Prologo.

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"E que não nos cansemos de fazer o bem, pois, no tempo certo, colheremos os frutos de que uma vez semeamos."" — Varian Lyon's

Minha história talvez não tenha começado da maneira que eu desejava, ou como alguém esperaria que fosse. Mas, olhando para trás agora, penso que talvez tenha sido melhor assim. Se tudo tivesse ocorrido de forma diferente, a história que estou prestes a contar poderia ser outra. Talvez, eu não teria me tornado o homem que sou hoje.

É irônico pensar como os erros moldam o nosso caráter muito mais do que os acertos. Lembro-me claramente das palavras de um homem sábio que conheci certa vez: "Se você nunca falha, é porque nem sequer está tentando. Cada experiência fracassada é apenas um passo a mais na direção do sucesso." Essas palavras ficaram gravadas em mim.

Essa é a minha história. Não a história de um herói invencível, tampouco a de um vilão terrível. É simplesmente a minha história. Não importa o que eu faça, ninguém pode controlar completamente como será visto pelos outros. Não se pode agradar a todos, nem evitar que formem suas próprias opiniões—sejam elas boas ou ruins.

Mas há uma coisa da qual estou certo: Eu nasci para lutar. Não estou dizendo que nasci forte ou corajoso. Mas acredite quando digo que a luta é meu destino. Alguns poderiam chamar isso de maldição; eu chamo de bênção.

Se você deseja força, acredita que os resultados virão por si só, ou buscará a chance de se provar forte? Se deseja paz, acha que ela será alcançada apenas vendo o tempo passar, ou que terá a oportunidade de construí-la? E se quer um mundo melhor mesmo que seja apenas um pouco, acredita que os deuses estalarão os dedos e tudo se transformará em paz e harmonia , ou será você quem terá a chance e a responsabilidade de fazer a diferença por esta terra? A resposta está com você.

Essas palavras podem parecer vazias, mas gosto de acreditar que há verdade nelas.

O universo decidiu me testar, da mesma forma que o ferreiro martelaria o ferro até moldá-lo em aço. E assim, minha vida seria forjada. Esta é a minha história:

O Estranho.

Quando abri meus olhos, me vi cego e indefeso, em um lugar estranho e escuro. Tão escuro que não conseguia diferenciar se meus olhos estavam abertos ou fechados.

A atmosfera desse lugar era sufocante, carregada de uma solidão palpável. O tipo de escuridão que parece viva, onde o medo rasteja em seu peito, crescendo, até se tornar impossível ignorá-lo.

A sensação de desespero fazia cada fibra do meu corpo querer correr, fugir para qualquer direção. Mas como fugir se eu não podia sequer ver onde estava?

Era como aquele medo infantil que se sente quando você está sozinho em casa à noite.

Aquele sentimento irracional de que, a qualquer momento, uma criatura monstruosa poderia surgir das sombras e te arrastar para o desconhecido.

A diferença é que, desta vez, o medo não era imaginário. Ele era real, denso, apertando meu coração.

O pior de tudo era que eu não fazia ideia do que estava acontecendo ou de como fui parar ali.

A última coisa que me lembrava era estar em um quarto branco, deitado numa cama. As janelas estavam abertas, e as cortinas balançavam suavemente com o vento.

Se eu me levantasse, poderia ver o que havia do lado de fora, mas, por algum motivo, permaneci ali, imóvel, apenas encarando a parede branca e vazia.

As fotografias no quarto eram nada mais do que borrões indistintos, como se eu tentasse me lembrar de algo que não conseguia alcançar.

De certa forma era como um ambiente artificial, eu não fazia ideia de quanto tempo estava ali.

Honra: A História Do Primeiro GuardiãoOnde histórias criam vida. Descubra agora