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Boa leitura...💗

- Tome cuidado, qualquer coisa me ligue. - ele completou, antes de dar partida no carro, deixando Gael sozinho.

- Pode deixar, vou ficar bem. - Gael respondeu, sem muita convicção, e observou o carro se afastar, levando consigo um pedaço da segurança que ele sentia.

Ele respirou fundo, sentindo o ar fresco. Aquele local, apesar de estranho, despertava uma sensação de paz e mistério.

Gael sentiu um frio na barriga ao avistar a trilha entre as árvores, quase como um convite para explorar o desconhecido. Sem pensar duas vezes, decidiu seguir aquele caminho, mas com a mente alerta, lembrando-se de ter o máximo de cuidado. Ele se afastou um pouco, mas não o suficiente para perder a noção de onde estava.

Os pássaros cantavam alegremente, suas melodias suaves contrastando com a inquietação que começava a se instalar em seu peito. A luz filtrava-se entre as folhas, criando um jogo de sombras que dançava ao redor dele. Enquanto caminhava, algo chamou sua atenção: um som peculiar, quase como um apito, que se destacava no canto da floresta.

Curioso, Gael decidiu seguir o barulho. Com passos cautelosos, ele se aproximou, e a trilha o levou a um pequeno clearing, um espaço aberto cercado por árvores majestosas. A beleza do lugar o surpreendeu; era um refúgio natural, com a luz do sol brilhando intensamente, iluminando o chão coberto de folhas secas.

No entanto, a serenidade foi interrompida por uma cena incomum. Ao lado de um tronco caído, havia um colete à prova de balas, e duas armas repousavam ao seu lado, além de uma faca, reluzindo sob a luz do sol. O apito que o atraíra até ali se intensificou, e ele percebeu que vinha de um pequeno dispositivo que estava preso ao colete. O apito soava mais alto agora, quase como um alerta.

Pegou o colete e o examinou. O material era resistente. As armas estavam carregadas e a faca parecia pesada e perigosa. Ele as examinou com cautela, sentindo um arrepio percorrer sua espinha.

O apito, que antes era um som constante e irritante, parou de repente, como se tivesse sido desligado. Gael sentiu um zumbido nos ouvidos, um efeito colateral do barulho que o perseguia há minutos.

De repente, algo afiado raspou em seu braço, causando um pequeno corte. Gael levou a mão ao ferimento, sentindo o sangue fresco escorrer em gotas minúsculas. Ele olhou para o braço e, em seguida, virou-se para trás, com o coração batendo forte no peito.

Entre as árvores, um vulto se destacava. Era uma figura alta e imponente, vestida de preto, com um colete similar ao que Gael havia encontrado. O rosto estava coberto por uma máscara e um capuz, apenas os olhos negros, penetrantes, eram visíveis.

O desconhecido não se moveu, apenas o observava. A figura se aproximou, e Gael sentiu o sangue gelar em suas veias. O desconhecido ergueu a mão, e na palma, uma arma reluzia sob a luz do sol. Gael, tomado pelo desespero, percebeu que estava em apuros.

— Droga! — exclamou, e sem hesitar, saltou para trás, correndo o mais rápido que suas pernas permitiam. O som do tiro ecoou pela floresta, e a bala atingiu uma árvore próxima, arrancando lascas de madeira. Gael se jogou atrás de um tronco robusto, respirando fundo, tentando recuperar o fôlego.

— Merda, que porra é essa agora? — pensou, o medo o envolvendo como um manto. Ele ouviu mais disparos, e a sensação de pânico se intensificou. Tinha que sair dali, e rápido. Mas como? Se ele tentasse correr, seria um alvo fácil.

Gael sabia que precisava de uma estratégia, um plano para escapar daquele pesadelo. Ele precisava manter o desconhecido longe, longe o suficiente para que ele pudesse voltar e pegar o colete, a única proteção que tinha.

Com cautela, ele espiou por trás da árvore, observando a figura. O desconhecido parecia estar se movimentando de forma errática, disparando tiros aleatórios, mas sempre longe do lugar onde Gael estava escondido. Era como se estivesse tentando amedrontá-lo, mantê-lo encurralado.

Um calafrio percorreu a espinha de Gael. Aquilo não fazia sentido. Por que o homem não o matava logo? O que ele queria?

Ele voltou a olhar para a figura, tentando decifrar seus movimentos, seus objetivos. Os tiros pareciam propositais, como se ele estivesse testando algo, medindo a reação de Gael.

Ele precisava agir, e rápido. Ele não podia ficar ali esperando que o desconhecido decidisse o que faria com ele.

Com o coração na garganta, ele se preparou para agir.

Gael respirou fundo, correndo para longe e olhando algumas vezes para trás, vendo que o rapaz andava em passos mais rápidos em sua direção. A primeira parte do plano estava dando certo. Após correr por alguns minutos, percebendo que o maior tinha ficado para trás, rapidamente Gael trocou de direção, correndo mais um pouco antes de dar a volta para chegar onde estavam os coletes com as armas.

Ele sabia que precisava agir rápido. Com o coração acelerado, Gael se aproximou do local onde os coletes estavam escondidos, atento aos sons ao redor. O rapaz ainda estava atrás dele, mas parecia mais distante agora. Se agachou e pegou um dos coletes, colocando-o rapidamente.

Após colocar o colete e pegar as armas, Gael as pendurou uma em sua cintura e outra segurando em suas próprias mãos. Com cuidado, guardou a faca em seu bolso, evitando se machucar. O rapaz estava chegando mais perto, mas parecia cansado. Gael precisava de um tempo para descansar e pensar em uma maneira de escapar.

Ele apontou a arma para o maior, atirando três vezes. Mas os tiros passaram perto, mas não acertaram nenhum, já que o rapaz se escondeu.

Gael aproveitou a oportunidade para correr, voltando pelo caminho que tinha usado para entrar. Mas, para sua surpresa, o caminho estava bloqueado, como se alguém quisesse impedi-lo de sair dali.

— Merda, sério isso? — resmungou Gael, a frustração tingindo sua voz. Ele precisava descansar, recuperar as forças, mas não podia ficar ali parado. A adrenalina ainda bombeava em suas veias, o medo era um nó na garganta.

— Tenho que achar um lugar, mas que droga... — ele murmurou, a voz quase inaudível.

Gael, sem hesitar, voltou a correr. Ele se movia como um fantasma, silencioso e veloz, aproveitando que o rapaz estava longe.

Minutos se passaram, e Gael já estava longe do caminho bloqueado. Ele se jogou contra uma árvore, respirando fundo, tentando acalmar o ritmo frenético do seu coração. O colete à prova de balas, a faca no bolso e as duas armas que carregava - uma na cintura, outra em sua mão - eram seus únicos companheiros naquele momento.

Ele se lembrou de seu celular no bolso e rapidamente o pegou, mas, para sua frustração, não havia sinal. O caminho que o levara até ali estava bloqueado, e o rapaz que o perseguia poderia aparecer a qualquer momento.

— Merda, sério isso — ele resmungou, sentindo o suor escorrer pela testa. — Eu tenho que dar um jeito de sair daqui sem levar uma bala na cabeça. Não posso correr, tenho que enfrentar. Mas tudo precisa de calma e nada de desespero. — Com essa determinação, olhou ao redor, assegurando-se de que não havia ninguém à vista. O silêncio da floresta era reconfortante, mas também carregado de tensão.

— Larga de ser idiota, moleque! Quer entrar pra uma máfia, mas tá igual cachorro embaixo da chuva! — se levantou, começando a andar sem rumo, em busca de uma saída. Mas logo parou, a intuição piscando. Ele ouviu e observou com atenção cada ruído à sua volta.

Havia alguém ali, ele podia sentir. O olhar frio do perseguidor parecia queimá-lo pelas costas.

Com um movimento rápido, Gael girou e atirou em uma direção onde sentiu a presença. O som do disparo ecoou pela floresta, e, no instante seguinte, o rapaz apareceu, emergindo das sombras.

— Calma, garoto — disse o homem alto, com uma voz rouca que carregava um tom de ameaça. — Não vai correr? Decidiu que vamos brincar de verdade agora?

The Máfia 2 (Jikook) Onde histórias criam vida. Descubra agora