Capítulo 40 - O amor de um Malfoy

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Na quietude da noite, Vênus se sentou à sua mesa, a luz fraca de uma vela iluminando o papel em branco à sua frente. Com mãos trêmulas, ela pegou a pena e começou a escrever uma carta que poderia mudar tudo.

Queridos Narcisa e Lucius,

Espero que esta carta os encontre em segurança. Sei que vocês fugiram com Draco e que agora estão longe do alcance de Voldemort. Fico aliviada em saber que vocês estão a salvo, pelo menos por enquanto.

Há algo que preciso compartilhar com vocês, algo que guardei por muito tempo e que agora não posso mais manter em segredo. É importante que vocês saibam a verdade sobre a profecia.

A criança da profecia não é Harry Potter. A verdadeira criança da profecia sou eu. Sou eu quem tem o poder de derrotar Voldemort.

Eu sei que isso deve ser um choque para vocês. Confesso que ainda é difícil para mim aceitar essa verdade. Cresci no meio de mentiras e manipulações, mas agora, finalmente, entendo meu verdadeiro papel nesta guerra.

Tentei de todas as maneiras possíveis proteger aqueles que amo e encontrar uma maneira de viver em paz. Mas agora vejo que, enquanto eu estiver viva, sempre serei uma ameaça para Voldemort, e ele nunca permitirá que haja paz.

Já revelei a verdade a Voldemort. Pedi que ele me matasse, acreditando que minha morte poderia ser a única maneira de evitar mais derramamento de sangue. Mas, surpreendentemente, ele hesitou. Pela primeira vez, vi algo humano em seus olhos, uma fração de compaixão que eu nunca imaginei existir.

Por favor, cuidem de Draco. Eu tirei a Marca Negra dele, e agora ele tem uma chance de viver uma vida livre das sombras das Trevas. Mas sei que meu destino está selado. Estou presa a Voldemort, e enquanto ele viver, estarei ligada a ele.

Quero que saibam que sempre desejei uma vida diferente. Sempre sonhei com um futuro onde pudéssemos viver sem medo e sem guerra. Mas se minha vida deve ser sacrificada para trazer essa paz, então aceitarei meu destino.

Espero que, de alguma forma, esta verdade possa ajudar vocês a entenderem minhas ações e decisões. Sei que pedir perdão é muito, mas espero que um dia possam perdoar-me por qualquer dor que eu tenha causado.

Com todo o meu amor e esperança,

Vênus

Após selar a carta, Vênus chamou um dos elfos domésticos mais confiáveis, que prontamente apareceu.

— Leve isto para Narcisa e Lucius Malfoy. Certifique-se de que chegue a eles em segurança. — pediu ela.

O elfo assentiu e desapareceu com um estalo. Vênus ficou olhando para o espaço vazio onde o elfo estivera, seu coração pesado com a incerteza do futuro. Ela sabia que havia feito o que precisava ser feito, mas o caminho à frente ainda era nebuloso e cheio de perigos.

Agora, tudo o que restava era esperar e ver como Narcisa e Lucius reagiriam à verdade, e se isso mudaria o destino que parecia inevitável.

A noite estava particularmente silenciosa enquanto Vênus aguardava, seu coração batendo descompassado. Ela sabia que a carta levaria algum tempo para chegar até Narcisa e Lucius, mas a ansiedade a corroía por dentro. Em seus momentos de solidão, ela pensava em Draco, em Nagini e na complicada rede de mentiras e verdades que agora a envolvia.

Longe dali, em um esconderijo seguro, Narcisa e Lucius estavam reunidos em torno de uma mesa quando o elfo apareceu com a carta de Vênus. Narcisa pegou o envelope com dedos trêmulos, e enquanto lia, suas mãos começaram a tremer ainda mais.

— O que está escrito, Narcisa? — perguntou Lucius, preocupado.

Narcisa ergueu os olhos, lágrimas começando a se formar. — Vênus... ela é a criança da profecia. Não Harry Potter. Ela nos explica tudo aqui.

Lucius sentou-se, atordoado. — Isso muda tudo. E ela ainda está lá, com Voldemort?

Narcisa assentiu, a tristeza evidente em seu rosto. — Ela está presa a ele, não apenas pela Marca Negra, mas porque ele sabe quem ela é agora. E ela pediu para ser morta, para evitar mais derramamento de sangue.

Draco, que estava ouvindo à conversa à distância, entrou na sala com um semblante preocupado. — Ela não pode ficar lá. Temos que fazer algo.

Lucius olhou para o filho, sua expressão determinada. — Você está certo. Não podemos deixá-la sozinha. Ela nos salvou e agora precisamos retribuir.

Filha das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora