Capítulo 2

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Então aqui estava eu um "Æther" sabe-se lá oque esse maldito nome ou raça carregava o fato de eu não saber nada sobre isso me irritava constantemente. E o fato de eu não saber por onde começar ou oque fazer aos poucos ia me deixando louco.

Com o tempo, trancado na cela, fui forçado a encontrar maneiras de me entreter, ou acabaria perdendo a sanidade.

Às vezes, imaginava estar em casa, em um lugar distante mas por mais estranho que pareça porque eu apenas me lembrava das paredes brancas de minha casa, foi como se minha vida fosse apenas estar preso em uma "Caixa" para então de um momento a outro eu fosse jogado ao mundo.

HM... acho que devo parar de pensar sobre isso.

***

Outras vezes eu contava as pedras ao redor da prisão ou tentava contar a quantos dias estava preso. Esse ciclo de monotonia e angústia se repetia até que o carcereiro Anor aparecesse. Ele tinha um ritual único: uma vez por ano, me chicoteava para celebrar meu "aniversário".

— Feliz aniversário, garoto

Dizia aquele homem monstruoso, enquanto mantinha um sorriso nojento na cara, enquanto isso seu chicote explodia em cheio em minhas costas.

—Aquele desgraçado.

Eu odiava aquele homem com todas as força, se pudesse eu o mataria , como ? eu não sei, eu conseguiria ,? também não sei. Mas eu faria oque pudesse para que isso fosse feito.

Com o passar dos anos, percebi algo estranho em mim: eu não envelhecia. Já se haviam passado dez anos nesse buraco miserável a quem chamam de cela, e embora meu corpo estivesse fraco e desnutrido, magro propriamente dizendo, a única mudança visível era o crescimento do meu cabelo e barba.

Anor, em uma de suas raras conversas, comentou que nós, os "Æther" Criaturas enviadas por uma entidade, éramos facilmente reconhecidos. Permanecíamos jovens, não importava quanto tempo passasse, também havia outro motivo mas eu não conseguia me lembrar, eu provavelmente tinha desmaiado por causa da dor.

Acho que devo ser sincero agora às vezes, pensava em desistir bater com a cabeça em uma pedra e acabar com tudo ali mesmo, até que não parecia tão ruim. Havia momentos em que a escuridão me chamava, mas, por alguma razão, o medo me mantinha firme. Eu passava horas olhando para a estreita fenda de luz que atravessava as grades da janela. Algumas vezes eu podia ver um pássaro aparecer, talvez estivesse fazendo um ninho ou as vezes estava caçando insetos que caíam na prisão.

Eu invejava aquilo, pobre de mim, sentindo invejo de um pássaro, que estava apenas vivendo sua vida, eu devo ser uma pessoa bem miserável certo ?...

****

— Ei, garoto, você sabe que vai morrer aqui, certo?

De vez em quando eu podia ouvir a conversa de outros de outros prisioneiros ou dos guardas, a maioria das vezes eles diziam apenas porcarias, mas eu nunca respondia não tinha interesse neles.

Eu tinha ficado tanto tempo em silêncio que, mesmo se tentasse falar alguma coisa, provavelmente nem mesmo eu reconheceria minha própria voz.

E foi assim que vivi a minha vida nesse lugar... se que se pode chamar isso de vida.

Até que um dia enquanto eu comia, um som estranho começou a ecoar pelas paredes.

toc toc toc toc*

Hm... ?

Eram batidas suaves, e tão discretas que facilmente passariam despercebidas se eu estivesse distraído. Pareciam o som de pequenas pedrinhas colidindo ou algo semelhante a um martelo batendo em uma rocha. "Estou ficando louco?" pensei, olhando ao redor, tentando identificar a origem do som.

Honra: A História Do Primeiro GuardiãoOnde histórias criam vida. Descubra agora