Capítulo 5

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Com o passar dos dias, a quantidade de coisas que podíamos fazer dentro da cela diminuiu. Nossas rotinas monótonas ficaram ainda mais restritas e, como se não bastasse, a comida, que já era pouca, começou a rarear de forma alarmante.

Trabalhar no serviço pesado do túnel com o estômago vazio era uma tortura, o tipo de sacrifício que só nos deixava mais debilitados e lentos.

Até o pobre Velho Nathan estava começando a sentir os efeitos disso.

Uma vez, enquanto dois guardas passavam pelo corredor, ouvi algo que explicava nossa situação. Um deles mencionou que os selvagens haviam incendiado grande parte das colheitas durante as incursões deste ano.

Isso significava que mesmo dentro da prisão, onde nossas vidas valiam pouco, estávamos sendo afetados pelo caos lá fora. A escassez de comida não era só um problema nosso, mas parecia atingir toda a região.

"Não importa o que aconteça, eles não querem que morramos... ainda," pensei, tentando entender os motivos. Talvez nos mantivessem para ser usados como cobaia de algum cientista maluco, afinal não havia muitas razões para que eles nos mantivessem presos aqui. Eles matam pessoas como eu que são problemáticas e capturam e predem os pacíficos. Porque ? será que tem um numero limitado de pessoas como eu nesse mundo ?. Não sei não importa pelo menos não agora.

—Grrrrrrrr* Meu estomago roncou irritado.

Mas essa "vida" estava ficando dolorosamente insuportável.

Foi então que encontramos uma solução inusitada andando pelos corredores pequenas bolas de pelos com rabos podiam ser vistas sim isso mesmo, ratos!.

Sim, os ratos eram a nossa única esperança de sobrevivência.

— Hoje vamos caçar um !

Disse Nathan, o velho prisioneiro enquanto ajeitávamos a armadilha improvisada.

— Eles são rápidos, mas somos mais espertos.

—Somos é ?

Eu perguntei brincando, o velho ergueu os cantos dos lábios e balançou a cabeça querendo rir mas não disse nada.

A tática era simples, mas exigia paciência. Primeiro, deixávamos a pequena portinhola por onde vinham nossas míseras refeições entreaberta. Com uma pedra, montávamos uma armadilha, amarrando um fio que tínhamos tirado de nossas roupas. Afinal de onde mais poderíamos tirar algo como um fio de cabelo.

Quando o rato passava pela porta, puxávamos a pedra, fechando a passagem e prendendo-o dentro da cela.

— Vamos, vamos, pequeno... Sussurrei, observando a movimentação do rato. — E... peguei!

Assim que a armadilha funcionou, o velho Nathan deu um sorriso satisfeito. Mas nossa tarefa estava longe de acabar. Agora, precisávamos preparar o animal para que se tornasse nossa refeição. Com uma pedra afiada, começamos a tirar a pele do rato. Era um processo desagradável, mas a fome nos tornava insensíveis a isso.

— Não faz essa cara de nojo — disse Nathan enquanto limpávamos a carcaça. — Basta assá-lo bem para que a carne não fique crua. Se fizer direito, até parece com uma galinha.

Eu forcei um sorriso. Talvez ele estivesse certo. Ou talvez a fome estivesse nos tornando lunáticos. Mas, para minha surpresa, preparar o rato era apenas metade do desafio.

Não tínhamos lenha ou qualquer outro material inflamável, então improvisamos, queimando algumas mechas de cabelo e velhas cartas que foram enviadas a Nathan como a maioria delas eram cartas perguntando sobre o tesouro Nathan as estava queimando sem olhar duas vezes.

Honra: A História Do Primeiro GuardiãoOnde histórias criam vida. Descubra agora