Capítulo 11 - Fazenda

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Desculpa pela demora gatinhas, prometo que no recesso do judiciário irei atualizar de montão!!!

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— Foi um... passeio agradável — Miranda admitiu a contragosto, tentando manter a postura, mas sentindo o peso das próprias palavras como se fossem uma confissão.

Ela não conseguia encontrar, nem mesmo inventar, um motivo para se queixar. Suas filhas estavam radiantes, correndo de mãos dadas pelo vasto campo de grama verde. O sol, já baixo, tingia o céu em tons alaranjados e rosados, projetando uma beleza indescritível. A brisa suave que vinha do norte era inebriante, envolvendo tudo em uma calma silenciosa e encantadora. Fazia muitos anos que Miranda não vivia um fim de tarde como aquele.

Por um breve momento, enquanto observava as meninas, ela se sentiu desarmada. Aquilo era novo, e não o tipo de novo que ela estava acostumada a encarar com ceticismo. Não, aquilo era genuíno, uma paz quase dolorosa de tão bonita.

Foi então que a provocação bem-humorada da morena interrompeu seus pensamentos:

— Olha só, quem diria que a madame finalmente daria o braço a torcer.

Miranda lançou a Andrea um olhar carregado de ironia, revirando os olhos ao ouvir o tom provocador, mas não conseguiu evitar o sorriso que escapou dos lábios.

— Na próxima vez, vamos levá-las à cachoeira — comentou Adam, já no cais, enquanto amarrava o barco com uma habilidade prática e natural. — Quero dizer, se a madame não se importar de passar mais um dia na nossa fazenda.

Seus olhos se arregalaram de surpresa ao ouvir Adam, e por um instante ela ficou imóvel, como se aquilo fosse uma piada que ainda não havia compreendido. Ela olhou ao redor, observando o campo amplo, as colinas que cercavam o lago e a extensão interminável de verde.

— Isso aqui é... a fazenda de vocês? — Ela finalmente não conseguiu segurar a língua, a surpresa evidente em sua voz.

Andrea, que agora mostrava a Cassidy como fazer um nó de marinheiro, lançou-lhe um olhar casual, como se não entendesse o motivo da incredulidade.

— Sim, é um dos lagos da fazenda. Temos algumas cachoeiras também. — A morena deu de ombros, os olhos piscando com um brilho divertido. — É bom para os bichos, madame. — Acrescentou, como se isso explicasse tudo.

Miranda olhou ao redor mais uma vez, agora com um misto de deslumbramento e desconforto. O que parecia ser uma pequena área particular de lazer era, na verdade, um pedaço daquela vasta propriedade. Por um instante, ela sentiu como se houvesse sido transportada para um mundo completamente diferente, quase como se estivesse fora do tempo e da realidade.

— Especulação fundiária. — A voz de Caroline quebrou o silêncio, e Miranda piscou, surpresa com o comentário da filha. Aquela palavra inesperada, vinda da boca de sua pequena ruiva, causou uma breve onda de risos em Adam e Andrea.

— O que foi isso? — perguntou a morena, curiosa, inclinando-se para a pequena que estava com as mãos firmemente plantadas nos quadris, em uma pose orgulhosa.

— Eu aprendi na escola esse semestre — respondeu Caroline, os olhos brilhando de satisfação enquanto exibia seu conhecimento recém-adquirido.

Andrea riu e bagunçou os cabelos da menina com um afago exagerado, que fez Caroline rir, tentando afastar as mãos da morena de sua cabeça. A descontração entre elas era algo raro para Miranda observar, e ela sentiu um calor inesperado crescer em seu peito ao ver a cena. Andrea, de alguma forma, havia criado uma conexão fácil e alegre com suas filhas, algo que James jamais tivera.

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