How much?

Capítulo 5 - Desespero e heroísmo

Festival de atualização hoje porque estou fortemente iludida.

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O sol brilhava alto sobre Willow Creek, espalhando seus raios dourados por entre as copas das árvores, e o clima parecia perfeito para um passeio em família. Pelo menos, era o que James achava. Ele havia convencido Miranda a levar as meninas para uma caminhada pelas trilhas da floresta, insistindo que seria uma forma tranquila de explorar a beleza do interior e, quem sabe, aliviar um pouco a tensão que pairava entre eles.

Caroline e Cassidy, animadas como sempre, corriam à frente, rindo e saltitando enquanto apontavam para as árvores altas e as pequenas criaturas que espiavam curiosamente entre as folhas. Para elas, aquilo era uma aventura mágica, uma fuga do cenário concreto e caótico de Nova York. Já para Miranda, aquele passeio estava longe de ser algo relaxante.

Andando alguns passos atrás de James, ela mantinha os olhos atentos nas meninas, mas seu rosto não conseguia esconder a irritação. As árvores que cercavam o caminho, por mais belas que fossem, a faziam sentir-se claustrofóbica. O ar fresco, tão elogiado pelo marido, para ela era um lembrete constante de que estava muito longe de seu ambiente natural, de sua rotina, de seu império.

— Está vendo? Não é tão ruim, — disse James, lançando-lhe um sorriso despreocupado, o mesmo sorriso que, há muito, perdera o efeito sobre ela. — As meninas estão se divertindo, e o ar fresco faz bem pra todos nós.

Miranda, sem se dar ao trabalho de disfarçar o descontentamento, ajeitou os óculos escuros no rosto.

— Faz bem para elas, — murmurou, observando as gêmeas correndo entre as árvores. — Mas eu não sei como você espera que eu me sinta bem no meio de uma floresta, cercada por insetos, sujeira e... silêncio demais.

James suspirou. Ele estava acostumado à resistência de Miranda quando se tratava de qualquer coisa que envolvesse natureza ou "calma". Ainda assim, ele tentava manter o clima leve.

— Miranda, — começou ele, tentando ser paciente, embora sua voz já soasse um pouco tensa. — Eu sei que isso não é o seu ideal de diversão, mas eu estou tentando. As meninas estão adorando, e seria bom se você ao menos... tentasse aproveitar o momento.

Miranda parou de andar e virou-se para ele, os olhos faiscando por trás dos óculos.

— Aproveitar? — Ela quase riu, mas não de um jeito divertido. — James, eu não preciso de "ar fresco" ou de "momentos tranquilos" no meio do mato. O que eu preciso é de estrutura, de organização. Eu não me sinto segura aqui, e você parece se importar mais com a diversão das meninas do que com o fato de que estamos em um lugar onde tudo pode dar errado!

O tom afiado de Miranda foi como uma lâmina que cortou o ar entre eles. James fechou os olhos por um breve segundo, tentando não deixar sua frustração transparecer. Ele respirou fundo, mas já estava claro que a paciência dele também estava chegando ao fim.

— Miranda, as meninas estão seguras, — respondeu ele, com um tom agora mais firme, mais impaciente. — Elas estão correndo à nossa frente, rindo. Você precisa relaxar um pouco. Não pode controlar tudo o tempo todo.

Ela bufou, prestes a retrucar, mas foi interrompida pelo som das gargalhadas das gêmeas.

— Viu? — James apontou para o som que ecoava pela floresta. — Elas estão bem.

Mas as risadas começaram a se tornar mais fracas, mais distantes, algo que fez um desconforto crescer no peito de Miranda. Ela franziu o cenho, tentando ouvir melhor. O som das risadas desapareceu de repente, como se tivesse sido engolido pela floresta.