A Prisão de Tártaros. Diziam que essa prisão-fortaleza havia sido construída com o único propósito de deter monstros, criminosos hediondos e e outros vermes que o mundo escondia. Por séculos, ela permaneceu impenetrável, tanto uma fortaleza em tempos de guerra quanto uma prisão de onde ninguém jamais conseguiria escapar.
Erguida sobre um maciço monte de pedra, no topo desse um desfiladeiro escarpado, Tártaros dominava a paisagem ao redor com uma imponência fria e inabalável. A estrutura parecia esculpida diretamente das entranhas da montanha, suas torres e muralhas quase indistinguíveis das rochas naturais que a cercavam fruto de um trabalho aduou e longo.
Há mais de quatrocentos anos, Tártaros jamais havia sido tomada por forças inimigas, e nenhum prisioneiro havia conseguido fugir de seus muros imponentes. Rodeada por mar revolto de um lado e por penhascos traiçoeiros do outro, sua localização tornava qualquer tentativa de resgate ou invasão praticamente impossível.
Para os ousados piratas ou para os inimigos mais corajosos e pretensiosos, a fortaleza não oferecia nenhum valor estratégico nem possuía algum tesouro dentro. Era apenas um gigantesco bloco de pedras esculpido e um túmulo para os vivos, onde desapareciam aqueles que o mundo havia esquecido.
Assim que desembarcamos do navio, fui transferido para um pequeno barco. Seis homens remavam enquanto quatro guardas me vigiavam de perto. Meus pulsos e tornozelos foram acorrentados e enquanto isso eu sentia o frio do metal corroendo qualquer esperança de fuga.
Por que tanto cuidado com alguém como eu? A razão, eu ainda não sabia, mas as correntes pareciam pesar mais com cada remada que nos aproximava da entrada.
O barco finalmente alcançou a entrada de uma caverna escura, localizada logo abaixo das escarpas. A caverna era a única entrada e saída conhecida para Tártaros, um túnel natural que serpenteava através da rocha até os níveis mais profundos e superiores da prisão.
Quando pisamos em terra firme, os guardas me empurraram, forçando-me a seguir o caminho que se estendia na penumbra. Apenas uma única tocha iluminava o corredor estreito, cujas paredes de pedra úmida refletiam o som pesado de nossas botas. O silêncio era absoluto, exceto pelo som do mar batendo nas rochas lá fora.
Conforme subíamos as escadas esculpidas na rocha, cada passo ecoava de forma ameaçadora, como se as próprias paredes estivessem testemunhando minha marcha para a qualquer que fosse meu destino.
Eu provavelmente morreria nesse lugar.
O guarda à frente me empurrava com frequência, irritado com o fato de que eu frequentemente desviava meu olhar para as celas abandonadas nas laterais do caminho.
As portas dessas celas eram sólidas quando não eram grossas portas de madeira revestidas em ferro eram apenas blocos de pedras celados com uma unica entrada, com varias barras de ferro enferrujadas que contavam a história de séculos de abandono e esquecimento.
O ar estava pesado com o cheiro de sal e mofo e... morte , a sensação de claustrofobia se intensificava a cada curva do túnel.
Finalmente, após o que pareceu uma eternidade, cruzamos um longo corredor até chegarmos a uma sala espaçosa e sombria.
No centro dessa da sala, um homem estava sentado atrás de uma enorme mesa de madeira, cercado por montanhas de livros e pilhas de documentos amarelados.
A luz fraca da tocha lançava sombras grotescas sobre o amontoado de papéis, fazendo a figura do homem parecer quase irreconhecível. Ele levantou a cabeça lentamente, os olhos cansados e inexpressivos, como se eu fosse apenas mais um dentre milhares que haviam passado por ali.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Honra: A História Do Primeiro Guardião
FantasyVarian foi injustamente preso na temida prisão de Tartarus, um lugar de onde nenhum homem jamais escapou. Anos de servidão forçada e trabalhos duros em túneis fizeram de Varian um sobrevivente, moldado pela dor e pela disciplina. Sob a tutela de Nat...