22 - All hallows eve

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"Olhe para o homem desesperado... Segurando com as mãos quebradas, pensando em como termina, tropeçando para frente e para trás, escavando para começar uma guerra."

— Take Me Apart - SYML


Os dias que se passaram depois daquele domingo pareceram voar enquanto estavam focados nas provas, mas se arrastaram ao perceberem que estavam distantes. Não foi um afastamento proposital, Scarlett estava uma pilha de nervos a cada teste; os professores continuaram a passar deveres para a próxima semana, textos e pesquisas que duravam toda a tarde.

Sebastian acabou por usar todo o tempo livre que tinha para pesquisar sobre a magia ancestral. Pesquisou tudo o que encontrou na biblioteca sobre os antigos professores e sobre Isidora, principalmente, mas a história dela parecia ter sido apagada por um motivo que ele não entendia. Seja lá o que ela fez, conhecimento é conhecimento e ele não deve ser ignorado.

Ele descobriu apenas que ela era uma professora em Hogwarts e que morreu cedo, deixando uma filha que entrou na escola alguns anos depois. Não tinha nada sobre suas habilidades, ou o que ela fazia aqui, ou como continuou a sua linhagem. E sobre a magia ancestral, não tinha nada que ele já não soubesse. Uma forma de magia primitiva que deixou de ser usada com os séculos. Foi um processo de abandono das origens bem natural até. A humanidade faz isso o tempo todo. O que não explicava em nada Scarlett em pleno século XIX possuir essa habilidade, muito menos explicava como ele poderia se sentir ligado a essa magia.

Só mais peças soltas nesse enorme quebra-cabeça.

Scarlett enviou sua primeira coruja a Sebastian na quarta-feira, disse que tinha deixado todas as memórias na Câmara do Mapa e que lá teria uma penseira para que pudesse vê-las e entender tudo. O grande "porém" foi que elas não fizeram Sebastian sentir menos simpatia por Isidora. Tudo o que foi apresentado até aquele momento parecia justo.

Ela quase viu Feldcroft se acabar numa seca, seu irmão morreu de peste, seu pai foi engolido pelo luto e ela decidiu usar a habilidade que tinha para mudar a realidade que conhecia. Por que isso era tratado como algo ruim? No final das contas, ele só queria encontrar a última parte do tríptico para entender do único ponto de vista que realmente importava.

Na sexta-feira, Sebastian terminou seu teste de Runas Antigas rapidamente, o primeiro da classe. Pegou suas coisas, piscou para Sky e saiu da sala. Ela o procurou quando terminou o seu, mas não o achou nem na Galeria Subterrânea ou na Sala Comunal, muito menos na Câmara do Mapa.

Por isso, acabou por almoçar com Imelda, Garreth e Natty naquele dia. O grande salão estava repleto de decorações fantasmagóricas, como todo o castelo naquele dia. E tudo o que falaram era sobre a ansiedade para o tão famoso jantar de Halloween. Infelizmente, até lá, ela teria que estudar, então comeu e foi para o seu quarto para finalizar o dever de Runas junto a Vyssiní, que estava quase sempre ao seu lado. Foi só então que se deu conta da falta de Ominis no almoço.

A bagunça ficou em sua escrivaninha. Pegou sua capa e foi à procura do amigo. Para a sua sorte, não foi necessária uma busca de fato. Quando ela saiu do corredor feminino, Ominis estava passando em passos largos rumo às escadas da sala comunal. Apressou o passo e tocou em seu braço.

— Oi, Omi... Feliz Halloween. — Ela espremeu os lábios em um sorriso tímido.

— Feliz Halloween. — ruidou.

— ... tá tudo bem?

Ele apenas deu de ombros, mas não disse nada. Parecia chateado.

— Está indo aonde?

— Em busca de ar livre. — murmurou. — Cansei de ficar confinado debaixo d'água por toda essa semana.

— Quer companhia? — perguntou, completamente sem graça.

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⏰ Última atualização: 5 days ago ⏰

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Escarlate | Sebastian SallowOnde histórias criam vida. Descubra agora