Capítulo 38 - Situações

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Enquanto Vênus se recuperava de seus ferimentos, as cicatrizes físicas e emocionais ainda a atormentavam. Sirius estava sempre por perto, preocupado com o bem-estar dela. Uma noite, enquanto a Ordem da Fênix se reunia para discutir os próximos passos, Vênus chamou Sirius para uma conversa particular.

— Precisamos falar, Sirius. — disse Vênus, sua voz firme, mas tingida de tristeza.

Sirius olhou para ela com preocupação. — O que há, Vênus?

Ela respirou fundo, sabendo que o que diria poderia mudar tudo. — Você precisa tirar Harry daqui. Ele não está seguro. Voldemort nunca vai parar de procurá-lo.

Sirius franziu a testa. — Mas ele é a criança da profecia. Ele é quem deve derrotar Voldemort.

Vênus balançou a cabeça, seus olhos cheios de determinação. — Harry não é a criança da profecia. — disse ela, deixando Sirius completamente surpreso.

— O quê? Como assim?

Vênus explicou lentamente, escolhendo cuidadosamente suas palavras. — A verdadeira criança da profecia é outra. Voldemort acredita que é Harry porque foi ele quem sobreviveu, através de magia ancestral que a lilian usou, mas há outra criança que também se encaixa na profecia. E Voldemort não sabe disso.

Sirius estava atônito. — E quem é essa outra criança?

— É melhor que você não saiba, Sirius. — disse Vênus, com tristeza. — Quanto menos pessoas souberem, mais seguro será. Mas você precisa tirar Harry daqui. Leve-o para um lugar onde Voldemort nunca o encontrará.

Sirius parecia estar lutando com a revelação, mas ele sabia que Vênus não mentiria sobre algo tão importante. — E você, Vênus? O que vai fazer?

Ela olhou para baixo, sua voz tremendo levemente. — Eu não posso escapar de Voldemort. Estou eternamente ligada a ele por essa maldita marca. Mas posso tentar desviar a atenção dele para que vocês possam fugir. Não vou sobreviver se ele descobrir que estou ajudando vocês, mas não posso deixar que ele machuque mais ninguém.

Sirius segurou a mão dela, a dor e a preocupação evidentes em seu rosto. — Não vou deixar você sozinha nisso, Vênus. Você fez tanto para nos ajudar.

— Não tenho escolha, Sirius. — respondeu Vênus, sua voz se tornando mais firme. — Você e Harry precisam viver, precisam lutar de outra forma. Eu vou fazer o que for necessário para garantir isso.

Sirius assentiu, embora relutante. Ele sabia que Vênus estava determinada e que insistir só a colocaria em mais perigo. — Está bem. Vou tirar Harry daqui. Mas prometo que não vamos esquecê-la. Vamos encontrar uma maneira de ajudar você também.

Vênus sorriu, embora lágrimas enchessem seus olhos. — Obrigada, Sirius. Cuide bem dele. Ele é mais importante do que qualquer um de nós.

Naquela noite, enquanto Sirius fazia planos para partir com Harry, Vênus se preparava para enfrentar seu destino. Ela sabia que estava tomando uma decisão arriscada, mas não via outra saída. A ligação com Voldemort era uma prisão que ela não podia quebrar, mas poderia usá-la para proteger aqueles que amava.

Quando a Ordem da Fênix começou a se mover, Vênus observou Sirius e Harry desaparecerem na noite, suas silhuetas se esvaindo na escuridão. Ela sentiu uma mistura de alívio e tristeza, sabendo que estava fazendo a coisa certa, mas ao custo de sua própria liberdade.

Nos dias seguintes, Vênus voltou a se aproximar de Voldemort e Bellatrix, fingindo lealdade enquanto trabalhava em segredo para desviar a atenção de seus aliados. Ela sabia que estava vivendo em um fio tênue, mas estava determinada a usar cada momento para garantir que Harry e a verdadeira criança da profecia tivessem uma chance de vencer.

E assim, Vênus continuou sua luta silenciosa, encontrando força em seu sacrifício e na esperança de que um dia, a luz prevaleceria sobre a escuridão.

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