Capítulo 10 - Meu sol

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É gatinhas, o que eu me fodi essa semana não está escrito. 

Vamos ver o que eu consigo atualizar por hoje e amanhã. 

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A paisagem diante de nós era algo que eu jamais poderia ter imaginado, nem mesmo nos meus momentos mais calmos em Nova York. O lago se estendia à nossa frente, suas águas cristalinas refletindo o céu azul como um espelho perfeito. As margens eram cercadas por árvores altas e antigas, cujas folhas sussurravam suavemente ao serem tocadas pelo vento. Ao redor, o verde vibrante das colinas envolvia tudo como um abraço silencioso, completando aquela cena que parecia ter sido tirada de um quadro. Cada detalhe, desde o som da água até o balançar das folhas, exalava uma serenidade inabalável.

Respirei fundo, sentindo o ar fresco preencher meus pulmões. Não havia a menor comparação com a vida frenética que eu conhecia. Era como se, por um breve momento, o mundo real tivesse desaparecido, deixando apenas este refúgio de calma e beleza diante de nós. As meninas também estavam deslumbradas.

Cassidy e Caroline pararam assim que avistaram o lago, as bocas pequenas se abrindo em um "uau" mudo. Observá-las era quase tão encantador quanto o próprio lago. Suas bochechas coradas de empolgação, os olhos arregalados, brilhando com aquele fascínio infantil diante de algo novo e grandioso. Pela primeira vez em muito tempo, vi minhas filhas completamente imersas em um momento de pura alegria. Sem o peso das brigas, sem a tensão constante, sem a sombra de James pairando sobre nós.

— Olha só isso, mamãe! — exclamou Caroline, os olhos arregalados enquanto apontava para a superfície espelhada. — É tão lindo!

Sorri para ela, com uma onda de ternura me invadindo. Havia, de fato, uma beleza inegável ali, mas mais do que isso, havia uma paz silenciosa que eu não sabia que desejava até o momento em que a encontrei.

— Sim, é mesmo, — murmurei, mais para mim mesma do que para elas.

O vento soprou gentilmente, mexendo as folhas das árvores e trazendo consigo o cheiro fresco da água. O som do vento misturava-se ao murmúrio suave das ondas do lago, criando uma melodia natural que me fez desacelerar, como se o tempo tivesse resolvido caminhar mais devagar ali.

Porém, aquele breve momento de tranquilidade não durou muito. Como sempre, a energia vibrante de Andrea logo preencheu o espaço, com sua presença inconfundível.

— E então, meninas, que tal aprender a nadar? — perguntou a morena, com um sorriso travesso que eu conhecia bem.

Cassidy deu um pequeno salto de empolgação, enquanto Caroline olhou para o lago com uma certa hesitação, como se o grande espelho d'água fosse, ao mesmo tempo, fascinante e um pouco assustador.

— Você vai nos ensinar? — a menor das gêmeas perguntou, os olhos brilhando de expectativa.

Andrea riu, os olhos escuros faiscando com aquela alegria descontraída que parecia segui-la onde quer que fosse. Era tão... natural. Tão oposta a mim.

— Claro que vou! Mas... — ela se virou na minha direção, com aquele olhar desafiador que já havia se tornado familiar. — Vou ensinar do jeito antigo. Posso, madame?

Arqueei uma sobrancelha, tentando não transparecer o desconforto que senti com sua sugestão. "Jeito antigo" e Andrea na mesma frase nunca era um bom sinal. Mas o entusiasmo das meninas, combinado com o sorriso despreocupado dela, me desarmou mais rápido do que eu gostaria. Eu sabia que deveria dizer não, manter o controle da situação, como sempre fiz. Mas Andrea tinha esse estranho poder de me fazer baixar a guarda.

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