15 - Runas nórdicas

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|| Dedico esse capitulo a RainhaVisenya, minha melhor amiga e motivo de Escarlate existir. Obrigada por me apoiar tanto até aqui. Espero que seu dia seja maravilhoso e feliz vida, my kindred spirit. ||


"Vá em frente e ria mesmo se doer. Vá em frente e puxe o alfinete. E se pudéssemos arriscar tudo o que temos e deixar nossas paredes desmoronarem?"

— Heart - Sleeping at Last


Scarlett entrou no quarto como um furacão, batendo a porta atrás de si e jogando sua bolsa longe antes de se jogar de bruços na cama. Estava com as mãos geladas e a ponta dos dedos doloridas por ter esquecido a luva para a aula de Astronomia, mas esse não era nem de longe seu maior incômodo naquela noite. Se em algum momento pensou que sua vida seria mais fácil só porque estava em Hogwarts, tudo à sua volta estava provando que ela estava mais do que errada.

Imelda veio logo atrás, abriu a porta e a fechou decentemente, revirando os olhos para a garota jogada na cama. Tirou sua capa, o cachecol e agarrou Senhor Bigodes antes de sentar-se em sua cama.

— Qual foi dessa vez? — A voz arrastada dela entregava que já estava impaciente.

— Nada, estou só cansada. — murmurou contra o travesseiro.

Imelda bufou no mesmo momento; sacou a varinha e lançou um filete vermelho até a bunda de Scarlett, que gritou ao pular da cama. Senhor Bigodes pulou do colo da dona e parou próximo da porta, sentou-se e enrolou o rabo felpudo em si.

— Qual foi, Imelda?!! — Esfregando a mão ali, Scarlett rolou na cama, grunhindo.

— Qual foi o caramba, Scarlett! Cansei de você assim desde sábado passado! Ou você me conta agora o que tá acontecendo ou eu juro que eu nunca mais olho na sua cara! Odeio que me façam de idiota e suas mentirinhas já passaram da cota. Ou você é a minha amiga e confia em mim ou acabou!

Scarlett controlou bastante a respiração, inspirando devagar e expirando mais lentamente ainda. Não era como se ela pudesse estar se dando o luxo de perder amizades, muito menos a de Imelda, que tinha se dado tão bem desde o primeiro momento. Ela se sentou e prendeu os cabelos negros no alto da cabeça com um coque desajeitado.

— Eu beijei o Sebastian. — admitiu de uma vez.

A garota do outro lado ficou sem esboçar reação nenhuma. Os olhos negros impassíveis e a expressão vazia por quase meio minuto até que se levantou, e saiu pela porta sem dizer mais nada. Scarlett ficou boquiaberta. Não era possível que a repulsa dela pelas meninas que ficavam atrás do Sebastian poderia ser tão grande até aquele ponto. Pensou em ir atrás dela, mas o medo da reação que poderia receber foi maior.

Não demorou cinco minutos e Imelda estava voltando com duas xícaras de chá de camomila. Sky fungou em um riso de alívio quando a viu colocar as bebidas ao lado, na mesinha de canto, e sentar-se na sua frente, convocando uma caixinha de feijãozinho de todos os sabores.

— Desembucha.

Sky pegou um pouco do doce e o balançou na mão fechada antes de levar dois à boca.

— No dia da festa, que eu disse que estava indo encontrar o Ominis, eu fui encontrar o Sebastian. — Imelda semicerrou os olhos e a reprovou com um mover lento da cabeça. — Conversamos, tivemos um bom momento até que ele me beijou.

— Safado... — murmurou com a boca cheia.

— Eu poderia ter ido embora, mas beijei ele de volta. E... a gente meio que deu um amasso. — Estava envergonhada de admitir aquilo, mas o alívio que foi tomando Sky, a impulsionou a falar mais. — Eu sei que disse que não seria como as meninas que morrem por ele, mas, acho que agora eu as entendo. Ele é tão... hipnotizante... E o beijo dele me deixa fora de mim.

Escarlate | Sebastian SallowOnde histórias criam vida. Descubra agora