O ar no túnel era pesado, quase sufocante, e o som do gotejar constante da água nas paredes era tudo o que ouvíamos há horas. Estávamos exaustos, mas o ritmo do trabalho não diminuía. Era um trabalho árduo, implacável, mas necessário. Cada centímetro cavado acelerava ainda mais o processo de nossa fuga
Estávamos cavando a quase quatro anos esse túnel, e embora seja um processo demorado aos poucos, podia sentir as diferenças nas rochas, de alguns meses para cá nos tínhamos encontrado mais terra que pedras propriamente dizendo.
E e claro com o tempo passado cada vez mais eu aprendia a não apanhar de Nathan com aqueles gravetos, eu estava em um ponto... bom ? não sei explicar ao certo eu não era melhor que Nathan mas também não estava mais apanhando então acho que seria um nível semelhante ?.
Enquanto estava perdendo tempo em devaneios em minha mente o velho Nathan estava quebrando as rochas a minha frente, até que por um momento ele parou e se aproximou de uma das pedras que estava quebrando. Isso é claro chamou a minha atenção.
- Huh...? — Nathanael arfou de repente, interrompendo o ritmo constante de seu escavar. Ele parou, seu corpo tenso, olhando fixamente para algo à sua frente.
— Haaa... haaaa... ahh, meu Deus... isso... finalmente... — Sua voz estava trêmula, mas ainda sim transbordando de emoção.
Levantei a cabeça, confuso, e segui o olhar dele me esforçando para ver aquilo. Ali, no meio da terra e das pedras, tinha pequenas raízes como fios de um cabelo mas ainda sim raízes. Raízes reais de uma árvore, entrelaçando-se pelas fendas das paredes rochosas.
Vendo que luz estava começando a apagar Nathan ofereu uma das mãos dele para que eu pudesse entregar uma "Vela".
— Luz... garoto, me dê a luz... — Nathaniel estendeu a mão com urgência, suas palavras ansiosas, enquanto a pequena vela que ele segurava estava lentamente apagando.
Rapidamente e a entreguei a ele uma das velas que estava segurando, minhas próprias mãos tremiam em animação enquanto olhava aquilo .
— Ahhh... haha... meu Deus. — Eu quase ria, incapaz de conter a onda de colapso que tomou conta de mim ao ver as raízes. Finalmente, uma prova tangível de que estávamos perto da superfície. Uma sensação era surreal. Acho que foi a primeira vez na vida que disse a palavra de deus, embora eu nunca tenha rezado a nenhum deles senti que talvez estava sendo abençoado por um.
Nathanael, em êxtase, ria enquanto pequenas lágrimas ameaçavam escorrer de seus olhos.
— Hahaha... — Sua risada foi de rompimento, mas havia algo mais profundo nela, uma emoção que só alguém preso por tanto tempo poderia entender.
— Agora é apenas uma questão de meses...
Ele disse, a voz quase quebrada pela alegria e pelo cansaço acumulado de anos de luta.
— Meses, garoto. Conseguimos.
Eu mal consigo acreditar. A jornada que parecia interminável agora tinha um fim à vista. Por um momento, tudo parecia certo, como se o universo finalmente estivesse nos dando uma chance de vencer.
— Vou buscar uma tigela... — Falei rapidamente, tentando manter o foco. Precisávamos continuar o trabalho, pegar a terra e cavar mais fundo.
Comecei a voltar pelo túnel estreito, minhas pernas ressoando e se esfregando contra o chão do tunel.
Um ruído profundo e grave começou a reverberar pelas paredes. Senti as paredes se tremerem sob meus pés e aos meus aredores. Antes que eu pudesse reagir, o som de pedras desmoronando preenchendo o ar.
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Honra: A História Do Primeiro Guardião
FantasyVarian foi injustamente preso na temida prisão de Tartarus, um lugar de onde nenhum homem jamais escapou. Anos de servidão forçada e trabalhos duros em túneis fizeram de Varian um sobrevivente, moldado pela dor e pela disciplina. Sob a tutela de Nat...