerra pode destruir a alma. Mas você é forte, você é minha filha. E de Voldemort.

Vênus olhou para o chão, as palavras de Bellatrix ecoando em sua mente. — Talvez eu não queira ser forte, mãe. Talvez eu só queira paz.

Voldemort entrou no quarto, sua presença sempre imponente. Ele olhou para Vênus e Bellatrix, percebendo a tensão entre elas.

— O que está acontecendo aqui? — perguntou ele, a voz fria, mas curiosa.

Vênus ergueu os olhos para o pai. — Eu... eu estou desistindo de lutar.

Voldemort arqueou uma sobrancelha, surpreso. — Desistindo? E o que isso significa, Vênus?

Ela respirou fundo, tentando organizar seus pensamentos. — Significa que não quero mais ser uma peça nesta guerra. Eu sou a criança da profecia, mas libertei Harry Potter. Ele não é mais uma ameaça para você. E agora, tudo o que quero é viver em paz, aqui, com você e com Bellatrix.

Bellatrix olhou para Voldemort, esperando sua reação. O Senhor das Trevas ficou em silêncio por um momento, ponderando as palavras de sua filha. Finalmente, ele falou, sua voz mais suave do que Vênus jamais ouvira.

— Se é isso que você deseja, Vênus, então assim será. Você é minha filha, e se viver em paz é o que deseja, então viverá em paz.

Vênus sentiu um peso ser aliviado de seus ombros, mas também uma tristeza profunda. Sabia que estava desistindo de uma parte de si mesma, da luta que definiu grande parte de sua vida. Mas a necessidade de paz, de finalmente encontrar um lugar onde pudesse pertencer, era mais forte.

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