19. Os fins justificam os meios

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[Sana]

Algumas horas depois, ainda no hotel, eu estava tentando me concentrar, mas o clima na sala era tenso. Minhas malas estavam prontas, o silêncio preenchido apenas pela ansiedade que pairava no ar. Estávamos todas esperando algum parecer de Jin.

— Não vai dar certo. — Jeongyeon soltou, caminhando de um lado para o outro, como se isso a ajudasse a lidar com a tensão.

Eu não disse nada, apenas observei. Eu sabia que ela estava preocupada, assim como eu, mas não podia me deixar consumir por isso agora.

— Respira, Jeong. — Nayeon tentou acalmar, sentada no sofá com um ar mais tranquilo, embora eu soubesse que ela também estava tensa. — Vai dar certo.

— Eu ainda não entendi como vamos conseguir fazer isso. - Jeongyeon parou, olhando para Nayeon com ceticismo.

A verdade era que o plano era arriscado, mas era tudo o que tínhamos no momento. Não havia espaço para dúvidas agora.

— Nayeon vai para os Estados Unidos — expliquei, tentando manter a calma na minha voz. — Vai fazer alguns cursos, falar com aquelas pessoas que conversamos.

— Mas como ela vai falar com elas? — Jeong perguntou, ainda cética, cruzando os braços.

— Simples. — Nayeon pigarreou, endireitando a postura no sofá como se estivesse ensaiando seu novo papel. — Se passando por uma bilionária e empresária. É o que sou agora.

Eu sorri de leve. Por mais que a situação fosse crítica, a maneira como Nayeon assumia sua nova persona com tanta confiança era admirável. Ela realmente estava mergulhando de cabeça nisso.

— Exatamente — confirmei.

— Nayeon de antigamente está morta — ela declarou dramaticamente, o que arrancou um olhar reprovador de Jeong.

— Estamos literalmente correndo risco e você fazendo piada? — Jeongyeon bufou, mas era claro que ela estava preocupada de verdade.

— Tentando aliviar o clima. — Nayeon mostrou a língua, como se a tensão pudesse desaparecer por um segundo.

 — Deixa ela, Jeong. Só precisamos agir rápido. O tempo não está a nosso favor. - Eu suspirei, passando a mão pelos cabelos enquanto tentava afastar meus próprios medos.

— Eu vou, mas eu volto. - Nayeon se levantou, indo até Jeongyeon e envolvendo-a pela cintura em um abraço.

— Eu só acho perigoso você sozinha em outro continente. - Jeongyeon parecia preocupada demais para relaxar com o gesto. 

— Não tem com o que se preocupar — Nayeon sorriu de um jeito travesso, mas firme. — Você me tem.

Eu observei as duas e acabei soltando uma risada suave. Por mais caótica que a situação fosse, aquelas duas sempre conseguiam arrancar uma reação de mim.

— Vocês duas... — balancei a cabeça, rindo. — Ai, ai, ai...

Nesse momento, a campainha do quarto tocou, interrompendo qualquer descontração que havia restado.

— Olá, senhoritas — Jin apareceu na porta, com seu terno impecável e a calma de sempre. — Desculpe a demora. Posso entrar?

Nayeon se afastou de Jeongyeon e foi até a porta, abrindo espaço para ele passar. 

Eu me levantei, já sentindo o peso da situação voltar com força total. Jin era nossa única esperança de fazer isso dar certo. Ele entrou, carregando uma pasta com documentos e se aproximou da mesa.

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⏰ Última atualização: Oct 18 ⏰

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